quinta-feira, 13 de outubro de 2022

O Renascimento | II


 O Renascimento desenvolveu-se ao longo dos séculos XV e XVI. No entanto, antes do século XV já se encontram características na pintura que se vão identificar com o Renascimento. Em Giotto eles já se enunciavam, mas foi o rigor da representação e um maior realismo, onde a harmonia ganhou formas muito substantivas que figuras como Leonardo Da Vinci, Rafael ou Miguel Ângelo elevaram a arte do Renascimento. O humanismo influenciou profundamente aquele movimento.

O Renascimento na pintura iniciou-se em Itália, a meio do século XIII e alargou-se à Europa.  O momento mais alto do Renascimento surge no final do século XV. Os artistas que deram corpo ao Renascimento procuraram recuperar a tradição da cultura grega e romana. Foi Giotto que iniciou essa recuperação e, embora a sua pintura se enquadre na arte gótica, já é visível nele, o que vai caracterizar o Renascimento. Isto é, a representação de um modo naturalista, em que as figuras de temas bíblicos surgem com uma dimensão real, uma existência marcadamente humana. O realismo da existência humana é uma das marcas do Renascimento.

Foi com o pintor de Florença Masaccio que se inaugura a pintura renascentista e que sofreu influências de Giotto. Na verdade, Masaccio era uma alcunha para o seu nome, Tomasso de Giovanni di Simone Gaudi cuja vida foi muito curta.  A sua pintura é classificada como um pouco desajeitada, mas há nela algo de profundamente humano e onde a dimensão espacial que já se via em Giotto também aparece. 

As figuras de Jesus apresentadas como reais crianças, ou a Virgem com uma imagem de dignidade, onde se apresenta uma representação austera ligando-a à vida comum das pessoas são sinais marcantes de Masaccio e do primeiro Renascimento. Masaccio foi influenciado pela escultura e em particular de Donatello, com a sua representação tridimensional dos espaços e das perspetivas. Nos quadros de Masaccio encontramos as linhas da escultura de Donatello, ao nível da perspetiva ótica, com a representação da luz a incidir nos objetos. 

Em Masaccio já não existe a leveza do gótico, mas o drama humano incorporado nas histórias bíblicas, como em Adão e Eva expulsos do paraíso, obra de 1427, ou a Trindade de 1425. são muito marcantes.

Masaccio, A Virgem e o Menino, Galeria de Uffizi, Florença, c. 1426.

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