Espaço institucional de partilha e divulgação das atividades das Bibliotecas Escolares do Agrupamento de Escolas António Rodrigues Sampaio
sexta-feira, 30 de outubro de 2020
Dia internacional da biblioteca escolar (III)
Dia internacional da biblioteca escolar (II)
- Nas bibliotecas há muitos livros e nele podemos aprender muitas coisas. (Martim A.)
- Os livros ajudam-nos a conhecer coisas e lugares que nunca vimos antes. (Beatriz)
- Eu gosto muito de ir buscar livros à biblioteca. Dantes era a minha mãe que lia, mas agora eu vou aprender a ler e vou ler eu para ela. (Guilherme)
- A biblioteca é um lugar confortável. É limpo e arrumado. Eu gosto de olhar para os livros e imaginar histórias. (Dinis)
- A biblioteca está cheia de livros que nos ensinam. Eu gosto muito mais de ver histórias nos livros do que no telemóvel da mãe. (Lara)
Dia internacional da biblioteca escolar (I)
- As bibliotecas escolares são importantes porque podemos ler e estudar.
- Nas bibliotecas devemos falar baixinho para podermos ler os livros.
- Nas bibliotecas devemos estar quietinhos e caladinhos.
- Quem vai à biblioteca tem que deixar os livros no mesmo sítio, quer dizer (arrumadinhos).
- Nas bibliotecas podemos encontrar livros para crianças, para bébés e para adultos
Outubro Rosa
Celebrar o Halloween
Minutos de leitura
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra com tanto mar
como a palavra
Açores.
Minutos de leitura
"Atravessaram o Mar dos Sargaços e viram peixes voadores.
E viram as grandes baleias que atiram repuxos de água para o céu e viram os grandes vapores que deixam atrás de si colunas de fumo suspensas no ar. E viram os icebergues majestosos e brancos na solidão do oceano. E nadaram ao lado dos veleiros que corriam velozes esticados no vento. E os marinheiros gritavam de espanto quando viam um rapaz agarrado à cauda dum golfinho. Mas eles mergulhavam e desciam ao fundo do mar para não serem pescados. Aí estavam os antigos navios naufragados com os seus cofres carregados de oiro e os seus mastros quebrados cobertos de anémonas e conchas.
Depois de nadarem sessenta dias e sessentas noites chegaram a uma ilha rodeada de corais. O golfinho deu a volta à ilha e por fim parou em frente duma gruta e disse:
– É aqui; entra na gruta e encontrarás a Menina do Mar.
– Adeus, adeus, golfinho. Obrigado, obrigado.
A gruta era toda de coral e o seu chão era de areia branca e fina. Tinha em frente um jardim de anémonas azuis. O rapaz entrou na gruta e espreitou. A menina, o polvo, o caranguejo e o peixe estavam a brincar com conchinhas. Estavam quietos, tristes e calados. De vez em quando a menina suspirava.
– Estou aqui! Cheguei! Sou eu! – gritou o rapaz. (…)
Então a Menina do Mar sentou-se no ombro do rapaz e disse:
– Estou tão feliz, tão feliz, tão feliz! Pensei que nunca mais te ia ver. Sem ti o mar, apesar de todas as suas anémonas, parecia triste e vazio. E eu passava os dias inteiros a suspirar. E não sabia o que havia de fazer. Até que um dia o Rei do Mar deu uma grande festa. Convidou muitas baleias, muitos tubarões e muitos peixes importantes. E mandou-me ir ao palácio para eu dançar na festa. No fim do banquete chegou a altura da minha dança e eu entrei na gruta onde o rei do Mar estava com os seus convidados, sentado no seu trono de nácar, rodeado de cavalos-marinhos. Então os búzios começaram a cantar uma cantiga antiquíssima, que foi inventada no princípio do Mundo. (…)
Então o Rei do Mar teve pena da minha tristeza e teve pena de ver uma bailarina que já não sabia dançar. (…)
No dia seguinte de manhã eu voltei ao palácio. E o Rei do Mar sentou-me no seu ombro e subiu comigo à tona das águas. Chamou uma gaivota, deu-lhe o frasco com o filtro de anémonas e mandou-a ir à tua procura. E foi assim que eu consegui que tu voltasses. (…)
– Agora a tua terra é o mar – disse a Menina do Mar.
E foram os cinco através de florestas [A menina do Mar, o rapaz, o polvo, o peixe e o caranguejo], areais e grutas.
No dia seguinte houve uma festa no palácio do Rei. A Menina do Mar dançou toda a noite e as baleias, os tubarões, as tartarugas e todos os peixes diziam:
– Nunca a vimos dançar tão bem.
E o Rei do Mar estava sentado no seu trono de nácar, rodeado de cavalos-marinhos e o seu manto de púrpura flutuava nas águas.
Imagem: Copyright – Fernanda Fragateiro
quinta-feira, 29 de outubro de 2020
Escritor do mês - outubro (IX)
Minutos de leitura
"Há na casa algo de rude e elementar que nenhuma riqueza mundana pode corromper,e, apesar do seu halo de solidão e do seu isolamento na duna, a casa não é margem mas antes convergência, encontro, centro.
