segunda-feira, 25 de maio de 2020

Biblio@rs (XVIII-IV)


A Civilização Grega - As manifestações artísticas - a religião IV (os cultos)

A religião grega foi marcada por um conjunto de cultos, que incluía uma dimensão familiar ou doméstica, assim como outras de natureza pública, ou de reverência aos mistérios, à morte e às festividades mensais, entre outras. Como temos visto, a religião e os mitos desempenharam um papel muito importante na vida quotidiana da Civilização Grega. Na homenagem às suas divindades, para o recebimento de favores e ajuda na vida, os gregos construíram um conjunto de rituais a elas dedicados. 


  • culto familiar - um dos aspetos particulares, entre muitos é esta ideia de cultivar a adoração a uma divindade no próprio ambiente familiar. As casas gregas tinham um altar doméstico, dedicado à deusa Héstia, pois ela era considerada a protetora do lar. Esta deusa encontrava-se no pátio interior da casa e além de proteção à família tinha igualmente a função de honrar os antepassados da família. Ofereciam-se frutos e outros produtos agrícolas como leite, mel e animais.
  • culto público - todas as cidades tinham um deus protetor e realizavam-se diferentes atividades culturais e desportivas para obter o seu favorecimento. Nos cultos públicos da Grécia existiam sempre atividades desportivas. A participação da população nestes cultos públicos era encarado como uma forma de proteger o espaço da pólis. Atividades desportivas, cerimónias religiosas e exibição de peças de teatro faziam parte dos cultos públicos.
  • culto dos mistérios - sabe-se pouco sobre este culto que tinha a função de salvar uma pessoa em particular. Conhecem-se algumas manifestações perto da cidade de Atenas com a deusa Deméter, que estava ligada às questões agrícolas.
  • culto da morte - a Civilização Grega foi muito particular em diversos aspetos. Um dos mais marcantes é talvez a ideia de que o que mais importava era a vida. Era muito mais importante compreendê-la, do que pensar sobre as questões da morte. Ainda assim acreditavam na vida após a morte, pois respeitavam-se rituais fúnebres quando ela acontecia a alguém conhecido.
  • cultos pan-helénicos - as divindades tinham santuários nas suas diferentes cidades-estado. A deslocação pelo espaço do Mediterrâneo faziam-se por motivos económicos, mas também para a celebração destas divindades em diferentes cidades.  Os mais importantes e que deram unidade ao espaço da civilização foram o Templo de Apolo, em Delfos e o de Zeus, em Olímpia.
  • culto das festas religiosas - nos diferentes meses do ano criaram-se festas religiosas para determinadas divindades. Por exemplo: as Dionisíacas maiores em fevereiro com destaque para Dionísio, ou em setembro para os jogos atléticos com o festejo de Apolo e dos diferentes heróis nacionais.
  • as panateneias - eram cerimónias religiosas e culturais dedicadas à deusa Atena e realizavam-se anualmente pelo Verão. As panateneias duravam dez dias e nelas o aspeto desportivo assumia-se como o mais importante. A dança, o combate, as provas hípicas, de ginástica e de música preenchiam esses dias. No último dia concretizava-se a panateneia, que era um ritual religioso à deusa Atena que se espalhava por toda a cidade, com o cumprimento de oferendas diversas.

Imagem: Copyright - Friso das Panateneias, No Pártenon em Atenas

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