sexta-feira, 24 de abril de 2020

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A Civilização Egípcia   (3500 a 500 a.C.) - Da organização política às atividades culturais -

De entre as diferentes características fascinantes da Civilização Egípcia, a organização política é uma delas, pois remete-nos para uma figura plena de originalidade, justamente o faraó. Desde 35o0 aC., com a criação do Baixo Egipto, a norte e do Alto Egipto, a sul e com a sua posterior unificação, o Império e a sua gestão numa única figura conduziu à criação da figura do faraó.

O faraó tinha na sociedade egípcia um poder absoluto. Na verdade era considerado um rei-deus o que lhe conferia uma autoridade divina. O Faraó era considerado ele próprio filho de deuses, concretamente Osíris e Ísis e tinha reencarnado do deus Hórus e assim o  seu poder era sagrado e absoluto. Com o poder estendido  a todos os habitantes, o Império era uma monarquia teocrática. A hierarquização dos grupos e das suas funções era muito significativa.

Vivendo no Palácio, o faraó mantinha ao seu serviço uma corte se servos que o serviam  e que o faziam viver num ambiente rodeado de riqueza e de luxo.  A maior das terras trabalhadas pelo faraó eram suas, o que significava que o seu poder sagrado se estendia a todos, na vida e na morte.  O Egipto dos faráos durou cerca de três mil anos e foi governado por trinta dinastias que marcaram a vida do Império de diferentes modos.  Alguns marcariam a memória da História por aspetos particulares. Entre esses podemos destacar, Quépos, Ramsés, Tutancámon, Akhenáton, Nefertiti, Nefratari ou Cleópatra.

A administração do Império era a grande tarefa do faraó, pelo qual era servido por um grupo de funcionários que exerciam  as suas funções no palácio. O Império teve diferentes capitais. No Alto Império foi Mênfis, na zona a norte, no delta do rio Nilo, tendo mais tarde passado para Tebas, a sul. É do período do Alto Império que se iniciou a construção das pirâmides, Quéfren, Quépos e Miquerinos, todas em Gizé, perto da atual capital,  a cidade do Cairo.

A Civilização Egípcia foi marcada por uma grande influência da religião. Era politeísta, isto é adorava e prestava culto a diferentes divindades. Nas próprias divindades existia uma hierarquia, como por exemplo, Ámon-Rá (deus do sol), Osíris (deus dos mortos), Ísis (deusa da fertilidade), Hórus (deus dos faraós e da ressurreição) e Hathor (deusa do amor). Tendo diferentes atributos todas as divindades procuravam construir o mesmo, fundamentar o poder divino dos faraós e o ciclo da vida: nascimento, vida, morte e renascimento. 

As atividades culturais da Civilização Egípcia foram representadas de muitos modos (na arquitetura, na pintura, ou na escutltura - falaremos disso no próximo post). A escrita foi igualmente uma das marcas culturais da Civilização Egípcia. Ela foi muito importante, pois permitiu desenvolver diferentes Ciências, como a medicina, a astronomia ou a astrologia.

A escrita na Civilização Egípcia era hieroglífica. Os sinais representavam palavras, que combinadas formavam ideias e frases. Existem ainda formas por decifrar. Estes sinais representavam objetos, plantas, animais e figuras diversas. Os objetos representados tinham valores diferentes, pois em alguns casos um objeto representava um ideograma, outros tinham valor fonético, isto é indicavam um som. Existiam ainda objetos que funcionam como adjetivos e eram colocados no fim das palavras. 

A maior parte da população conhecia os signos, mas não sabia fazer a combinação e nesse sentido a escrita hieroglífica tinha uma dimensão mágica. O nome hieroglífico é de origem grega, pois o significado atribuído foi a de "imagens sagradas".  Esta forma de utilização da escrita reforçava o poder de alguns grupos, como os  sacerdotes ou os escribas. A escrita era feita em diferentes suportes, desde gravada em templos, em estátuas, em obeliscos e no papiro que era usado para escrever documentos. 

Durante muitos séculos pensou-se que a gravação dos hieroglíficos seria ornamental, apenas decorativa. Apenas no século XIX, com a descoberta da pedra de roseta que tinha inscrições em língua egípcia e em grego foi possível compreender a sua função. Foi através da sua decifração que foi possível conhecer  a história dos faraós, das divindades, dos poemas e dos rituais expressos em orações.

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