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sexta-feira, 28 de outubro de 2022

À roda das palavras

Celebrada anualmente na Escola Básica de Forjães, a Festa das Colheitas resume-se em várias barraquinhas, uma barraca por turma, onde todas as turmas vendem de tudo um pouco para angariarem dinheiro para futuras viagens e também viagens de finalistas. Fomos expor algumas questões ao Sr. António, funcionário e porteiro da escola, de modo a obter relatos de como decorreu a Festa das Colheitas 2022. De acordo com o que nos foi dito pelo Sr. António, a organização da Festa das Colheitas é um processo mais complicado do que aparenta ser. Segundo ele, a Festa das Colheitas passa por uma nomeação organizativa do evento, onde é tudo planeado ao mais pequeno detalhe para que tudo ocorra dentro da conformidade. Quando lhe questionamos acerca do que mais gostou ele da festa, António disse-nos que gostou da festa em geral, afirmando ele que também adorou o facto de ter tido oportunidade de ver antigos alunos que andaram na escola de Forjães como de ter convivido com muita gente que não via há muito tempo. E afinal o que é a Comissão de Pais, que tanto ajuda estas crianças todos os anos para angariarem dinheiro? Sr. António contou-nos que é um conjunto de pessoas que deliberam e atribuem tarefas para as festas serem realizadas e que sem eles dificilmente haveria a possibilidade de realizarmos a Festa das Colheitas todos os anos como temos feito até agora. A festa das colheitas é um evento espetacular, onde podemos ver e assistir a um mar de gente e imensos espetáculos dos alunos para além de ser um evento perfeito para o convívio entre toda a comunidade escolar e participantes, diz António como forma de expressar o quanto a festa das colheitas é adorada por toda aquela escola e gente dos arredores.

Trabalho realizado por Daniela Fernandes e Luana Carqueijó

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Recomeços...


"Estudar é importante, pois assim podemos tentar encontrar os nossos sonhos" (Vasco - 5.º FB)

Regressar é em qualquer plano, uma forma de desenhar uma esperança para saber, compreender e para fazer, suportes do que poderá ser o possível. As palavras e os gestos redefinem a consciência para o desenho imaginário do tempo vivido. Num tempo de sociedades líquidas, o deslumbramento pelas coisas e pelas pessoas é uma forma de aprender esse "acontecimento de cada um", para a respiração de cada rosto no nome das coisas. Na receção aos alunos na biblioteca, a frase do Vasco é uma inspiração acima de muitos conformismos, um ideal para um dia de presente.
Um bom regresso a todos...

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Entrevista (VI) - à minha avó

 A dona Isabel Moura nasceu em Forjães no ano de 1966. É a minha avó e estou muito curiosa por saber como foi a sua adolescência, especialmente, no tempo que passou na escola.

 M- Olá avó! Hoje estou aqui, mas não é para brincarmos, quero saber mais sobre o tempo em que andavas na escola.

M- Em que escola andou?

A- Frequentei a escola Rodrigues Faria.

M- Gostaste de andar na escola? De que gostaste mais?

A- Gostei, mas o que gostava mais era o tempo do recreio.

M- Na escola tinhas uma professora ou um professor?

A- Só tinha uma professora em cada ano escolar. A que mais gostei foi a da 4º classe, que se chamava Dona Natália.

M- Comportavas-te bem na escola?

A- Sim, eu era uma menina bem-comportada.

M- Podemos agora falar um pouco sobre a tua família?

A- Sim claro, nós eramos uma família pobre e eramos 15 irmãos. Fomos sempre muito unidos e os irmãos mais velhos ajudavam os meus pais a cuidar dos mais novos.

M- Queres contar-me algumas brincadeiras que faziam juntos?

A- Fazíamos muitas brincadeiras juntos. Levávamos as cabrinhas para o monte e enquanto elas comiam nós divertíamo-nos às escondidas, às casinhas, ao lencinho e muitas mais.

M- Que tarefas faziam para ajudar os pais?

A- Nós íamos à fonte buscar água, ao monte apanhar lenha e os mais velhos iam pelas portas vender pão e sardinhas.

M- Tens mais alguma memória da tua infância que queiras partilhar comigo?

A- Tenho, apenas com 9 anos fui fazer companhia a uma senhora idosa que era mãe da minha professora da 3º classe. De manhã tinha escola e à tarde fazia-lhe companhia e algumas tarefas. Dava comida às galinhas, lavava a loiça, descascava batatas e regava plantas. Quando chegava a noite e ia para a cama custava-me muito e chorava com saudades dos meus pais e dos meus irmãos. Ficava muito feliz quando chegava o fim de semana porque ia para a minha casa.

