em não deixar o mar passar.
Essa guerra constante…
Tantas vezes apagaram vidas,
Essas ondas pecadoras...
E do Cabo Carvoeiro
Ainda se sente o cheiro
Das gerações pescadoras.
Memórias levadas pelo vento,
E trazidas novamente
pelo canto das gaivotas esfomeadas,
Que anseiam no areal,
As traineiras carregadas.
O seu canto mistura-se
com o canto das sereias
Que afastam os pássaros das areias,
E que fogem para o céu.
Estas águas que mancham o mundo
De um azul-esverdeado.
Que pelos cantores foi cantado
E por pintores foi pintado.
E quem por aqui haveria de passar,
A luz do sol haveria de guardar,
E o cheiro a maresia haveria de sentir.
E quem por este mar passou
E por esta terra andou,
Peniche lhe chamou…"
João Fortunato, 2013.
Imagem: Cabo Carvoeiro, um dos extremos sudoestes da Península Ibérica.
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