e algumas há que, em francês
me chamam borboleta.
O pé de mim,
a gravata
não passa de uma seta
de pano
apontando para o chão.
No turbante,
os orientais
trazem sempre
escondido
um grande livro:
as Mil e Uma Noites.
Apesar
do seu ar
de centopeia,
o pente
não morde,
só penteia.
De que arcos me faço,
que arcos me fazem,
se visto de lado!
Sou mais do que um S,
sou quase uma lira,
se visto de lado.
Sou como um harpejo,
no ar, inclinado,
um curvo desejo.
E se muitos em mim
aos pares se sentaram
foi ´so p'ra esperarem
o momento de um beijo.
Flor
entre as folhas do livro
ou asa de borboleta?
Flor
entre as folhas do livro,
de que longínqua montanha vieste?
Flor
entre as folhas do livro,
há quantos anos te escondi?"
"Laço", "Pente", "Banco de jardim" "Flor", in Pequeno livro das coisas / João Pedro Mésseder; il. Rachel Caiano. Alfragide: Caminho, 2012
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