Dia 4 de fevereiro é o Dia
Mundial do Cancro e o seu objetivo principal é desmistificar algumas das ideias
pré-concebidas sobre o cancro e informar sobre os fatos reais da doença,
sensibilizar a população e mobilizá-la na luta contra o cancro.
Há duas décadas que a doença oncológica é uma preocupação
global. A celebração desta data remonta ao ano 2000 e baseia-se na Carta de
Paris, aprovada em 4 de fevereiro desse ano, na World Summit Against Cancer for
the New Millenium. A Carta apela à aliança entre investigadores, profissionais
de saúde, doentes, governos e parceiros da indústria no âmbito da prevenção e
do tratamento do cancro.
Em Portugal, o cancro é também um assunto sério: Segundo dados
do Observatório Global de Cancro (Globocan, 2018) em 2018, Portugal registou 58
mil 199 novos casos de cancro, prevendo-se um aumento para 69 mil 565 novos
casos em 2040. Já no que se refere à mortalidade por cancro prevê-se um aumento
de cerca de 31%, com quase 38 mil mortes em 2040.
Para além disso, é importante recordar que somos um dos países
mais envelhecidos da Europa, sendo que o maior fator de risco para o
aparecimento do cancro é, precisamente, o envelhecimento.
Estes são alguns dos problemas comprovados e
prioridades por alcançar, identificados por especialistas e instituições, e que
são, em si mesmos, os motivos que justificam a existência deste Dia Mundial do
Cancro:
- A incidência de cancro tende a aumentar e todos os anos 9.6
milhões de pessoas continuam a morrer de cancro. Algumas destas mortes seriam
evitáveis com maior apoio governamental e financiamento para programas de
deteção precoce, prevenção primária e secundária (rastreios) e tratamento.
- Portugal não tem uma comunidade científica com acesso às
melhores condições de trabalho. Pensar numa estrutura e estratégia nacional que
permita ao investigadores avançarem com o seu trabalho e que facilite a
execução de mais ensaios clínicos no país parece ser um dos focos.
- Ainda não existe plena
equidade no acesso a meios de diagnóstico, tratamento e cuidados em oncologia.
Há desigualdades muito acentuadas.
- Os tempos de espera são demasiado elevados, para diagnóstico,
tratamentos e cirurgias.
- Existe uma necessidade em
aumentar a literacia em saúde e a compreensão sobre o cancro, reduzindo o medo
causado por mitos, visto que 1 em cada 3 cancros podem ser evitados com a
redução dos riscos comportamentais. Mais de 50% dos doentes com cancro
conseguem curar-se.
- Outra das prioridades apontadas é a de criar instituições de
apoio a sobreviventes, sobretudo para aqueles que ficam com sequelas tardias.
Pensar de que forma é que estes podem regressar à sua vida normal o antes
possível é importante.
Texto de Sara Fevereiro
A SIC construiu uma página onde aborda este tema falando-nos dos especialistas, das notícias sobre esta doença e das histórias das pessoas. para aceder, aqui.
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