M- Sonhavas ter que profissão?

A- Talvez por ter tantos irmãos, sonhava ser educadora de infância, mas como os meus pais eram pobres não pude estudar. Mesmo assim mais tarde, já adulta, consegui trabalhar com crianças.

M- Com que idade casaste?

A- Casei com 19 anos e aos 22 anos já tinha dois filhos. Hoje tenho três netos e tenho muito orgulho neles.

M- Quando foste avó pela primeira vez que idade tinhas?

A- Nessa altura tinha 37 anos.

M- Avó, és feliz?

A- Sim, sou uma pessoa muito feliz.

M- Obrigada avó por esta linda entrevista, fiquei a saber mais coisas sobre ti. Gosto muito de ti avó!

A- Foi um gosto dar-te esta entrevista. És uma linda neta!

Lara Margarida Fonseca Costa, 6.º FA

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Entrevistas Imaginárias (V)

 


Vou entrevistar uma maçã. Esta maçã é o fruto da macieira da família das rosáceas. É um fruto muito consumidos pelos humanos, devido à qualidade. As maçãs crescem numa árvore de folha caduca que florescem na Primavera e o fruto é colhido no Outono. O fruto é originário da Ásia Ocidental. Hoje em dia a árvore é cultivada na Europa, na Ásia e na América do Norte. Existem mais de 7500 plantações conhecidas de maçãs.

Entrevistador- Qual a origem do nome maçã? E o que significa?

Entrevistado- Maçã veio do termo latim mala matiana. Significa maçãs de Mácio.

 Entrevistador- Como era a macieira nos seus antepassados? E qual é a média de vida? A que altura podem crescer?

Entrevistado-    As macieiras eram uma das mais antigas árvores a ser cultivada, os seus frutos foram melhorados ao longo de milhares de anos. Podem durar de 50 a 80 anos se forem bem cultivadas. Podem crescer até 10 metros ou mais, dependendo da espécie.

 Entrevistador- Qual a espécie de maçã que se pode encontrar na América do Norte? E quem as trouxe para a América?

Entrevistado- As únicas maçãs nativas da América do Norte são as maçãs silvestres, que já foram chamadas de maçãs comuns. As maçãs foram trazidas para a América do Norte pelos colonos do século XVII, e o primeiro pomar do continente americano foi em Boston pelo William Braxton em 1625.

 Entrevistador- Onde é que os agricultores armazenam a sua espécie?

Entrevistado- Os agricultores armazenam-nos em depósitos, isto durante o inverno e serve para venda ou para o próprio uso. Agora, tornou-se comum armazenar em arcas frigoríficas.

 Entrevistador- Considera-se uma fruta saudável? E de que forma a podemos consumir?

Entrevistado- Sim, tenho muitos nutrientes, dos quais, proteínas, vitaminas, minerais e gorduras. Podemos consumi-la na forma de fruta ou sumo de maçã, em vinagre, geleia, chás e tortas…

 Entrevistador- Já que se considera uma fruta saudável, em média quanto é produzida? Quais são as variedades mais consumidas em Portugal?

Entrevistado- Somos produzidas em média 89 milhões de toneladas. São produzidas a Gala, Golden, Fuji, Spur, Verde Doncella, Reineta, Starking.

 Entrevistado- Muito obrigado pela sua disponibilidade. Ficamos a saber um pouco mais sobre esta espécie tão especial.

Imagem: Copyright - Apples from the Island

Joana Rocha, 6.º FA

Entrevista (IV)


 Entrevista ao “Homem Estrela”

 Este pescador nasceu em Forjães no ano de 1945, é conhecido pelo “Homem Estrela”.

 Esta figura pública, que para além da sua vida profissional o ter tornado famoso, também as suas fobias desencadeiam um enorme interesse por todos o que ouvem falar.

 - Boa tarde, já sabem que é conhecido por “Homem Estrela”, mas podemos começar do início. Qual o seu nome de registo, a sua idade e a sua origem?

 - Boa tarde, tenho muito prazer em estar aqui, sou distinto por Homem Estrela e esse não é só o meu nome de registo, mas é o nome pelo qual me identifico desde que me conheço por gente. Completo este ano 74 anos, mas sinto que tenho 20! O meu nome de baptismo é Josué, e sou natural da galáxia.

 - Averiguei que teve outras profissões, que profissão gostava de ter? Pescador? Porquê?