Minutos de leitura
O caminho entre a praia e a casa foi percorrido com alguma pressa. Ansiosos, os meus dedos afagavam aquele objecto misterioso que não obedecia à lei fundamental de todo o búzio digno desse nome: trazer gravado dentro de si o marulhar das ondas para que as pessoas possam recordar o ruído do mar, mesmo quando estão longe dele.
quarta-feira, 28 de outubro de 2020
Biblio@rs - a civilização romana (III)
A Civilização Romana - O espaço
Livros do mês - 2.º / 3.º Ciclos (IV) - outubro
"O Cabedelo para mim era o deserto, cheio de prestígio e de aventuras.... Era no Cabedelo que tomávamos os melhores banhos, deitados na areia, deixando vir sobre nós a vaga num rodilhão de algas e espuma. Andar um momento envolvido na crista da onda, ser atirado numa sufocação sobre a areia, correr de novo para o mar, direito à vaga que se encapela lá no fundo, formando concha, outra vez aturdido e impregnado de uma vida nova; e depois procurar, a escorrer, um côncavo quentinho de areia que nos sirva de abrigo contra o vento e secar-se a gente naquele lençol doirado - é uma das coisas boas da terra. E outro prazer simples e extraordinário é ir descalço pelo grande areal fora com os pés na água. A onda vem, espraia-se, molha-nos e salpica-nos de espuma. Calca-se esse mosto branco e salgado que gela e vivifica, e caminha-se sempre ao lado dos sucessivos rolos que se despedaçam na areia. A onda vem, cresce e, antes de se despedaçar em espuma, o sol veste-a de uma armadura de aço a reluzir. Há-as de um esverdeado de alga morta, há-as que se derretem e fundem em torvelinhos de branco e há-as que recuam e se enovelam noutras ondas prestes a desabar. Mas há umas, esplêndidas, que vi em Mira, ao pôr do sol, quando o vasto areal fica todo ensanguentado. A onda forma-se e corre por aquela magnífica estrada que vem do Sol até à praia, ganha primeiro reflexos doirados na crista e depois, quando se estira pelo areal molhado, fica cor do vinho nos lagares.
Livros do mês - 1.º Ciclo (III) - outubro
"Passaram dias e dias. O rapaz voltou muitas vezes às rochas, mas nunca mais viu a menina nem os seus três amigos. Era como se tudo tivesse sido um sonho.
Até que chegou o Inverno. O tempo estava frio, o mar cinzento e chovia quase todos os dias. E numa manhã de nevoeiro o rapaz sentou-se na praia a pensar na Menina do Mar.
E enquanto assim estava viu uma gaivota que vinha do mar alto com uma coisa no bico. Era uma coisa brilhante que reflectia a luz e o rapaz pensou que deveria ser um peixe. Mas a gaivota chegou junto dele, deu uma volta no ar e deixou cair a coisa na areia.
O rapaz apanhou-a e viu que era um frasco cheio duma água muito clara e luminosa.
– Bom dia, bom dia – disse a gaivota.
– Bom dia, bom dia – respondeu o rapaz. – Donde é que vens e porque é que me dás este frasco?
– Venho da parte da Menina do Mar – disse a gaivota. – Ela manda-te dizer que já sabe o que é a saudade. E pediu-me para te perguntar se queres ir ter com ela ao fundo do mar.
– Quero, quero – disse o rapaz. – Mas como é que eu hei-de ir ao fundo do mar sem me afogar?
– O frasco que te dei tem dentro suco de anémonas e suco de plantas mágicas. Se beberes agora este filtro passarás a ser como a Menina do Mar. Poderás viver dentro de água como os peixes e fora da água como os homens.
– Vou beber já – disse o rapaz.
E bebeu o filtro.
Então viu tudo à sua roda tornar-se mais vivo e mais brilhante.
Sentiu-se alegre, feliz, contente como um peixe. Era como se alguma coisa nos seus movimentos tivesse ficado mais livre, mais forte, mais fresca e mais leve.
– Ali no mar – disse a gaivota – está um golfinho à tua espera para te ensinar o caminho.
O rapaz olhou e viu um grande golfinho preto e brilhante dando saltos atrás da arrebentação das ondas. Então disse:
– Adeus, adeus, gaivota. Obrigado, obrigado.
E correu paras as ondas e nadou até ao golfinho.
– Agarra-te à minha cauda – disse o golfinho.
E foram os dois pelo mar fora.
Nadaram muitos dias e muitas noites através de calmarias e tempestades."
A Menina do Mar / Sophia de Mello Breyner Andresen ; il. Fernanda Fragateiro. Porto : Porto Editora, 2012. Imagem: Copyright – Fernanda Fragateiro
Minutos de leitura
"Entre a casa e a cidade longínqua estendem-se as dunas como um grande jardim deserto, inculto e transparente onde o vento que curva as ervas altas, secas e finas faz voar em frente dos olhos o loiro dos cabelos. Ali crescem também os lírios selvagens cujo intenso perfume, pesado e opaco como o perfume de um nardo, corta o perfume árido e vítreo das areias.
