O livro é um objeto único, raro por aquilo que nos dá. Ele é o único suporte de leitura que se basta a si próprio, pelo que só depende do leitor, do seu tempo privado, ao contrário da televisão, ou do cinema. O livro chama-nos, carece do nosso entusiasmo. Ler é assim, acima de tudo, o momento de construção de imagens, “o levantar a cabeça”, imaginado essas imagens que a leitura trouxe. A leitura, a sua essência repousa na construção dessa reflexão, nesse tempo individual. A leitura isola o leitor, permite a imobilidade, instala o silêncio e concede-nos um processo de contra-movimento contra a cidade, o grupo, o barulho, o movimento, os outros, libertando-nos do tempo. Lembremos as suas possibilidades como companheiro de uma viagem, neste dia mundial do livro.
Espaço institucional de partilha e divulgação das atividades das Bibliotecas Escolares do Agrupamento de Escolas António Rodrigues Sampaio
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sexta-feira, 23 de abril de 2021
sexta-feira, 24 de julho de 2020
No meu peito não cabem pássaros
"O mundo é um vazio desmedido que não queremos
nem podemos aceitar, os homens também, as cidades, os países, os planetas
também. Não há palavras que encham tanto vazio. Os livros que deixamos são
obras de filigrana, fios ténues do sentido com que delimitamos o volume do que
não entendemos."
A palavra viaja pelo mundo, encontra-se em geografias diversas, resgata os sinais daquele e tenta dar-lhe um nome, trabalhamdo artesanalmente os seus sinais. O livro de Nuno Camarneiro, No meu Peito não batem
Pássaros tenta construir esse diálogo entre a palavra e o que o mundo nos dá a conhecer, ou o que tentamos compreender.
No meu peito não cabem pássaros junta três figuras
maiores da Literatura do século XX, justamente, Franz Kafka, Jorge Luís Borges
e Fernando Pessoa. Junta-as a partir da leitura da vida que se vai construindo,
de um imigrante em Nova Iorque, de um rapaz que chega a Lisboa e de uma criança
que inventa coisas, formas de anunciar o que acontecerá mais tarde.
No meu Peito não batem Pássaros realiza a narrativa
de três figuras que tentam descobrir espaços urbanos, carregar sonhos maiores que
eles e compor palavras com a linha comum de inventar um mundo. É um livro
sobre criadores, é um livro sobre cidades e ainda um livro sobre três figuras
que entre a solidão e a desilusão nos definem o assombro das palavras, a
linguagem para compor aquilo que é a vida de milhões, o prenúncio do mundo
moderno.
No meu Peito não batem Pássaros fala-nos da vida, da
memória, da morte, do esquecimento, entre os caminhos que percorremos, com o
sol a nascer em nós. A infância, o consolo das histórias vividas e inventadas
entre os que no tempo forjaram o azul de um aconchego e nos deram a visão de um
caminho.
Livro imenso, uma sabedoria de palavras, momentos
intermitentes que nos dão a linha dos olhos que procuramos para recuperar a
beleza, o encontro com a respiração do amor. E, ainda esse sonho antigo que nos
faça ser um ponto brilhante nos dias esquecidos. A beleza e o sorriso entre as
cicatrizes que nos caracterizam, que nos rasgaram o espírito e o corpo até
chegar ao encontro, à mão, ao perfume solar capaz de nos fazer render um novo
salto, a dos pássaros que em nós voam.
No meu peito não cabem pássaros
/ Nuno Camarneiro. Lisboa: D. Quixote, 2013.
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quinta-feira, 23 de julho de 2020
Palavras em tempos de crise
"Não tenho tempo para ler" foi uma das ideias deste ano letivo nas Bibliotecas do AEARS. Depois de dizer esta frase várias
vezes, hoje, sábado, chegou o dia de pegar num livro.
Talvez, em jeito de homenagem, escolhi um livro do grande escritor Luís
Sepúlveda, para a primeira leitura de verão.
O livro Palavras em Tempo de Crise guarda nele um
conjunto de contos. O primeiro, com a designação " Churrasco é assunto do velho"
fala-nos da alegria de um pai, que consegue reunir os seus filhos espalhados
pelo Mundo, para saborear um churrasco. Neste conto o pai vai dizendo, que não sabe se foi bom pai, por não ter dado aos filhos o
"tempo" que mereciam. No entanto, ele tem uma certeza. A que lhe diz que tem o carinho de todos e
que sempre foi um amigo com quem os filhos poderão contar, para tudo o que acontecer nas
suas vidas. Este pai sabe algo muito importante. Sabe que desfrutou de cada segundo junto dos seus filhos e assim sente-se em
paz com ele próprio.
Quem não se questiona se foi ou é um bom Pai ou Mãe?!
Que "viagens" me trarão os contos seguintes? Estou curiosa.
Professora Augusta Almeida
Palavras em tempos de crise: artigos e reflexões / Luís Sepúlveda. Porto: Porto Editora, 2014.
Palavras em tempos de crise: artigos e reflexões / Luís Sepúlveda. Porto: Porto Editora, 2014.
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terça-feira, 30 de junho de 2020
Uma aventura Literária... 2020
No âmbito da
disciplina de Português, sob a orientação da professora Paula Sobral, vários alunos da turma M9C
participaram no projeto nacional “ Uma Aventura… Literária 2020”,
nas modalidades de texto original e de desenho, tendo a aluna Edite Rolo,
número cinco, sido distinguida com uma “Menção Honrosa” no referido
projeto. O trabalho consistiu na análise de um excerto do livro “ Uma Aventura
no Fundo do Mar”, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, e reprodução fiel, na
modalidade desenho, a preto e branco, de uma descrição do livro.
Tal como previsto no
regulamento e conforme comunicação, via e-mail, a aluna supracitada irá
receber, além do diploma de “Menção Honrosa”, um livro, oferta da
Editorial Caminho que será enviado em breve para a escola.
Tu podes ser o
próximo vencedor! Por isso, no próximo ano, fala com a tua professora de
Português e participa nesta aventura literária.
Prof. Paula Sobral
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