“Mas hoje acordo, subo ao convés e tenho uma alegria frenética. Tudo isto, todo este azul, toda esta frescura, me entra em jorro pelos olhos dentro. A tinta azul não só ondula – estremece em pequenos grãos vivos, duma acção extraordinária, e o mundo sempre novo que me rodeia penetra-me do seu bafo e comunica-me a sua vida. (…) Luz cinzenta, luz doirada – transparência azul boiando cheia de cintilações ao longe, e depois mais luz viva que nasce e estremece diante da grande massa escura que sai do mar sobre a magia do nascente (…) E é esta luz que me acompanha e nunca mais me larga. A mim que vivo de luz límpida, e que acordo todas as manhãs com o pensamento na luz.”
As Ilhas Desconhecidas / Raul Brandão. Lisboa: Quetzal, páginas. 12, 15 e 19
Imagem – No mar de São Miguel, Açores.
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