 - O meu sonho nunca foi ser pescador, mas por motivos familiares o meu pai sempre quis que eu fosse. E como isso não bastasse as finanças dos meus pais eram poucas e tudo isso levou-me a aprender. Não tive outra alternativa! A profissão que sonhava era cientista, para conhecer melhor as minhas origens, mas, principalmente aprofundar o conhecimento das estrelas pelo qual tenho um fascínio desde muito novo.

 - Fale-nos um pouco da sua família?

 - Os meus pais eram pessoas humildes, no entanto, todos temos fobias e todos temos alcunhas com que nos identificamos. O meu pai é conhecido por “Árvore” porque é muito alto. A minha mãe por “saturno” pois é bela e anda sempre com muitos anéis. O meu irmão é “cometa”, o nome encaixa na perfeição ele corre como um foguete! E por fim a minha irmã mais nova chama-se “Terra”; é maravilhosa, sua beleza radiante é rara, contudo tem muita água e eu nunca consegui tocar-lhe sequer!

  - Pelas minhas pesquisas, adquiri o conhecimento que tem algumas fobias. Pode-nos falar um pouco delas?

 - Para mim, estas fobias… nem sei como ultrapassá-las. Tenho hidrofobia que é o medo da água e acrofobia é medo de alturas.

 - Como consegue conviver com a sua família tendo essas fobias?

 - Apesar de ter estas fobias, sempre fomos muito unidos. A minha relação com o meu pai é difícil, pois fico cheio de suores quando fico nas alturas e sempre que pegava em mim… era muito difícil. Com a minha mãe, é um amor platónico, mas com seus anéis nem me chego perto fico logo cheio de alergia, com o meu irmão da forma como corre só ao telefone…e a minha irmã… como já referi nunca a abracei, mas é igualmente um amor enorme.

 - Porque é que é conhecido por homem estrelas?

 - Sou o homem estrela, primeiro pelo meu aspecto físico, em simultâneo, com esta minha paixão por todos os astros e como se isso não bastasse todas as pessoas me consideram cinco estrelas!

- Ora vejamos, estrelas no mar não combina, com hidrofobia… estrelas no céu não combinam com acrofobia! Como ganhou esta paixão?

- Estava a ter um ataque, um ataque de fobia (muitos tremores, suores e desmaios), quando achava que estava a morrer… ainda de olhos esbugalhados vi uma estrela cadente. Ela brilhava intensamente como se chamasse por mim, e eu ali deitado no chão consegui novamente respirar! Não sei se foi pelo brilho, não sei se foi paixão, no entanto, o que sei desde aquele exacto momento o meu amor não tem fronteiras e a minha razão de viver é procurá-la até ao infinito e investigá-la. Até hoje, nem de perto, nem de longe a vi!

Como não consegui apanhá-la para agradecer, desenhei estas em várias paredes da minha casa! Todas as que nos meus sonhos aparecem! Todas as que se cruzam no meu dia-a-dia! De várias formas e cores para assim com o passar dos anos a minha memória começar a falhar eu irei lembrar que ela me salvou.

- Contudo, como ficou famoso não existindo tecnologias?

- A melhor forma de publicidade é aquela que passa de palavra em palavra, as tecnologias nem sempre são de informação totalmente correcta e verdadeira, o que para mim, não existirem naquela altura só valorizou ainda mais a minha fama e protagonismo. Demorou…mas aqui estou, conhecido e reconhecido!

- E a sua família?

No início a minha família foi imprescindível, tudo o que se passava na galáxia eles infomavam.me. Com o passar dos anos, como ganhei algum dinheiro comprei o meu primeiro telescópio, foi a partir dai que comecei a tirar apontamentos de tudo o que lá existia e acontecera. No entanto, a minha família ainda hoje representa grande parte do meu trabalho. Ontem, a minha irmã, a Terra quando estava a falar com a lua (uma amiga dela, inseparáveis desde nascença) viram uma estrela cadente e logo questionaram se foi ela que ajudou o Homem das estrelas e o salvou da morte. 
 
Ligaram logo a contar. Tudo isto é uma grande ajuda para as minhas pesquisas e eu, não consigo estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Por isso, é que eu tenho esperança de a encontrar. Não estou sozinho nesta busca!

- A sua fama é grande, verifiquei que todos ficam eufóricos com a sua presença. E as crianças como reagem ao vê-lo?

Sim, é verdade. Deixei de ter vida pessoal, minha vida tornou-se pública, mas, tanto com adultos como com crianças por onde passo … e, não é para me gabar sou abordado por todos. Solicitam-me autógrafos e fotografias. Hoje em dia são chamadas de selfies. Quando era criança não havia nada disto! Assim que saio à rua, já existe um alvoraço, os meus fãs são muito presentes. 
 
