quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Minutos de leitura

"Caso estranho e espantoso
Este que vos vou contar…

Passou-se numa terrinha
- Provavelmente vizinha –
Sem nada de particular.

Por isso, não há razão
Para aquela raridade

Que fez chegar de fora
Gente que, sem mais demora,
Quis ver a anormalidade.

“Mas o que é que aconteceu?”,
Estarão vocês a perguntar.

Pois bem, estão avisados:
Espero que estejam sentados,
Vou começar a narrar….

Estava o céu esverdeado
Num fim de tarde qualquer

Quando milhares de ervilhas,
Redondas e pequeninas,
Começaram a… chover!

(Corre, menino, corre vai buscar 
uma tigela,
Apanha as ervilhas todas, mete-as
Já numa panela!)

Se foi grande a confusão,
Difícil foi o digerir,

Que gente de boca aberta,
Ficou enjoada pela certa,
De tanta ervilha engolir!

Mas ouvi dizer … que há quem jure,
Que viu no telejornal,

Que isto já se previa
E que o senhor da meteorologia
Já tinha avisado, afinal!"

"Ervilha", in Poemas da hora e outros poemas / Manuela Leitão; il. Maria Monteiro.

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