O século XX, os seus acontecimentos e formas marcaram com extrema violência a vida de milhões de pessoas. A História do século XX não pode ser compreendida sem a Arte, e as formas que ela assumiu. O século passado inaugurou de forma massiva a comunicação como meio de exprimir uma ideia. A pintura deixou de depender da noção clássica dos renascentistas da noção de perspetiva, assim como deixou de representar uma figura ou um quadro natural. O quadro tornou-se a própria realidade.
Neste sentido a arte em geral e a pintura em concreto poderiam dar a
conhecer uma ideia de realidade, uma proposta de sociedade, indicando uma visão
do mundo. A perspetiva aparecia como um ponto de observação, dando-nos uma
ideia, um quadro, uma descrição do real. Ora, a História do Século XX, pelas
suas contradições e angústias mereciam que a perspetiva fosse fragmentada,
dividida em secções, como a própria realidade.
A arte e a pintura, em particular deveriam mostrar, revelar a natureza humana nos seus aspetos mais visíveis. O feio, a violência, a realidade sofrida por cidadãos em tão variados locais por onde a Guerra fez as suas vítimas. A vida moderna deveria ser expressa na sua angústia, limitações e estado de caos. A este movimento iniciado em 1908 por Georges Braque e Picasso deu-se o nome de Cubismo.
Foi com Picasso que a ideia da fragmentação da imagem foi levada mais longe. O nome de cubismo vem-lhe da utilização de pirâmides, cubos, cones que utilizava na diferente perspetiva dos objetos. A utilização de máscaras africanas e a utilização das suas cores vivas fez dele um artista muito importante na Arte Europeia e Mundial. Não é excessivo dizer que Picasso é um dos marcos da Arte Ocidental.
Picasso foi um dos artistas mais inovadores do nosso tempo. A arte de Picasso
foi alvo de diferentes metamorfoses, pois passou por contínuas e profundas
mudanças. Picasso revelou uma capacidade de invenção de grande significado e a
História social do século XX não pode ser estudada sem o recurso aos seus
quadros.
Influenciado pelo pós-impressionismo, evoluiria para a corrente dinamizada por Henri Matisse. Defendia o fim da perspetiva e da profundidade do espaço, apoiando-se numa composição dinâmica. A arte com o cubismo deixou-se de interessar por compreender a realidade ou só fazer o seu retrato, mas o quadro e a arte deveria criar a sua realidade. Apresentar o real de diversos ângulos, com cores chocantes, exprimindo o feio e aquilo que era chocante para a vida humana.
O cubismo não tem um estilo, realiza diferentes experiências, construídas a partir da vivência quotidiana. O cubismo propôs uma revolução visual e ensinou a sociedade a compreender melhor que formas de quotidiano se organizavam no início do século XX.
Ele não propôs apenas uma forma diferente de ver a pintura, sugeriu uma nova visão da arte. O quadro não procurava representar algo, não pretendia fazer uma representação de objetos, mas sim criar a própria realidade. O quadro pintado era a própria realidade.
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