Espaço institucional de partilha e divulgação das atividades das Bibliotecas Escolares do Agrupamento de Escolas António Rodrigues Sampaio
sexta-feira, 27 de novembro de 2020
Semana da Cultura Científica (VI)
As Bibliotecas
Textos de Beatriz Vale, Dina Capitão e Élio. Ilustração de Dina Capitão.
Minutos de leitura
Numa noite em que o céu tinha um brilho mais forte
E em que o sono parecia disposto a não vir
Fui estender-me na praia sozinho ao relento
E ali longe do tempo acabei por dormir
E uma cara sardenta encheu-me o olhar
Ainda meio a sonhar perguntei-lhe quem era
Ela riu-se e disse baixinho, estrela do mar
Só ele obedeço, só ele me conhece
Só ele sabe quem sou no principio e no fim
Só a ele sou fiel e é ele quem me protege
Quando alguém quer à força
Ser dono de mim
Só sei que por instantes deixei de pensar
Uma chama invisível, incendiou-me o peito
Qualquer coisa impossível, fez-me acreditar
Inscrevemos no espaço um novo alfabeto
Já passaram mil anos sobre o nosso encontro
Mas mil anos são poucos ou nada para a estrela do mar
Só ele obedeço, só ele me conhece
Só ele sabe quem sou no principio e no fim
Só a ele sou fiel e é ele quem me protege
Quando alguém quer à força
Ser dono de mim
quinta-feira, 26 de novembro de 2020
As Bibliotecas
David da Costa Gomes, 5º C
Rodrigo Sousa, 5.º C
Rodrigo Salgueiro, 5º C
Biblio@rs - a civilização romana (VII)
O Império Romano construiu-se num longo período de tempo e foi possível devido a um conjunto de circunstâncias que permitiram dar resposta às ideias que estão na sua edificação.
O exército romano foi uma das chaves para a construção deste império. Com ele foi possível fazer um conjunto de conquistas, permitiu garantir as instituições criadas e manter a soberania romana em todo o império, nessa expressão de primeira globalização, a Pax Romana.
O exército romano estava dividido em unidades que se chamavam legiões. A capacidade do exército romano foi sendo aperfeiçoada com o tempo. O exército romano era uma instituição permanente. Todo o cidadão estava sujeito a integrar as suas fileiras e o recrutamento era voluntário, desde que o candidato respeitasse as condições de robustez física. Os elementos que integravam o exército romano recebiam um pagamento, o soldo.
O exército romano tinha uma hierarquia muito definida. Nas legiões existiam elementos que combatiam e outros que se encarregavam dos serviços de administração, ou do fabrico das armas que eram usadas em combate. Cada legião acampava de acordo com as decisões do general da legião ou dos tribunos ou centuriões que podiam desempenhar essa função.
Em tempos de paz os exército ocupava-se de tarefas de rotina ou de cultivo dos campos agrícolas. Quando em paz os elementos exército aprendiam a desempenhar outras funções, como a de pedreiros, lenhadores, ou outras tarefas ligadas aos artesãos. Era ainda o exército que era responsável pela construção de estradas, aquedutos, teatros e outras construções.
Os elementos que pertenciam ao exército permaneciam em tempo de paz em espaços chamados quartéis. Esses espaços tinham geralmente a dimensão de 20 hectares e eram de forma rectangular, com cantos arredondados e ficavam no meio do espaço, em frente ao portão principal.
Após servirem mais de quinze anos os elementos do exército eram recompensados pelo imperador que lhes atribuía uma reforma e um pedaço de terra para poderem cultivar.
Imagem: Caio Júlio César Octaviano Augusto, primeiro imperador de Roma
Minutos de leitura
A menina que a Sophia
Pôs-se um dia a imaginar!...
Viver numa poça de água,
Fazer dela o meu abrigo
- Cabeça tonta, esse mar,
Que se esquece de levar
As poças de água consigo!
Pediria às algas verdes
Que fizessem de alface
E à estrela.do-ar, com os seus braços,
Que me desse mil abraços
Sempre que eu precisasse.
Como cabide da roupa
Usaria o camarão
E pediria à anémona
Que me enfeitasse a lapela
Ou fizesse de botão.
Ondeava o meu cabelo
De manhã, ao levantar;
Fazia do mexilhão a sacola
E iria para a escola
Montada na pulga-do-mar.
Amdava de carrossel
Nos braços de um polvo amigo
E o búzio faria o favor
De servir de intercomunicador
Para eu falar contigo.
Quando a noite enfim trouxesse
A lua, para me dar um beijo,
Deitava-me numa conchinha
E ouvia uma historinha
Contada por um caranguejo."
"A menina de sphia", in Poemas para as quatro Estações / Manuela Leitão. Lisboa: Máquina de voar.