- Penso que ficamos esclarecidos, havia muito mais para aprofundar, pois a sua vida é muito interessante. Mas, quem sabe numa outra oportunidade. Agradeço a sua disponibilidade e a vontade em dar a conhecer a sua vida. Para muitos dos presentes e do público em geral, pessoas determinadas e destemidas são um exemplo de admiração e coragem. Muito obrigada.

Imagem: Copyright - Carl Sagan 

 Lara Carvalho 6ºFA

Entrevista (III)


Para esta entrevista escolhi a Diana, porque tenho um carinho especial por ela, pois já me acompanha há algum tempo. A Diana é uma pessoa divertida, exigente, carinhosa e inteligente. A Diana tem 39 anos e nasceu em Forjães. Foi criada no seio de uma família numerosa, com muitos tios/primos/as, no entanto, o núcleo familiar mais próximo é composto apenas pela sua mãe, pai, irmão, cunhada e sobrinho. Os seus pais eram professores e já estão reformados, neste momento. A Diana é casada, não tem filhos e, após ter frequentado e concluído dois cursos universitários em áreas bastante distintas, atualmente trabalha em Forjães, numa empresa têxtil familiar chamada ETFOR.

 Miguel: Qual é o teu nome completo e a tua data de nascimento?  

Diana: O meu nome é Diana Nair Castelo Lima da Silva Martins e nasci no dia 24 de Março de 1982.
 
 Miguel: Como era a Diana em criança?
 Diana: Em criança, eu era muito reguila, muito irrequieta e gostava muito de brincar. Nos intervalos da escola, andava sempre a brincar com os rapazes, ou em grupos mistos, em que fazíamos vários tipos de jogos, as vezes até jogos tradicionais, e também jogávamos à bola; raramente me juntava a grupos apenas de meninas, que só queriam jogar “as casinhas”. 
Em casa ou nas reuniões de família, também sempre fui muito ativa e adorava estar envolvida em tudo, gostava muito de estar com os meus primos, ir para casa dos meus avós e era habitual acompanhar os meus tios nos trabalhos do campo durante as férias de Verão.

 Miguel: Gostavas de estudar, eras boa aluna?

Diana: Apesar de ter muita energia, e por vezes até fazer alguma asneira, na escola eu era muito aplicada, muito responsável e participativa, e era boa aluna. Na primária, a professora usava-me como exemplo para motivar outros colegas e até me dizia para me sentar ao lado de alguns deles para trabalharmos em conjunto e, assim, tentar ajudá-los a melhorar. 
No 2 e 3 ciclo, também continuei a ser empenhada nos estudos, fazia sempre os meus trabalhos de casa, estudava bastante para acompanhar as matérias e estar mais preparada para os testes.

 Miguel: O facto de teres pais professores eram mais exigentes contigo?

Diana: Não penso que os meus pais fossem demasiado exigentes comigo, nem sequer que fossem mais exigentes que os pais dos meus colegas pelo facto de serem professores. Os pais querem sempre o melhor para os filhos, como é óbvio, e no meu caso, ao serem professores, talvez identificassem mais facilmente as minhas capacidades e, por isso incentivam-me a dar o melhor de mim. 
Na verdade, eu era uma privilegiada, pois como a minha mãe e o meu pai eram professores naquela escola, os restantes professores, funcionários e alunos tinham para comigo um grande sentido de proteção e um grande companheirismo.

 Miguel: Qual era a tua disciplina preferida?

Diana: Sinceramente, eu não tinha nenhuma disciplina preferida; gostava de várias disciplinas. Uma disciplina que sempre gostei foi Matemática, mas mais tarde também gostava bastante de Inglês, de Ciências e de Educação Física, por exemplo. Nunca foi muito ligada apenas a uma área de saber, interessava-me pelo saber e pelo conhecimento em geral, pois ainda hoje considero que para sermos completos e para darmos resposta às solicitações do dia-a-dia, seja em termos profissionais como pessoais e até sociais, devemos ser polivalentes e ter uma cultura geral abrangente.

 Miguel: Qual é a tua formação?

Diana: Sou licenciada em Ensino Básico do 1ºCiclo e, mais tarde, licenciei-me também em Gestão Bancária e Seguros, frequentando este curso no regime Pós- Laboral, pois já estava a trabalhar. Ao longo da nossa vida surgem sempre desafios que nos fazem querer saber mais ou que nos forçam a continuar a estudar e isso não é necessariamente mau, pois traz-nos mais conhecimentos e até a atualização de outros conhecimentos que já tínhamos adquirido.

