sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Entrevistas Imaginárias (II)

Entrevista a el-rei D. Sebastião…

 Nascido a 20 de janeiro de 1554 em Lisboa, D. Sebastião, filho de João Manuel, príncipe de Portugal, e Joana de Áustria, foi coroado rei de Portugal aos três anos.

 - D. Sebastião, como se sente após ser aclamado rei com apenas três anos?

  - Como me sinto?! Era uma criança! Não tinha pai! E, do nada, dizem-me que eu tenho de governar um reino inteiro! É muita pressão para uma criança. Se bem que tinha os seus privilégios, faziam-me todas as vontades… como se eu fosse um rei… ups, já era um.

 - Qual foi a sua reação ao descobrir que ia ser instaurada uma regência enquanto não tinha idade suficiente para reinar?

 Para ser sincero, fiquei muito agradecido. Fiquei a saber que podia brincar aos cavaleiros, o que na minha altura era treinar. Mas mesmo assim, descobri que a minha infância não ia ser assim tão difícil e que não seria eu a tomar todas as decisões, e isso é bom, certo, certo… ai meu Deus, eu podia ter feito o que quisesse, que desperdício de oportunidades.

 - O que achou quando ficou desaparecido? 

- Qual desaparecido, qual quê! Não me encontraram simplesmente e depois, quando eu apareci outra vez no palácio real, disseram que eu mentia e que devia voltar ao campo ou caso contrário, mandavam-me enforcar na praça pública! Eu achei que preferia ser um camponês vivo do que um mentiroso, que não sou, morto.

             - Mas sabe que os portugueses ainda têm esperança que apareça num dia de nevoeiro…?

          - É melhor que desistam da ideia… passou tanto tempo! E ouvi dizer que a monarquia acabou faz tempo! Parece que agora há um Presidente da República, seja lá o que isso for...

- D. Sebastião foi um prazer conversar consigo e deixe-me acrescentar que está muito bem conservado… para a idade que tem. Espero voltar a encontrá-lo daqui a uns séculos.

 Imagem: Retrato de D. Sebastião ( 11.06.1557 - 04.09.1578) - Cristóvão Morais 

Simão Silva, 6.º FA

Sem comentários:

Enviar um comentário