A sociedade em Portugal nos finais do século XIX
“Pertenço a uma geração que ainda está por vir, cuja alma não conhece já, realmente, a sinceridade e os sentimentos sociais". (Fernando Pessoa, Orpheu, Nº1)
A História contemporânea portuguesa foi marcada por um conjunto de acontecimentos que criariam no país profundas dificuldades de arranque industrial e de construção de uma sociedade moderna. Na 1ª metade do século XIX, houve uma grave crise do indústria e do comércio, agravada pelas invasões francesas, pela ida da corte para o Brasil, pela perda do exclusivo do comércio com o Brasil e pela crescente influência da economia inglesa nos mercados portugueses. Até 1850, falharam muitas das ideias de industrialização para o país.
Na 2ª metade de Oitocentos, a Regeneração tentou modernizar o país através de um conjunto de planos de reforma educativa, fomento industrial e novas vias de comunicação. É o país que Eça nos deu nos seus romances e artigos de opinião. No final de Oitocentos, Portugal era predominantemente agrícola, com um défice acumulado por um maior número de importações e por uma indústria pouco competitiva em quantidade e qualidade. O Estado recorria a frequentes aumentos de impostos. A crise económica e financeira de 1890 veio juntar-se ao Ultimato Inglês para consolidar a ideia de uma crise da Monarquia. No início do século XX em Portugal há um confronto entre um partido republicano em ascensão e as posições monárquicas em queda de influência na sociedade.
Foi neste contexto que o regicídio e a implantação da República criaram focos de esperança para uma sociedade mais desenvolvida. Registaram-se sinais de profunda divisão na sociedade, ainda dominantemente rural e sem grupos sociais capazes de uma mudança de fundo. É com este enquadramento e com a agitação social e política da 1ª República que as ideias do Modernismo tentam, pela Arte e pela Literatura, romper com um Portugal antigo e propor uma nova ideia sobre o país e sobre o mundo. Elementos essenciais deste 1º Modernismo foram diferentes artistas como os pintores Santa-Rita, Amadeo de Souza-Cardoso, Almada Negreiros, Mário de Sá-Carneiro e Fernando Pessoa.
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