 Miguel: Porque é que escolheste essa área?

Diana: Quando era criança, talvez por ter os dois pais professores e por me dar bem com as outras crianças da minha idade ou mais novas, sempre sonhei ser professora. Na minha adolescência, continuava com esse sonho, mas aos poucos a minha mãe foi tentando demover-me de seguir essa profissão, pois já se começava a sentir nas escolas um excesso de oferta de professores e já se colocava o problema de, no futuro, poder vir a não ter colocação numa escola.
Infelizmente, a minha mãe tinha razão e logo no início do meu percurso senti as dificuldades de tentar ingressar na carreira de professora, comecei a trabalhar a tempo inteiro num centro de estudos e explicações, mas mais tarde passei para outro centro de estudos, apenas em part-time. 
Durante esse ano percebi que para tentar ter alguma estabilidade financeira, não poderia continuar por muito mais tempo a trabalhar apenas em part-time e, não sendo pessoa de baixar os braços, voltei a concorrer para o ensino universitário, desta vez no regime Pós-Laboral e ingressei no curso de Licenciatura em Gestão Bancária e Seguros, no IPCA – Instituto Politécnico do Cávado e do Ave. Terminei este curso em 2014, tendo o reconhecimento do meu trabalho árduo e dedicação com a atribuição, por parte do Conselho Geral, de um Prémio de Mérito Escolar por ser a melhor aluna do curso daquele instituto politécnico. 
Hoje em dia, estou a trabalhar em funções mais ligada à Gestão, mas não na área da Banca nem dos Seguros, e também não abdico de fazer, quase como um hobby, algo ligado à Educação que é acompanhar alunos no seu percurso escolar. São duas coisas que não estão nada relacionadas, mas que acabam por aligeirar o stress uma da outra.

 Miguel: Qual foi o momento mais marcante na tua vida até hoje? Porquê?

Diana: Depende da interpretação que fizer de momento marcante, pois temos momentos que nos marcam pela positiva e outros pela negativa… Ao pensar pela vertente positiva, há algo que me vem logo ao pensamento, que é o dia do meu casamento, porque para além de ser algo com que sempre sonhei, foi mágico, espetacular, correu tudo muito bem e estava rodeada de família e amigos. Também me ocorre o nascimento do meu sobrinho, que é o único sobrinho de sangue que tenho, e recordo que foi um momento encantador pegar nele tão pequenino e tem continuado a ser especial fazer parte do crescimento dele, talvez também por não ter filhos. 
Como momento ou momentos marcantes pela negativa ,obviamente são as mortes dos meus avós, pois eram pessoas que estiveram sempre muito presentes ao longo da minha vida e que sempre foram muito importantes para mim.

 Miguel: Sei que trabalhas numa grande empresa, qual a tua função?

Diana: Sim, é verdade. Trabalho na ETFOR – Empresa Têxtil de Forjães, como já referi há pouco em funções mais ligadas à Gestão, nomeadamente Gestão da Produção e Gestão de Clientes, na sua marca própria de roupa para criança - a PLAY UP. É realmente uma empresa grande, tanto na infraestrutura, que cresceu para o triplo nos últimos anos, mas também pelo volume de negócios anual e pelo número de trabalhadores que emprega, que já deve rondar os 120. 
O meu trabalho acaba por ir um pouco além das funções que indiquei anteriormente pois no setor têxtil temos que ser polivalentes e as exigências de cada função ultrapassam amplamente o básico e vais abarcando cada vez mais trabalho.

 Miguel: Qual o teu objetivo na vida?

Diana: Não considero que tenha só um objetivo na vida, nem consigo encontrar uma só resposta para essa pergunta, sinceramente. Acho que ao longo da nossa vida vamos tendo diferentes objetivos, consoante a idade, o nosso percurso, aquilo que vamos conseguindo alcançar e então vamos concretizando uns e desejando alcançar novos objetivos que provavelmente nunca tínhamos pensado antes. 
A nível profissional, é claro que gostava de ter um cargo melhor na empresa em que trabalho ou quem sabe até, finalmente, conseguir colocação numa escola e a partir daí ter estabilidade nessa profissão. 
A nível pessoal, já estou casada, conseguimos construir uma casa, tenho o meu núcleo familiar mais próximo junto a mim, tenho bons amigos, bons colegas, por isso só posso pedir que se não poder ser melhor, pelo menos continue assim por muito tempo. A única coisa que ainda posso ambicionar é ter filhos, que é algo que achei que iria acontecer mais cedo, mas que nunca se proporcionou.

