A Filosofia para ou com crianças tenta ser um espaço à volta das perguntas que podem ser suscitadas por uma história ou por uma imagem. Nos segundos anos tentou-se partir de um pequeno conto, de Valter Hugo Mãe, "Modo de amar" para pensar que perguntas poderiam ser feitas pelas crianças e como as pensar no grupo da turma.
"Eu queria era ter um cão, mas a minha mãe diz que os cães fazem muito barulho a ladrar e que, por vezes, mordem. Diz também que se tivermos um cão durante muito tempo ficamos com a cara parecida com o seu focinho. A mim custa-me acreditar, mas é isso que a minha mãe me responde. Nem imagina o quanto fico infeliz, parecido a ter vazios por dentro...
Eu disse:
- Mãe, acho que fiquei despreocupado de lucidez. Ouço sempre um pássaro a cantar. Talvez só me cure se aprender a voar. A minha mãe sorriu e eu repeti:
- Quem se vê proibido de amar inventa outra realidade., uma realidade melhor, ainda que seja por fantasia. Vivo na fantasia. mãe.
Depois, calei-me. Sabia perfeitamente o que acontecera. Tinha um pássaro no coração. Era, assim mesmo, o lugar mais decente para aprisionar um animal de estimação."
"Modo de amar", in Contos de cães e maus lobos" / Valter Hugo Mãe. Porto: Porto Editora, págs. 104/05.
A partir do conto foram feitas pelas crianças diversas perguntas.
Durante estas sessões surgiram perguntas extraordinárias que nos revelam como as crianças têm uma capacidade extraordinária para fazer perguntas. E é isso o mais importante na Filosofia para ou com crianças, ouvir as perguntas e pensar sobre elas...
1. Como seria alguém sem tempo para pensar?
2. Imaginar / sonhar é a mesma coisa?
3. Como é que o cérebro pensa tanto?
4. Porque existimos?
5. O que são valores humanos?
Algumas ilustrações desta sessão com o primeiro ano à volta do real e do imaginário.
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