sexta-feira, 15 de maio de 2020

Biblio@rs (XV)



A Civilização Grega - A vida quotidiana I (século V a.C.)

A vida quotidiana grega ficou marcada também no quotidiano por  características muito específicas. O clima influenciou muito um modo de vida "solar", passado muito fora da habitação, Nas diferentes atividades económicas o "estar ao ar livre", fora de casa foi muito cultivado nesta civilização. A vida quotidiana do mundo helénico pode ser conhecida por aquilo que nos foi deixado, obras literárias, cerâmica, escultura, arquitetura e pintura entre outras.

Dos diferentes espaços da pólis, a ágora concentrava aquilo que era uma zona de convívio dos cidadãos e outros habitantes. Ao concentrar edifícios públicos e espaços para o comércio era na ágora que a vida social dos gregos se desenvolvia.  É importante não esquecer que a discussão sobre os problemas da cidade, ou sobre os mistérios da existência interessava muito ao gregos e assim política e filosofia eram temas em discussão na ágora quotidianamente. A ágora funcionava como um espaço de informação e de formação para os habitantes da pólis.

As refeições na pólis eram basicamente duas. O almoço composta de legumes, pão, às vezes peixe. Após o pôr do sol realizava-se o jantar que era semelhante ao almoço. A qualidade da alimentação variava em função das possibilidades económicas de cada família. Os escravos ou os agricultores tinham uma alimentação menos rica que os cidadãos.

Na Civilização Grega bebia-se água, mas também vinho. A existência de muitas taças na cerâmica revela  a importância do vinho nos hábitos da população. As mulheres não podiam consumir vinho, com a exeção de ser em alguns casos considerado como medicamento. Assim elas bebiam essencialmente água, leite e algumas infusões feitas a partir de plantas naturais. as sacerdotisas tinham acesso ao consumo de vinho, pois acreditava-se que assim o seu estado de espírito podia melhor comunicar com as divindades.

Nos hábitos quotidianos dos habitantes da pólis é de realçar que mesmo nos simpósios (festas particulares) as mulheres e as crianças eram afastadas do espaço reservado para isso (o ândron),  inclusive as dos convidados que ficavam no gineceu.  Eram encontros com iguarias mais requintadas, onde a música entrava com grande destaque. Escravas e dançarinas eram as únicas presenças autorizadas além dos homens convidados. A conversa, a recitação de poemas e a música animavam estes encontros.

Na ocupação diária os gregos davam muita importância aos tempos de exercício físico e mental. Estes ocorriam no ginásio e nos jardins destes. Poucas civilizações cultivaram de um modo tão próximo a educação do corpo e do espírito. Isso é algo que vai também influenciar a arte e as produções culturais e artísticas.

As crianças não tinham uma presença muito regular nos espaços públicos. Ficavam quase todo o tempo em casa junto da mãe, com algumas saídas ocasionais à ágora. Aos sete anos de idade e em particular em Atenas passavam a frequentar uma escola que tinha um ritmo de trabalho acelerado em função da idade das crianças. A brincadeira desaparecia nesta idade e havia uma concentração numa formação muito exigente nos campos físico, moral, artístico e intelectual. A educação era a base para a formação dos futuros cidadãos e do governo da pólis

As mulheres tal como as crianças não tinham presença regular nos espaços públicos. A vida era monótona, repetida em ocupações caseiras, pois a elas não era possível participar nas tarefas administrativas ou políticas da pólis. No entanto, e o que será algo muito curioso na Civilização Grega as mulheres podiam ser sacerdotisas.
Imagem: Acrópole de Atenas (destaque para o Pártenon),

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