Minutos de leitura
terça-feira, 27 de outubro de 2020
Escritor do mês - outubro (VIII)
Minutos de leitura
“Mas hoje acordo, subo ao convés e tenho uma alegria frenética. Tudo isto, todo este azul, toda esta frescura, me entra em jorro pelos olhos dentro. A tinta azul não só ondula – estremece em pequenos grãos vivos, duma acção extraordinária, e o mundo sempre novo que me rodeia penetra-me do seu bafo e comunica-me a sua vida. (…) Luz cinzenta, luz doirada – transparência azul boiando cheia de cintilações ao longe, e depois mais luz viva que nasce e estremece diante da grande massa escura que sai do mar sobre a magia do nascente (…) E é esta luz que me acompanha e nunca mais me larga. A mim que vivo de luz límpida, e que acordo todas as manhãs com o pensamento na luz.”
Minutos de leitura
No dia seguinte, logo de manhã, o rapaz foi ao seu jardim e colheu uma rosa encarnada muito perfumada. Foi para a praia e procurou o lugar da véspera.
– Bom dia, bom dia, bom dia – disseram a menina, o polvo, o caranguejo e o peixe.
– Bom dia – disse o rapaz. E ajoelhou-se na água, em frente da Menina do Mar.
– Trago-te aqui uma flor da terra – disse -; chama-se rosa.
– É linda, é linda! – disse a Menina do Mar, dando palmas de alegria e correndo e saltando em roda da rosa.
– Respira o seu cheiro para veres como é perfumada.
A menina pôs a sua cabeça dentro do cálice da rosa e respirou longamente.
Depois levantou a cabeça e disse suspirando:
– É um perfume maravilhoso. No mar não há nenhum perfume assim. Mas estou tonta e um bocadinho triste. As coisas da terra são esquisitas. São diferentes das coisas do mar. No mar há monstros e perigos, mas as coisas bonitas são alegres. Na terra há tristeza dentro das coisas bonitas.
– Isso é por causa da saudade – disse o rapaz.
– Mas o que é a saudade? – perguntou a Menina do Mar.
– A saudade é a tristeza que fica em nós quando as coisas de que gostamos se vão embora.
– Ai! – suspirou a Menina do Mar olhando para a terra. – Porque é que me mostraste a rosa? Estou com vontade de chorar.
O rapaz atirou a rosa e disse:
– Esquece-te da rosa e vamos brincar.
E foram os cinco, o rapaz, a menina, o polvo, o caranguejo e o peixe pelos carreirinhos de água, rindo e brincando durante a manhã toda.
Até que a maré começou a subir e o rapaz teve que se ir embora.
No dia seguinte, de manhã, tornaram a encontrar-se todos no sítio do costume.
– Bom dia – disse a menina. – O que é que me trouxeste hoje?
O rapaz pegou na Menina do Mar, sentou-se numa rocha e ajoelhou-se a seu lado.
– Trouxe-te isto – disse. – É uma caixa de fósforos.
– Não é lá muito bonito – disse a menina.
– Não; mas tem lá dentro uma coisa maravilhosa, linda e alegre que se chama fogo. Vais ver.
E o rapaz abriu a caixa e acendeu um fósforo.
A menina deu palmas de alegria e pediu para tocar no fogo.
– Isso – disse o rapaz – é impossível. O fogo é alegre, mas queima.
– É um sol pequenino – disse a Menina do Mar.
– Sim – disse o rapaz – mas não se lhe pode tocar.
E o rapaz soprou o fósforo e o fogo apagou-se.
– Tu és bruxo – disse a menina -, sopras nas coisas e elas desaparecem.
– Não sou bruxo. O fogo é assim. Enquanto é pequeno qualquer sopro o apaga. Mas depois de crescido pode devorar florestas e cidades.
– Então o fogo é pior que a Raia? – perguntou a menina.
– É conforme. Enquanto o fogo é pequeno e tem juízo é o maior amigo do homem: aquece-o no inverno, cozinha-lhe a comida, alumia-o durante a noite. Mas quando o fogo cresce de mais, zanga-se, enlouquece e fica mais ávido, mais cruel e mais perigoso do que todos os animais ferozes.
– As coisas da terra são esquisitas e diferentes – disse a Menina do Mar. – Conta-me mais coisas da terra.
Então sentaram-se os dois dentro de água e o rapaz contou-lhe como era a sua casa e o seu jardim e como eram as cidades e os campos, as florestas e as estradas.
– Ah!, como eu gostava de ver isso tudo – disse a menina cheia de curiosidade."
Imagem: Copyright – Fernanda Fragateiro
segunda-feira, 26 de outubro de 2020
dia internacional da biblioteca escolar
mês internacional das Bibliotecas escolares
Há já há diversos anos que no mês de outubro se celebra, o mês internacional das bibliotecas escolares. Esta iniciativa é promovida pela IASL (International Association of Scholl Libraries). Este ano foi escolhido o dia 26 de outubro para celebrar esta data, onde se procura convidar todos a celebrar a ligação entre os livros, a leitura e as bibliotecas, como espaços de aprendizagem e de descoberta.