quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

A pintura no princípio da arte cristã


O fim do império romano do Ocidente permitiu que a oriente, em Bizâncio, uma nova civilização marcada pelos valores culturais do Cristianismo fosse perdurar durante perto de mil anos e que desenvolveu aspetos muito particulares na arte medieval.

as culturas a oriente sempre se influenciaram muito. Já no século II a pintura egípcia e romana se tinham influenciado mutuamente. Os retratos de Faiyum já tinham introduzido uma descrição emotiva de figuras de idades diversas. Eram pinturas idealizadas que procuravam retratar o espírito presente nas figuras humanas representadas. Esse emotividade das pinturas egípcias de Fayium pode ser encontrada nos mosaicos cristãos do século VI em Ravena, zona de influência de Bizâncio.  Esse foi o primeiro de ouro da arte bizantina.

A partir dos séculos VIII e IX iniciou-se o segundo período dessa idade de ouro da arte bizantina. Nela se levantou a questão da representação das imagens na vida religiosa. O realismo das imagens poderia deturpar aquilo que o mandamento religioso tinha indicado. Os iconoclastas levaram essa ideia até às últimas consequências restringindo a imagens não humanas ou padrões abstratos, a representação na pintura. quando a partir do século IX essa ideia foi abandonada nasceu na arte bizantina a criação de ícones religiosos representados com imensa emotividade.

A arte na Rússia seguiu a tradição bizantina e influenciaram-se mutuamente. Trindade, pintada por Andrei Rublev que viveu entre o século XVI e XV revela essa ideia bizantina da emotividade representada em ícones ligadas à religiosidade de determinada cultura.  a representação revela traços de grande emotividade e de graciosidade e sem dúvida irá influenciar outros artistas, mesmo muitos anos depois como El Greco. 

As iluminuras foram ainda uma das formas mais importantes da arte medieval e que serviam para dar uma imagem a pequenos objetos, onde estava presenta a dimensão religiosa.  Esta era uma arte que impunha uma grande capacidade de observação e o domínio de uma técnica muito rigorosa. Era claramente uma arte de natureza aristocrática por aquilo que impunha na criação. Carlos Magno e o Império Carolíngio encomendaram algumas das mais magníficas iluminuras da época. Nas iluminuras dos Evangelhos notam-se influências da arte bizantina na representação dos valores cristãos. 
As iluminuras feitas pelos monges irlandeses na abadia de St, Albans e reproduzidas no Livro dos Salmos de Westminster, ou as realizadas na abadia de St. Denis, em Paris que expressam ideias e mensagens da vida religiosa fizeram das iluminuras uma das criações mais importantes da Idade Média.

Imagens: Andrei Rublev, Trindade, c. 1422-27; Iluminura do missal de St. Denis, c. 1350


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