quarta-feira, 31 de maio de 2023

Aqua Libri

      Na passada quarta-feira, dia 17 de maio, as turmas do 8º ano da Escola Básica António Rodrigues Sampaio receberam as Doutoras Luísa Barros e Margarida Capitão da biblioteca municipal de Esposende para trocarmos algumas impressões sobre o património de Esposende.

Com esta palestra, ficámos a conhecer melhor o património literário e humano. Grandes autores da literatura portuguesa, como Agustina Bessa Luís, Eugénio de Andrade, Ruy Bello, Maria Ondina Braga, Batista Bastos, entre outros, inspiraram-se e deixaram-nos poemas ou pequenos textos a testemunhar o seu carinho e admiração por esta terra.    

     Exploramos o repositório Aqua Libri e viajámos até às nossas raízes por meio de fotografias, vídeos, documentos e notícias. Deparámo-nos com cenas do quotidiano, reconhecemos rostos familiares e vimos algumas curiosidades. Deste modo, tomámos consciência do legado literário e humano do nosso concelho.

     Sem dúvida que foi um momento bem passado e enriquecedor.

Turmas do 8º ano
Escola Básica António Rodrigues Sampaio


Filosofia para crianças - escrita d´arte

 
As sessões de Filosofia para ou com crianças vive da possibilidade de pensar algumas questões que uma imagem, um conto, uma ideia fez suscitar. Às vezes pode ser complementada com a ilustração do que as ideias sugeriram em cada um, ou permitir a criação de um texto.

Pássaro azul é um dos quadros mais conhecidos de Marc Chagall. Após a sessão de filosofia para ou com crianças e no momento da avaliação da sessão informalmente, as crianças consideraram que o quadro mais interessante ou bonito era o Pássaro azulA partir da sua observação e com a professora titular da turma, a professora Júlia Claro, as crianças criaram em grupo vários textos. Apresentam-se dois deles.


O pássaro na lua

   Era uma vez um pássaro que vivia na lua.
   Havia uma senhora que já estava farta de guerra, então decidiu ir para a lua. Quando lá chegou encontrou o pássaro mais belo que já vira na sua vida. A mulher pediu-lhe ajuda, o pássaro deu-lhe um cravo. 
   A mulher não percebeu porque o pássaro lhe dera um cravo. 
  A senhora achou que era para dar ao comandante dos soldados. Assim, regressou à Terra e foi para a guerra, dando ao comandante o cravo, este agradeceu.
   O comandante, por sua vez, deu também um cravo ao capitão dos seus adversários. 
   A guerra acabou, pois tinham ficado todos amigos. Os capitães até fizeram uma lei para garantir que nunca mais haveria guerra. 
  A partir daí, o pássaro começou a ser chamado de Pássaro Azul da Paz e a sua cor passou a ser um símbolo de paz para todos os povos.

André, Anita, Gonçalo, Vitória, Antónia (3.º  FI)


As maçãs poderosas


   Era uma vez, na cidade do Guardião Azul…
   Numa bela noite de lua cheia, um pássaro azul, com uma anilha de ouro encontrou, no bosque místico da deusa Natureza, o arbusto das maçãs poderosas.
   Mas, havia um problema, o arbusto encerrava em si um campo de forças. O pássaro da anilha de ouro usou várias armas encantadas, mas nada conseguia quebrá-lo, porque esse poder tinha sido fortalecido com uma poção de resistência de dez milhões de forças.
   Quando o pássaro estava quase a desistir, apareceu a deusa da Natureza e disse-lhe:
   Para abrir esse portal, basta acertar na resposta deste enigma: “Quanto mais dás, mais deixas para trás.”
    – A resposta é passos?!?! – respondeu hesitante o pássaro.
    – Sim, acertaste. – tranquilizou-o a deusa. 
    Ouviu-se um ruído leve, e o campo de forças abriu-se. O pássaro apanhou as maçãs e levou-as para a sua cidade. 
    A partir daí a sua cidade tornou-se numa cidade encantada.