 Miguel: Obrigado pela participação nesta entrevista e pelo tempo dispensado, pois foi muito gratificante para mim.

Diana: Obrigada, Miguel, por me teres escolhido para esta entrevista. É um privilégio para mim.

A Diana sempre foi uma pessoa divertida, dinâmica, empenhada, com grande dedicação nos desafios que assume e com um grande encanto pelo ensino desde criança. Sempre sonhou ser professora, mas a dificuldade em arranjar colocação colocou esta vertente profissional em segundo plano e forçou-a a frequentar outro curso para ter outras perspetivas de emprego. Apesar de não estar a lecionar e de se enquadrar bem nas funções que desempenha na empresa em que trabalha, sente que a sua verdadeira vocação é, sem dúvida, o ensino. 
Já conquistou bastantes objetivos na vida, mas considera que muitos mais há a atingir, estejam já traçados ou venham ainda a surgir.

 Miguel Gonçalves, 6ºFA            

Entrevistas Imaginárias (II)

Entrevista a el-rei D. Sebastião…

 Nascido a 20 de janeiro de 1554 em Lisboa, D. Sebastião, filho de João Manuel, príncipe de Portugal, e Joana de Áustria, foi coroado rei de Portugal aos três anos.

 - D. Sebastião, como se sente após ser aclamado rei com apenas três anos?

  - Como me sinto?! Era uma criança! Não tinha pai! E, do nada, dizem-me que eu tenho de governar um reino inteiro! É muita pressão para uma criança. Se bem que tinha os seus privilégios, faziam-me todas as vontades… como se eu fosse um rei… ups, já era um.

 - Qual foi a sua reação ao descobrir que ia ser instaurada uma regência enquanto não tinha idade suficiente para reinar?

 Para ser sincero, fiquei muito agradecido. Fiquei a saber que podia brincar aos cavaleiros, o que na minha altura era treinar. Mas mesmo assim, descobri que a minha infância não ia ser assim tão difícil e que não seria eu a tomar todas as decisões, e isso é bom, certo, certo… ai meu Deus, eu podia ter feito o que quisesse, que desperdício de oportunidades.

 - O que achou quando ficou desaparecido? 

- Qual desaparecido, qual quê! Não me encontraram simplesmente e depois, quando eu apareci outra vez no palácio real, disseram que eu mentia e que devia voltar ao campo ou caso contrário, mandavam-me enforcar na praça pública! Eu achei que preferia ser um camponês vivo do que um mentiroso, que não sou, morto.

             - Mas sabe que os portugueses ainda têm esperança que apareça num dia de nevoeiro…?

          - É melhor que desistam da ideia… passou tanto tempo! E ouvi dizer que a monarquia acabou faz tempo! Parece que agora há um Presidente da República, seja lá o que isso for...

- D. Sebastião foi um prazer conversar consigo e deixe-me acrescentar que está muito bem conservado… para a idade que tem. Espero voltar a encontrá-lo daqui a uns séculos.

 Imagem: Retrato de D. Sebastião ( 11.06.1557 - 04.09.1578) - Cristóvão Morais 

Simão Silva, 6.º FA

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Entrevistas imaginárias (I)

Hoje vamos entrevistar um cão que estava num canil, mas ninguém o queria adotar por conta do seu aspeto físico invulgar com falhas de pelos, olhos com cores diferentes e patas verdes, até que um dia alguém o adotou e, desde aí, a sua vida nunca mais foi a mesma.

-Qual o seu nome?

Chamo-me Ruby, os meus donos quando me adotaram ainda não tinham nome para mim, mas diziam sempre que eu era muito precioso e raro então fiquei Ruby.

-Quando os seus donos o adotaram foi difícil cuidar de você?

Nadinha, porque apesar de eu ser um cão com características físicas diferentes, não quer dizer que eu não conseguisse viver e fazer tudo como outros cães. Mas havia uma coisa que os meus donos sempre repararam em mim, é que eu tinha muita energia, força e inteligência, mas, principalmente mais habilidade do que os outros cães.

-Mas como é que a sua vida mudou por completo?

Bem, os meus donos não eram uma família com muitas condições e nem muito grande era só uma filha e um casal, mas quem me dava mais atenção era a Sofy a filha. Até que um dia passou na TV que iria haver um concurso para cães e a Sofy inscreveu-se log. Fiquei muito espantado, e todos os dias nós treinávamos no quintal da casa e eu adorava.

-Qual era o prémio do concurso?

Era um kit gigante para cães e 100 mil euros, ela tinha quase a certeza de que nós não íamos ganhar, mas fez aquilo por diversão.

