sexta-feira, 5 de junho de 2020

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 A Civilização Grega - As manifestações artísticas: o teatro

A Civilização Grega deu ao mundo ocidental e à História da Humanidade mais um grande contributo ao criar  o Teatro no século VI a.C. As origens do teatro fixam-se nas festas e rituais em celebração de Dionísio, onde se prestava culto a deuses e heróis, se celebrava a fertilidade e a grandeza e limitações da vida. O teatro nasce em Atenas a partir dos cânticos aos deuses que acompanhavam um conjunto de danças. Estas manifestações evoluíram para um figura central que declamava uma história, mantendo-se as canções e as danças. 

A partir do século V a.C., as manifestações a Dionísio evoluíram e o teatro surge como uma manifestação cultural, com dimensão de celebração religiosa, mas também de formação cívica. As representações teatrais iniciavam-se na Primavera e realizavam-se após os rituais religiosos. As peças apresentadas eram escolhidas e selecionadas por alguns cidadãos. 

O teatro grego dependia de três condições: 
  • atores que falavam ou cantavam a partir de um texto e que podia estar em concordância ou não com um coro;
  • um elemento que introduzia um conflito na continuação da narrativa;
  • uma audiência que se envolvia com a ação, com o drama contado no palco.
Os autores das peças eram designados poetas, pois o texto era em verso e as palavras eram intercaladas na representação com música e dança. O teatro era uma forma de os gregos conhecerem o seu passado e de reconhecerem nas divindades e nos heróis da mitologia a sua própria memória histórica.  O teatro foi uma das grandes manifestações culturais da Civilização Grega e era sentido como algo muito importante no seu próprio tempo. Em Atenas chegava-se a emprestar dinheiro para os mais pobres poderem assistir às peças representadas.

A representação era feita em teatros construídos em espaços ao ar livre, onde o  enquadramento, a paisagem, a boa sonoridade das vozes e os recursos utilizados deveriam criar grandes sensações no público. Os atores representavam diferentes figuras, géneros, estados de espírito, pois só os homens podiam exercer essa função. As máscaras era outro elemento muito importante da representação. Eram construídas de um  modo que ampliava a voz e os efeitos sonoros, apesar de muitas vezes fosse dispensada, pois a qualidade do som nos teatros era muito boa.

As peças dividiam-se em dois géneros, a comédia e tragédia. Na comédia narravam-se sobretudo episódios do quotidiano. A comédia era sobretudo uma sátira de pessoas e situações  da vida social da pólis. Tinha com grande objetivo procurar que os espetadores se rissem e buscava um efeito moral do que era contado.  A introdução de excentricidades, de figuras metade pessoas, metade animais construía um ambiente de festa.

A tragédia narrava feitos mitológicos e aspetos da vida das divindades e do que lhes sucedia, como se de pessoas se tratassem. Nestas peças surgiam debates e situações de confronto entre o Bem  e o Mal, Deus e o Homem, o Dever e a Liberdade. Os valores e a conduta humana eram muito discutidos, pelo que era uma fonte de aprendizagem para os que assistiam a essas peças. Aristófanes na comédia e Ésquilo, Sófocles e Eurípedes na tragédia foram os grandes nomes do teatro grego. 

Os teatros gregos foram grandes construções da cultura grega e merecem um destaque pela sua diversidade e pelos seus aspetos mais característicos. Deixemos isso para a próxima publicação.

Imagem: Teatro do Epidauro,  IV a.C., desenhado por Policleto

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