                                                    Rodrigo Júnior, Luna, Chloé, Salvador (3.º FI)

Filosofia para / com crianças - O real e o imaginado (II)

 Da sessão com suporte no conto de Valter Hugo Mãe, "Modo  de Amar" e das questões pensadas a partir das perguntas colocadas e escritas pelas crianças, foi feita a proposta de cada uma imaginar esse pássaro do coração. Com ele e com o desenho feito propor uma pergunta a essa realidade criada e como ela se pode ligar com a imaginação. O que dizer a esse real imaginado e ali exposto com cada um?


 

 
Turmas do 2.º ano - Centro Escolar de Forjães

terça-feira, 30 de maio de 2023

Filosofia para / com crianças - O real e o imaginado


  A Filosofia para ou com crianças tenta ser um espaço à volta das perguntas que podem ser suscitadas por uma história ou por uma imagem. Nos segundos anos tentou-se partir de um pequeno conto, de Valter Hugo Mãe, "Modo de amar" para pensar que perguntas poderiam ser feitas pelas crianças e como as pensar no grupo da turma.

   "Eu queria era ter um cão, mas a minha mãe diz que os cães fazem muito barulho a ladrar e que, por vezes, mordem. Diz também que se tivermos um cão durante muito tempo ficamos com a cara parecida com o seu focinho. A mim custa-me acreditar, mas é isso que a minha mãe me responde. Nem imagina o quanto fico infeliz, parecido a ter vazios por dentro.

Eu pedi:
- E se tivéssemos um gato? Um gato, nem que seja pequeno, para eu brincar:
   E a minha mãe respondeu:
   - Um gato, nunca. Larga pelo e afia as unhas nos cortinados.
   - Oh, mãe, um gato quase nem precisa de de gente, vive sozinho com o seu nariz. E se fosse um peixe? Um coelho?...
   - Os peixes entristecem num aquário e os coelhos trincam-te os dedos. Nem pensar. Os bichos todos trincam, meu filho. São um perigo.

  Durante uma noite, a sonhar muito com estas coisas, comecei a ouvir piar. Parecia-me um pintainho (...) Sempre a sonhar, fui à janela e pensei em acordar.(...) Percebi, tinha de ser um pássaro, um canário que andava no meu sonho a voar. Se pudesse acordar, pensei, pedia à minha mãe um canário.

 Julgava eu que aquilo era um bicho no sonho quando acordado já de manhã, o continuava a escutar. E para a escola e depois no caminho de volta, e durante o dia inteiro, ininterruptamente o pássaro cantava.

   Eu disse:

   - Mãe, acho que fiquei despreocupado de lucidez. Ouço sempre um pássaro a cantar. Talvez só me cure se aprender a voar.    A minha mãe sorriu e eu repeti:
   - Quem se vê proibido de amar inventa outra realidade., uma realidade melhor, ainda que seja por fantasia. Vivo na fantasia. mãe.
   Depois, calei-me. Sabia perfeitamente o que acontecera. Tinha um pássaro no coração. Era, assim mesmo, o lugar mais decente para aprisionar um animal de estimação."

"Modo de amar", in Contos de cães e maus lobos" / Valter Hugo Mãe. Porto: Porto Editora, págs. 104/05.

A partir do conto foram feitas pelas crianças diversas perguntas:
1. o real e o imaginado são diferentes?
2. O que se imagina é real, existe?
3. O sonho é uma maneira de imaginar?

Após o diálogo foram realizadas algumas ilustrações sobre esse pássaro imaginado por cada um e que pergunta lhe poderia ser feito. Alguns exemplos na próxima publicação....

terça-feira, 16 de maio de 2023

Filosofia para crianças - A arte

  
“Pois, o homem joga somente quando é homem no pleno sentido da palavra, e somente é homem pleno quando  joga. A beleza é, portanto, forma, pois que a contemplamos, mas é ao mesmo tempo, vida, pois que a sentimos. Numa  palavra: é, simultaneamente, nosso estado e nossa ação.” (1)

Pensar a partir de um ponto inicial, ouvir os elementos do grupo, estabelecer um diálogo e tentar concordar ou não usando a palavra mágica do porque é o centro daquilo que vai sendo uma nova área de estudo, a filosofia para ou com crianças.

