Nascido a 20 de janeiro de 1554 em Lisboa, D. Sebastião, filho de João Manuel, príncipe de Portugal, e Joana de Áustria, foi coroado rei de Portugal aos três anos.
- D. Sebastião, como se sente após ser aclamado rei com apenas três anos?
- Como me sinto?! Era uma criança! Não tinha pai! E, do nada, dizem-me que eu tenho de governar um reino inteiro! É muita pressão para uma criança. Se bem que tinha os seus privilégios, faziam-me todas as vontades… como se eu fosse um rei… ups, já era um.
- Qual foi a sua reação ao descobrir que ia ser instaurada uma regência enquanto não tinha idade suficiente para reinar?
Para ser sincero, fiquei muito agradecido. Fiquei a saber que podia brincar aos cavaleiros, o que na minha altura era treinar. Mas mesmo assim, descobri que a minha infância não ia ser assim tão difícil e que não seria eu a tomar todas as decisões, e isso é bom, certo, certo… ai meu Deus, eu podia ter feito o que quisesse, que desperdício de oportunidades.
- O que achou quando ficou desaparecido?
- Qual desaparecido, qual quê! Não me encontraram simplesmente e depois, quando eu apareci outra vez no palácio real, disseram que eu mentia e que devia voltar ao campo ou caso contrário, mandavam-me enforcar na praça pública! Eu achei que preferia ser um camponês vivo do que um mentiroso, que não sou, morto.
- Mas sabe que os portugueses ainda têm esperança que apareça num dia de nevoeiro…?
- É melhor que desistam da ideia… passou tanto tempo! E ouvi dizer que a monarquia acabou faz tempo! Parece que agora há um Presidente da República, seja lá o que isso for...
- D. Sebastião foi um prazer conversar consigo e deixe-me acrescentar que está muito bem conservado… para a idade que tem. Espero voltar a encontrá-lo daqui a uns séculos.
Imagem: Retrato de D. Sebastião ( 11.06.1557 - 04.09.1578) - Cristóvão Morais
Simão Silva, 6.º FA
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