terça-feira, 10 de novembro de 2020

Biblio@rs - a civilização romana (V)


 A Civilização Romana - A construção do Império (I)

O império Romano construiu-se ao longo de um longo período. Teve o seu início no século V a.C. e atingiu a sua máxima expressão no século II d. C. A expansão romana partiu da Península Itálica e alargou-se para ocidente, oriente e sul. 

A expansão realizou-se por questões de segurança e motivos económicos e sociais. Roma precisou na fase inicial de manter a segurança das suas fronteiras, pois existiam povos no Mediterrâneo que ameaçavam o seu comércio. Os Cartagineses foram o povo que mais colocou dificuldades ao domínio romano do Mediterrâneo. Nesta defesa do seu espaço teve muita importância o papel do exército.

A expansão romana deveu-se igualmente à procura de melhores condições de vida. A Península Itálica era constituída por uma população que se dedicava à agricultura, mas esta era realizada em solos pouco férteis. A procura de terras mais férteis, assim como o acesso a novos produtos, a outras riquezas motivou a expansão romana. Das terras que conquistavam traziam alimentos, minérios e escravos que trocavam por outros produtos. A expansão romana influenciou a organização social, pois criaram-se novos cargos e negócios para diferentes elementos da sociedade.

Na formação do império podemos destacar diferentes áreas temporais:
  • Do século VIII ao século IV a.C.
Este período serviu para dar um sentido de unidade aos povos que habitavam a Península Itálica. Neste período coexistiram vários povos (Sabinos, Celtas, Etruscos) que acabariam por criar uma unidade política através da administração realizada por Roma. Os Etruscos foram o mais importante destes povos e o seu domínio por Roma permitiu atingir o controle das zonas da Itália central e meridional. Entre os séculos VI e IV a.C. os povos que ocupavam a designada Magna Grécia seriam vencidos assumindo Roma o controle da Península Itálica.
  • Do século III ao II a.C
Este período é dominado pelo confronto entre Roma e Cartago. Esse confronto teve a designação de Guerras Púnicas que decorreram entre 24-241, 218-201 e 149-146 a.C. Roma acabaria por dominar Cartago e iniciou o seu movimento de domínio de todo o Mediterrâneo. A ocupação da Península Ibérica deveu-se à necessidade de controle do Mediterrâneo e de acesso a minérios. A partir de 212 a. C. Roma avança para oriente, para a conquista da Grécia e para o domínio de várias zonas da Ásia Menor. 

  • Século I a.C.
A República como forma de governo chegaria às zonas que hoje correspondem à França, a Gália. Chegaria ainda com Júlio César ao norte de África, pelas conquistas no Egito. Com Augusto e com um governo dominado pelo imperador Roma chegaria às zonas do Danúbio, aos territórios que hoje formam a Suiça e à Germânia. O Império como forma de governo foi iniciado por Augusto que procurou ampliar e manter os espaços do Império.Com Cláudio, Roma chega às ilhas Britânicas. O Império Romano vive num período de grande prosperidade na fase ao Alto Império, com destaque para a dinastia dos Antoninos

  • Século II d. C.
O século II marca a expansão para os territórios a oriente chegando à Arménia, ou à Mesopotâmia. Deste período destacam-se Marco Aurélio e Adriano que procuraram fazer evoluir o governo das cidades tentando manter a Pax Romana fortificando as fronteiras do Império. Adriano procurou conhecer os espaços do Império para melhor resolver alguns dos problemas da administração romana. Marco Aurélio enfrentaria já conflitos nas fronteiras orientais, pois um conjunto de povos ameaçavam a integridade do Império.

  • Século III d. C.
O Imperador neste período perde muito do seu poder, pois vários grupos nas províncias passam a influenciar a escolha do imperador. Este poder foi recuperado a partir de 268, mas a dispersão de povos na fronteira do Império que rompiam em vagas tornou-se cada vez mais difícil de deter. Apesar de alguns sucessos na Gália e na zona do Danúbio o final do século III marca uma crise profunda do Império. Este é dividido em duas partes, o do Ocidente, com Maximiano e o do Oriente com Diocleciano. O Império sofreria outras divisões. Os designados "povos Bárbaros" continuaram a investir nas fronteiras do Império e durante o século III ainda foi possível segurar a sua ofensiva dentro do Império. No início do século IV a unificação religiosa e a defesa das fronteiras por Constantino tentou manter o Império nas suas fronteiras.

  • Século IV e V d. C.
No final do século IV a situação nas fronteiras do Império tornou-se mais difícil. Na zona do Danúbio os Hunos e os Visigodos conseguiram ultrapassar as fronteiras do Império. A parte ocidental do Império Romano cairia no início do século V, em 476. O poder dos chefes provinciais tornou o poder dos Imperadores muito frágil e as instituições deixavam de funcionar, assim como a administração do mundo romano. O Império Romano, uma das maiores construções da História chegaria ao fim em diferentes lugares em períodos diversos. No entanto, como veremos, a sua herança na cultura, na arte, na religião, no direito, na arquitetura iriam sobreviver, o que é algo extraordinário como forma de construção humana.

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