"Caso estranho e espantoso
Este que vos vou contar…
Passou-se numa terrinha
- Provavelmente vizinha –
Sem nada de particular.
Por isso, não há razão
Para aquela raridade
Que fez chegar de fora
Gente que, sem mais demora,
Quis ver a anormalidade.
“Mas o que é que aconteceu?”,
Estarão vocês a perguntar.
Pois bem, estão avisados:
Espero que estejam sentados,
Vou começar a narrar….
Estava o céu esverdeado
Num fim de tarde qualquer
Quando milhares de ervilhas,
Redondas e pequeninas,
Começaram a… chover!
(Corre, menino, corre vai buscar
uma tigela,
Apanha as ervilhas todas, mete-as
Já numa panela!)
Se foi grande a confusão,
Difícil foi o digerir,
Que gente de boca aberta,
Ficou enjoada pela certa,
De tanta ervilha engolir!
Mas ouvi dizer … que há quem jure,
Que viu no telejornal,
Que isto já se previa
E que o senhor da meteorologia
Já tinha avisado, afinal!"
"Ervilha", in Poemas da hora e outros
poemas / Manuela Leitão; il. Maria Monteiro.
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