-Como foi a competição?

Quando chegamos lá começaram todos a rirem-se de nós por conta da minha aparência, mas nós não ligamos. Comecei a competição normalmente a dar o meu melhor, quase no final do percurso a Sofy reparou que eu estava a cansar-me, então começou a dizer “Vai Ruby tu consegues” então reuni as minhas últimas forças e consegui vencer.

-Quando as pessoas viram que ganhou qual foi a reação deles?

Alguns entenderam que não interessa a aparência e pediram desculpa, outros só ligam ao que está por fora, mas a vida é assim, existem pessoas boas e outras não.

-O que fez com o prémio?

Nada, mas agora sou reconhecido por muita gente.

-Mais alguma coisa que queira dizer?

Sim, é só para dizer para importarmo-nos mais com o interior e não o exterior, para nunca julgar ninguém pela sua aparência e muito menos sem a conhecer e sermos sempre nós próprios.

Chegamos ao fim da nossa entrevista muito obrigada por disponibilizar um tempinho aqui connosco e agora ficamos a conhecer melhor sobre a sua vida e o que teve de enfrentar para chegar até aqui.

O prazer foi meu espero que isto sirva de lição para algumas pessoas e nunca deixem de ser felizes!

Imagem: Copyright - CanStockPhoto

6.º FA - Carolina Oliveira

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Dia mundial da alimentação (II)

     


O filme “Sementes da Liberdade”, mostra-nos que as sementes geneticamente modificadas são muito usadas pelas grandes empresas e como o seu uso prejudica os pequenos agricultores, a biodiversidade e também a nossa saúde.

Na minha opinião, se optarmos por comprar produtos biológicos e de produtores locais, estamos de uma forma simples, a apoiar a economia local e a minimizar alguns dos efeitos negativos desta utilização.

Inês Guedes, 9.º FB

     Eu adorei o vídeo, pois mostra o quão importantes são as sementes e que nem tudo o que é modificado, é melhor. Pois, com é mostrado no vídeo, a modificação das sementes está a trazer alguns problemas. É sempre melhor fazer algo no seu ambiente natural, ou seja, deixar as sementes nascerem num ambiente natural, deixando assim as sementes serem “livres”.

Nuno Pereira, 9.º FB

     Concordo com a produção das sementes pois é uma forma de assegurar um aumento de alimentos para todos, diminuindo a fome. No entanto, as empresas agroquímicas estão a fazer da forma errada. Não se deve controlar as sementes e tomá-las como posse. Devemos combater a fome com diversidade das culturas, usando o que a nossa natureza nos dá, investindo assim, na policultura.

Miguel Mimoso, 9.º FB

      Eu acho que o filme que vimos é muito importante, pois fala-nos da semente e da fome no mundo. Eu acho que a semente deve ser mais preservada do que é hoje. Quanto à fome no mundo, é muito importante falar disso pois é um tema que devemos levar muito a sério, pois muita gente está a passar fome. Eu acho que a gente não deve desperdiçar comida, pois a comida que se desperdiça é a comida que muitas outras pessoas queriam comer.

Tiago Moura, 9.º FB

Dia mundial da alimentação (I)

A fome no mundo

A fome é a realidade de milhões de pessoas no mundo que, pela falta de alimentos, estão em estado de subnutrição. Os especialistas que tratam do assunto, denominam a situação de fome como "segurança ou insegurança alimentar". O órgão responsável pelo monitoramento da oferta adequada de alimentos à população é a ONU (Organização das Nações Unidas). Pela definição da ONU, "a segurança alimentar só existe quando todas as pessoas, em todos os momentos, têm acesso físico, social e económico a uma alimentação suficiente, segura e nutritiva que satisfaça as suas necessidades dietéticas e preferências alimentares para uma vida ativa e saudável".
       Um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, divulgado em julho deste ano, mostrou que mais de 690 milhões de pessoas vivenciaram a falta de comida e a desnutrição de maneira crónica em 2019. O número é 10 milhões a mais do que em 2018 e cerca de 60 milhões a mais num período de cinco anos.
     O cenário é ainda mais preocupante para este ano, já que o avanço do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no mundo, pode fazer com que muitas mais pessoas passem fome em 2020.  

Rodrigo Sá – 9 º FB

Imagem: Copyright - Yogui.co (Projeto de combate à fome na Índia)

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Até já....


Foi um ano diferente, feito de expectativas e de inesperado. Foi um ano marcado pelo desejo de continuar a conhecer, que é uma porta de entrada para imaginar muitas coisas, incluindo as palavras que conduzem sonhos, ou nos levam a eles. Neles nascem coisas que podem ser lidas ou desenhadas.