Ao observarmos uma obra de arte o que pensamos ou sentimos? Que emoções nos surgem e o que conseguimos explicar usando as palavras? Existe arte ou artistas? O que um objeto de arte nos permite experimentar? O que identifica uma obra de arte? Que características tem? Uma pintura pode ser como uma história de um livro, a possibilidade para inventar um mundo, o nosso mundo?

Foi este o caminho para uma sessão sobre alguns quadros de Marc Chagall. Pensar o que pode ser a arte e que sentimentos permitem exprimir.  Foram feitas algumas perguntas que foram dialogadas entre todos como:

1. Porquê um pássaro na Lua?
2. Porquê um pássaro azul?
3. Qual o sentimento que a imagem nos dá?
4. O azul pode ser a cor da paz?
5. Podemos relacionar a arte dos quadros (Mar Chagall) com a paz?

Da sessão saiu a possibilidade de surgir um texto coletivo, a partir do quadro que as crianças mais gostaram, o pássaro azul. A seu tempo será revelado.
 

Sessão realizada com uma turma do 3.º ano e com recurso a diferentes quadros de Marc Chagall:
1. Pássaro Azul; 2. O Violonista no telhado; 3. Detour; 4. Ela desceu de uma árvore e 5. Sobre a cidade.


(1) - Schiller, F. (2002). A educação estética numa série de cartas. São Paulo: Iluminuras.

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segunda-feira, 15 de maio de 2023

Dia internacional da família

 Cinema no Dia Internacional da Família

 O dia 15 de maio foi escolhido pela Assembleia Geral da ONU para celebrar o Dia Internacional da Família. A plataforma do PNC (plano nacional de cinema) apresenta um conjunto de recursos que permite pensar as questões sociais, económicas e culturais que afetam e transformam a noção que temos de família nas sociedades contemporâneas.

São propostos para visionamento Um Iaque na sala de aula, do realizador Pawo Choyning Dorji. Para o 3.º Ciclo do Ensino Básico é proposta a curta-metragem de Leonor Teles, Balada de Um Batráquio. Estão ainda disponíveis alguns filmes muito pertinentes que pretendem oferecer uma reflexão sobre a integração de minorias no espaço da realidade cultural portuguesa. São eles Arena e Rafa de João Salaviza,  ou uma longa-metragem, Uma Criança como Jake, de Silas Howard.

Os filmes propostos estão disponíveis na plataforma do PNC. Balada de um Batráquio, Arena e Rafa estão apoiados em dossiês pedagógicos disponíveis no site do PNC.


segunda-feira, 8 de maio de 2023

Filosofia para crianças - A fada Oriana


Um excerto de "A Fada Oriana" foi proposta para uma sessão de Filosofia para crianças para se pensar na questão da Promessa. Kant, conhecido filósofo do fim do século XVIII estudou esta questão do ponto de vista filosófico. O nosso comportamento deve ser guiado por um imperativo guiado pela razão e tem assim um claro valor moral, ou apenas porque tendemos a ter receio das consequências e perdendo o valor moral...

"Há duas espécies de fadas: as fadas boas e as fadas más. 
As fadas boas fazem coisas boas e as fadas más fazem coisas más. As fadas boas regam as flores com orvalho, acendem o lume dos velhos, seguram pelo bibe as crianças que vão cair ao rio, encantam os jardins, dançam no ar, inventam sonhos e, à noite, põem moedas de oiro dentro dos sapatos dos pobres. 
As fadas más fazem secar as fontes, apagam a fogueira dos pastores, rasgam a roupa que está ao sol a secar, desencantam os jardins, arreliam as crianças, atormentam os animais e roubam o dinheiro dos pobres. 
Quando uma fada boa vê uma árvore morta, com os ramos secos e sem folhas, toca-lhe com a sua varinha de condão e no mesmo instante a árvore cobre-se de folhas, de flores, de frutos e de pássaros a cantar. 
Quando uma fada má vê uma árvore cheia de folhas, de flores, de frutos e de pássaros a cantar, toca-lhe com a sua varinha mágica do mau fado e no mesmo instante um vento gelado arranca as folhas, os frutos apodrecem, as flores murcham e os pássaros caem mortos no chão."

Do diálogo surgiram algumas questões que foram refletidas com um grupo de crianças do 3.º ano. