segunda-feira, 4 de maio de 2020

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A Civilização Etrusca (Séc VIII a II a.C.) - A arte Etrusca

A Civilização Etrusca foi uma das mais importantes no espaço da Península Itálica até à formação do grande Império Romano. São oriundos da região a norte do rio Tibre, a oeste dos Montes Apeninos, ou seja a atual Toscânia e formaram-se no século VIII a.C., no período da Idade do Ferro. As origens da Civilização Etrusca não são claras existindo a possibilidade de ter havido uma migração da Ásia Ocidental. Hoje acredita-se que foram um produto da Península Itálica e do espaço do Mediterrâneo.


A Civilização Etrusca formou-se no contacto com diferentes culturas e é notória a sua relação quer com os egípcios, quer com os gregos. As cidades do norte eram mais dedicadas à agricultura e à metalurgia, pois existiam boas jazida de ferro. As cidades do sul praticavam igualmente a agricultura, mas tinham uma boa rede de relações comerciais no Mediterrâneo, exportando objetos em bronze e importando diveros objetos artísticos gregos.

A Civilização Etrusca dominou grandes zonas do Mediterrâneo e acredita-se que foram eles a colocar um ponto final na influência marítima dos fenícios no Mediterrâneo. Tinham uma boa produção artesanal e produziram obras de cerâmica de grande valor que nos fazem lembrar a cerâmica chinesa. Produziam estatuetas e esfinges em terracota e madeira com grande qualidade.


A influência grega nos Etruscos é muito evidente, pois o seu alfabeto que chegou a funcionar, como a base do latim, derivava do grego. A arte grega influenciou muito a cultura etrusca e foi dessa influência que nasceram os períodos mais importantes da Civilização Etrusca. Apesar das influências gregas a arte etrusca teve um estilo próprio que a identifica e a distingue de outras, no espaço do Mediterrâneo.

Há na sua pintura uma ideia de alegria, jovialidade e movimento. A imagem em cima, (Túmulo dos Leopardos em Tarquínia- sec. V a.C.) revela um pouco esses princípios. No entanto alguma da arte que chegou aos nossos dias dá-nos ao mesmo tempo uma ideia da efemeridade da vida e de como ela se torna incontrolável. É muito interessante verificar que enquanto a Civilização Egípcia olhava para a morte e para as decorações nos túmulos com o sentido trágico da perda da vida, a Etrusca olha-a como um movimento inevitável.

A Civilização Etrusca acreditava na vida após a morte como uma continuidade, mas sem um pensamento intelectualizado, como o fizeram outras culturas. A decoração dos seus túmulos confirmam essas ideias.  A Civilização Etrusca pareceu organizar-se de um modo mais livre, pois existem representações em sarcófagos que nos dão essa ideia de participação de homens e mulheres em banquetes. A ourivesaria também teve um grande destaque nesta civilização, nomeadamente o trabalho do ouro, usando a técnica semelhante às filigranas, embora de maiores dimensões (fusão de pequenos grânulos numa base que depois eram revestidos de uma matéria vegetal).

Na arquitetura a construção de templos e necrópoles, assim  como pontes foram muito difundidas e usavam a pedra e o barro como materiais de apoio. Decoravam os túmulos com frescos e cerâmica. A pintura nos espaços arquitetónicos era feita sobre uma camada húmida de gesso. Ao secar a cor dos pigmentos e em reação com a cal do gesso tornavam as cores fortes e vivas. è muito notória uma celebração à vida em peças encontradas e expostas em Itália, na zona da Toscânia.

Algumas das características mais importantes da Civilização Romana foram herdadas da cultura etrusca. A fermentação de alguns cereais, da produção de vinho, do pão, a cerâmica e o próprio desenho das casas romanas a partir do século IV a.C., deve muito a esta grande civilização. Ainda é possível visitar alguns destes tesouros arqueológicos em Arezzo, Tarquinia, Volterra e Orvieto, onde está construído um museu de artefatos etruscos.

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