Foi um ano diferente e ainda assim com uma ideia-chave, a de tecer com a leitura que ela é um espaço de um objeto que acontece com cada um de nós para fazer nascer mundos, no desenho de algo de belo e na identificação com os outros e com o mundo. A leitura como um instrumento para conhecer, como uma memória do coração.

Foi um ano diferente, particular, onde o digital emergiu com mais evidência para o desejo de sempre, a de imaginar palavras para abrigar pensamentos e ideias e escrevê-las com os sonhos de muitos, os criadores e as experiências com alunos e professores. É sempre uma tentativa de superar a efemeridade do tempo, com a eternidade dos momentos, onde as ideias e as emoções se desenvolvem no espírito de cada um.

Foi um ano diferente e particular. Foi um ano de esperança, como são sempre os sinais de um começo, ou de um recomeço. Foi um ano feito com muitas pessoas, com muitos sinais de cultura, de natureza e de camaradagem. Foi um ano a superar as nossas limitações e a encontrar as janelas para os sinais a conhecer, como um mar disposto nos nossos olhos.

É a pensar em todos os que se envolveram e foram realmente todos que foi possível tecer uma árvore de ideias e pensamentos para a alegria de fazer algo com significado. É pois um agradecimento, aquilo que a Biblioteca deixa aqui, a todos, pela envolvência que durante vários meses foi possível construir. Agradecimento moldado em tantas partilhas, num ano especialmente difícil e diferente pela crise sanitária vivida e ainda a superar.

Assim, terminamos este ano letivo desejando a todos, alguns bons dias de descanso com a desejada tranquilidade. Deixamos esse desejo, para que, como diz Sophia possamos todos no tempo à frente «construir a partir do fundamento», em dias de liberdade e alegria. Fundamento para a afirmação de cada um, no sentido de um reconhecimento da essência das coisas, os sinais para os nomes que damos ao nosso caminho.

Boas férias!
A Biblioteca (Biblioaears)
Imagem: Copyright - School Library Journal

No meu peito não cabem pássaros


"O mundo é um vazio desmedido que não queremos nem podemos aceitar, os homens também, as cidades, os países, os planetas também. Não há palavras que encham tanto vazio. Os livros que deixamos são obras de filigrana, fios ténues do sentido com que delimitamos o volume do que não entendemos."

A palavra viaja pelo mundo, encontra-se em geografias diversas, resgata os sinais daquele e tenta dar-lhe um nome, trabalhamdo artesanalmente os seus sinais. O livro de Nuno Camarneiro, No meu Peito não batem Pássaros tenta construir esse diálogo entre a palavra e  o que o mundo nos dá a conhecer, ou o que tentamos compreender.

No meu peito não cabem pássaros junta três figuras maiores da Literatura do século XX, justamente, Franz Kafka, Jorge Luís Borges e Fernando Pessoa.  Junta-as a partir da leitura da vida que se vai construindo, de um imigrante em Nova Iorque, de um rapaz que chega a Lisboa e de uma criança que inventa coisas, formas de anunciar o que acontecerá mais tarde.

No meu Peito não batem Pássaros realiza a narrativa de três figuras que tentam descobrir espaços urbanos, carregar sonhos maiores que eles e compor palavras com a linha comum de inventar um mundo. É um livro sobre criadores, é um livro sobre cidades e ainda um livro sobre três figuras que entre a solidão e a desilusão nos definem o assombro das palavras, a linguagem para compor aquilo que é a vida de milhões, o prenúncio do mundo moderno.

No meu Peito não batem Pássaros fala-nos da vida, da memória, da morte, do esquecimento, entre os caminhos que percorremos, com o sol a nascer em nós. A infância, o consolo das histórias vividas e inventadas entre os que no tempo forjaram o azul de um aconchego e nos deram a visão de um caminho.

Livro imenso, uma sabedoria de palavras, momentos intermitentes que nos dão a linha dos olhos que procuramos para recuperar a beleza, o encontro com a respiração do amor. E, ainda esse sonho antigo que nos faça ser um ponto brilhante nos dias esquecidos. A beleza e o sorriso entre as cicatrizes que nos caracterizam, que nos rasgaram o espírito e o corpo até chegar ao encontro, à mão, ao perfume solar capaz de nos fazer render um novo salto, a dos pássaros que em nós voam.

 No meu peito não cabem pássaros / Nuno Camarneiro. Lisboa: D. Quixote, 2013.