terça-feira, 4 de outubro de 2022

O Renascimento | I


O Renascimento foi um dos movimentos mais importantes da arte europeia com influências profundas na sociedade entre o fim da Idade Média e o século XVI. É dele que falaremos na publicação semanal durante o primeiro período (como recurso educativo), integrado no Plano nacional das Artes.  A palavra "Renascimento" teve diferentes significados e não existe uma pintura renascentista que possa ser delimitada em características únicas ou definíveis. Ao contrário da arte gótica, expressão de uma sociedade criada pelo mundo feudal e pelas tradição românica e bizantina, o Renascimento é a expressão de uma luz em evolução.

O Renascimento marca o surgimento e desenvolvimento de um mundo novo, o moderno que daria forma a uma nova sociedade. Na arte, o Renascimento incentivou um novo estilo, uma nova forma de observar, onde o realismo e os elementos naturais tinham uma importância muito substantiva. A arte gótica era construída como marca de uma sociedade que propunha influenciar espiritualmente os observadores. No Renascimento, os elementos pintados refletem o mundo do observador e tentam criar uma conversação com o próprio observador. A emoção é agora projetada de um modo diferente. De algum modo, o observador migra para o interior de um quadro do Renascimento.

Na pintura do Renascimento, o ponto de fuga nasce do próprio observador que lê as próprias linhas da perspetiva. A luz integra o quadro renascentista de um modo que o observador as sente de um modo muito mais intenso. A imagem na pintura renascentista é uma construção da visão do observador. Na arte pré-renascentista, ainda se observa que quem contempla revela uma dimensão divina, o que mais tarde será alterado para uma visão humana. Nessa dimensão se construirá a visão do Humanismo e de uma ideia diversa para o Homem no mundo e para a própria religião.

Na Literatura, na Escultura e na Pintura muitos foram os nomes que lhe deram forma. Petrarca simboliza o princípio temporal desse movimento, de uma ideia que tentava conhecer muito sobre diferentes domínios. A restauração da cultura greco-romana, o valor do corpo humano como sinal de juventude e de beleza foi um das chaves do Renascimento e essa ideia que Aristóteles tinha enunciado, o valor e o sinal de ser instruído. Ou seja, a capacidade refletir criticamente, de modo a encontrar o sentido das coisas e as sombras que escondiam essa revelação capaz de compreender o universo e contemplá-lo de um modo integral.

O Festim dos Deuses / Giovanni Bellini, 1514, Galeria Nacional de Arte, Washington DC.

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