A Civilização Grega - o belo como representação (IX)
A Civilização Grega não permaneceu apenas no seu tempo. Influenciou os séculos seguintes de um modo muito substantivo. A Alta Idade Média ou o Renascimento foram apenas duas das muitas influências que deixaram. Nem sempre nos apercebemos, mas a revolução científica nascida com o Renascimento deveu muito a esta civilização do século V a.C., pois a ideia do número, a linguagem matemática como forma de encontrar algo a compreender no rela é uma ideia grega.
Na Civilização Grega os pitagórico, os que continuaram as ideias de Pitágoras fizeram do número um conceito essencial para tornar o real inteligível. Os
pitagóricos fizeram do número uma grandeza que permitiu evoluir do conceito
aritmético ao geométrico e espacial. Inventaram o tetraktys que é na verdade um
triângulo em que o ponto central está equidistante dos pontos que formam o
triângulo equilátero, que significa com três
lados iguais. É possível dar continuidade à série de cada ponto, de modo que se
obtêm uma figura, um "reticulado potencialmente infinito".
Os
pitagóricos descobriram nestas harmonias geométricas uma forma de belo, um
sentido inteligível do universo, pois as harmonias aritméticas tinham
correspondência em harmonias geométricas. Na verdade os pitagóricos redefiniram o conceito do número. Uma das relações que foram
estabelecidas foram as relações matemáticas com os sons musicais e que
proporções se definiam entre os intervalos dos sons e ainda a relação entre o
comprimento de uma corda e a altura de um som.
A ideia do belo também se
representa pela ideia de harmonia musical. Boécio na Idade Média confirmou
esta ideia de harmonia dos pitagóricos lembrando uma observação feita por
Pitágoras. Num dado dia, um ferreiro colocara martelos de diferentes pesos que
criavam sons proporcionais a essa dimensão. Sabemos que com eles a música influenciava
diferentes estados de espírito. O ato de adormecer e acordar era realizado
pelas pitagóricos como forma de verificar a modulação do som e o efeito em
cada pessoa. Talvez nem sempre o percebamos, mas a representação do belo também
se faz pela música e por esta ideia pitagórica de proporção.
Imagens: "músicos", cerâmica grega - século V a.C; Michelangelo Buonarroti, Estudo para a sala dos livros
raros da bibioteca Laurenziana, Florença, c. 1516.
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