terça-feira, 12 de maio de 2020

Biblio@rs (XII)



A Civilização Grega (800 a 500 A. C.) - O mundo helénico do século V a.C.

As contínuas invasões que o espaço da Grécia continental foi sofrendo criou a necessidade de procurar algum tipo de segurança e proteção e, assim alguma forma de organização política. As dificuldades relacionadas com um espaço montanhoso e de solo pouco fértil criaram outras tantas dificuldades. A formação de cidades foi uma das respostas para superar essas necessidades. Assim ao contrário de outras civilizações do Período Antigo, a Civilização Grega nunca se constituiu num Estado organizado centralmente.

As invasões levaram à ocupação das melhores terras e tendo o espaço da Grécia zonas de montanhas e encostas próximas das planícies, os diferentes povos ficaram isolados  uns dos outros.  Nasceram e creseceram cidades que eram autónomas umas das outras e que tinham governos e instituições próprias. Nasciam as cidades-estado, designadas de pólis, de que falaremos noutra publicação.  

Neste espaço continental, nas colónias e nas ilhas difundiu-se um conjunto de características culturais que se estenderam às ilhas e às colónias criadas. Nessas características comuns estavam a língua, a religião, os costumes e as atividades económicas, muito influenciadas pelo comércio. Entre os séculos VIII e VI a.C., registou-se um movimento de expansão e colonização gregas por todo o Mediterrâneo e pelo mar Negro. Esta expansão procurou resolver as dificuldades sentidas (pobreza do solo, espaço alargado na costa marítima, frequentes invasões externas e possibilidades comerciais).

As colónias fundadas por uma cidade-estado mantinham as características daquela na zona continental e davam a esse conjunto uma harmonia nos costumes, na língua e nos valores culturais. A fundação de uma colónia era algo feito de modo muito original, pois introduzia-se a consulta a um oráculo em aspetos como a sua localização ou o tempo próprio para o fazer. A coloniização era feita com recurso aos cidadãoes com mais dificuldades que assim tentavam melhorar as suas condições de vida. Interessante a ideia grega de levar um símbolo muito próprio, o fogo sagrado da cidade continental, a metrópole, para as diferentes colónias.

Na nova colónia os colonos ofereciam oferendas aos deuses (geralmente animais) e iniciavam a construção de uma cidade semelhante à da metropóle, de onde tinham vindo. A forma das casas e das ruas era feita  a partir do que existia na metrópole e, assim não havendo um estado central havia uma ligação entre a metrópole e a sua cidade-estado e as colónias. Isto permitou que em dois séculos o espaço da Civilização Grega se alargasse da Península Bálcânica para um espaço desde o mar Negro, na Ásia Menor até à Península Ibérica. Isso permitu que se transformasse numa civilização de grande valor marítimo e comercial.

O século V a.C., marca o apogeu da Civilização Grega, aquilo que se designou como o mundo helénico. Distanciados por cidades-estado e pela fundação de colónias, a Civilização Grega manteve aspetos comuns neste grande espaço. Nas próximas publicações falaremos desses aspetos, desde a organização social, as cidades-estado, a vida quotidiana e as manifestações culturais.


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