Imagem: Copyright - Cristina Falcão
terça-feira, 24 de novembro de 2020
Semana da Cultura Científica (V) - Webinar
Olá, sou o Guilherme, embaixador da Escola Azul, e venho falar-vos de uma videoconferência sobre Florestas Autóctones e Floresta Marinhas. Esta atividade teve a participação das turmas do Agrupamento António Rodrigues Sampaio e da bibliotecária da Escola Básica António Rodrigues Sampaio, prof. Augusta, e dois técnicos especializados, Carlos do Carmo, do Gabinete Florestal da Câmara Municipal, e Vasco Ferreira, responsável pelo projeto Observatório Marinho de Esposende (OMARE). A videoconferência, difundida em direto para todas as turmas do Agrupamento, foi iniciada pela bibliotecária, que começou por falar sobre o que era o projeto Escola Azul e indicou os assuntos que iríamos abordar na sessão. Depois da sua intervenção, o Eng.º Carlos do Carmo apresentou informação sobre as florestas autóctones, um tema muito importante para todos nós, que chamou muito a atenção dos alunos e dos professores. Depois, o biólogo Vasco Ferreira iniciou o tema das florestas marinhas, de que gostei particularmente. Ouvimos informações sobre o mar, que me pareceram muito interessantes, e ficámos a conhecer melhor o mar de Esposende. No final, o professor falou sobre os temas abordados nesta sessão.
Guilherme Araújo - 8.ºMA
Semana da Cultura Científica (IV)
Semana da Cultura Científica (III)
[Este modesto texto é para si, meu amigo]”, poderia ser uma forma de começar esta biografia, no modo como Rómulo de Carvalho / António Gedeão tantas vezes fizeram nas suas obras. Rómulo de Carvalho foi professor, pedagogo, cientista, poeta, divulgador de ciência, investigador, historiador, um homem de grande valor cívico.
Minutos de leitura
Sabetudo, mais magro que de costume, arrancara os pelos do bigode depois dos doze primeiros fracassos, e com miados tremendos tentava desculpar-se:
- Não entendo. Revi conscienciosamente a teoria do voo, comparei as instruções de Leonardo com tudo o que se diz na parte delicada à aerodinâmica, volume primeiro, Letra “A” da enciclopédia, e no entanto não conseguimos. É terrível! Terrível!
Os gatos aceitavam as suas explicações, e toda a sua atenção se centrava em Ditosa, que depois de cada tentativa falhada ia ficando mais triste e melancólica.
Depois do último fracasso, Colonello decidiu suspender as tentativas, pois a sua experiência dizia-lhe que a gaivota começava a perder confiança em si mesma, e isso era muito perigoso se de verdade queria voar.
- Talvez não o possa fazer – opinou Secretário. – Se calhar viveu tempo de mais connosco e perdeu a capacidade de voar.
- Seguindo as instruções técnicas e respeitando as leis da aerodinâmica, é possível voar. Não se esqueçam de que está tudo na enciclopédia – apontou Sabetudo.
- Pelo rabo da raia! – exclamou Barlavento. – Ela é uma gaivota e as gaivotas voam!
- Tem de voar. Prometi-o à mãe e a ela. Tem de voar – repetiu Zorbas,
- E o cumprimento dessa promessa obriga-nos a nós todos – recordou Colonello.
- Reconheçamos que somos incapazes de a ensinar a voar e que temos de procurar auxílio para além do mundo dos gatos – sugeriu Zorbas.
- Mia claramente, caro amico. Aonde é que queres chegar? – perguntou Colonello, sério.
- Peço autorização para quebrar o tabu pela primeira e última vez na minha vida – solicitou Zorbas fitando os seus companheiros nos olhos.
- Quebrar o tabu! – miaram os gatos pondo as garras de fora e eriçando os lombos.
Miar a língua dos humanos é tabu. Assim rezava a lei dos gatos, e não porque eles não tivessem interesse em comunicar com os humanos. O grande risco estava na resposta que os humanos dariam. Que fariam com um gato falante? Com toda a certeza iriam encerrá-lo numa jaula para o submeterem a toda a espécie de provas estúpidas, porque os humanos são geralmente incapazes de aceitar que um ser diferente deles os entenda e trate de se dar a entender. Os gatos conheciam, por exemplo, a triste sorte dos golfinhos, que se tinham comportado de uma maneira inteligente com os humanos e estes tinham-nos condenado a fazer de palhaços em espetáculos aquáticos. E sabiam também das humilhações a que os humanos sujeitam qualquer animal que se mostre inteligente e recetivo com eles. Por exemplo, os leões, os grandes felinos obrigados a viver entre grades á espera de que um cretino lhes meta a cabeça entre as mandíbulas; ou os papagaios, encerrados em gaiolas a repetir parvoíces. De tal modo que miar na linguagem dos humanos era um risco muito grande para os gatos.
- Fica aqui junto da Ditosa. Nós retiramo-nos para debater a tua petição – ordenou Colonello.
Longas horas durou a reunião dos gatos à porta fechada. Longas horas durante as quais Zorbas se deixou ficar deitado junto da gaivota, que não escondia a tristeza por não saber voar.
Era já noite quando terminaram. Zorbas aproximou-se deles para conhecer a decisão.
- Nós, gatos do porto autorizamos-te a quebrar o tabu só desta vez. Miarás apenas com um humano, mas antes decidiremos entre todos com qual deles – declarou Colonello solenemente.
História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar / Luís Sepúlveda
Imagem: Copyright - Jim Braswell
sexta-feira, 20 de novembro de 2020
Semana da Cultura Científica (II)
Rómulo de Carvalho by BibliotecasAears on Scribd
Microplásticos
Minutos de leitura
preciso momento em que lá chegava a voar.