terça-feira, 19 de abril de 2022

Cinema e sociedade - Charlie Chaplin


O cinema é um recurso de informação de grande significado, e em muitos sentidos permite chegar à compreensão dos muitos aspetos que envolvem o quotidiano de diferentes épocas, dando-nos uma forma plural de compreender os valores humanos e a sua relação com a evolução cultural e social de diferentes tempos. O cinema projeta sobre o quotidiano os tempos, os espaços do quotidiano de uma forma que se torna uma fonte de estudo de grande relevância. Ele deveria ser usado com mais substância como recurso educativo nas aprendizagens dos alunos.

Um dos casos maiores, que vale a pena estudar e usar como forma de aprendizagem é o caso, do possivelmente maior realizador de cinema, pelo menos numa das fases da História do Cinema, justamente, Charlie Chaplin. Ele mudou a linguagem cinematográfica, fez a transição do cinema mudo para o sonoro  e realizou grandes avanços nas formas de  edição do filme.

Charlie Chaplin foi ator, argumentista e realizador de cinema. E foi como ator que se iniciou, aparecendo pela primeira vez, justamente há cento e um anos, a trinta de novembro de 1913, com "Making a Living". Chaplin foi um génio da sétima arte no modo como de uma forma singular, saberia envolver o desamparo dos gestos, a solidão, a ternura, a esperança em feitos de cumplicidade. Chaplin é um ícone da sociedade contemporânea e nos seus filmes se podem ler os sinais de um tempo. Alguns dos seus filmes são recursos quase inesgotáveis, como Luzes da Cidade de 1936, ou Tempos Modernos, de 1940. 

Chaplin revelou a universalidade maior dos valores humanos que se comprometem com a beleza, o sonho, a ternura, ou a esperança, a dignidade da vida humana. Um dos trechos mais significativos dessa forma de exprimir a liberdade, está em O Grande Ditador, realizado em 1940 e que nos dá um tempo contínuo, onde, as nossas características pré-históricas parecem ser maiores, que o valor das ideias que soubemos edificar em palcos vazios de dignidade. Imaginámos que esses eram tempos do passado, mas subsistem muitos muros, onde muitos estão de fora dessa fraternidade pelo essencial. 


O Grande Ditador, Realização de Charlie Chaplin, 1940.

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