nos confins do mundo, ergue-se um farol.
Foi construído para durar para sempre,
alumiando o mar com a sua luz,
guiando os navios que passam.
Do crepúsculo ao amanhecer, o farol relampeja.
Olá!
...Olá!
... Olá!
... Olá, Farol!
Chega o novo faroleiro para substituir o antigo
e continuar a cuidar da luz.
Ele limpa as lentes e acrescenta petróleo
e apara a ponta queimada do pavio.
Durante a noite, dá corda ao mecanismo
que mantém o candeeiro em movimento.
Durante o dia, pinta as divisões redondas
com tinta verde-mar.
Ele escreve no diário do farol, cose à mão
e escuta o vento que se levanta lá fora.
O vento inspira fundo e sopra e sopra.
Olá!
...Olá!
...Olá!
O faroleiro ferve água e bebe o seu chá,
enquanto, da janela, pesca bacalhau.
Ele põe a mesa e trauteia uma música
e anseia por ter alguém com quem conversar.
Quando a saudade aperta, escreve-lhe uma carta
e lança-a às ondas.
Ele cuida da luz, escreve no diário do farol
e aguarda pela resposta dela.
O céu escure, e as ondas agiganta-se e rebentam.
Olá!
...Olá!
...Olá!"
Olá, Farol! / Sophie Blackall. Amadora: Fábula, 2019
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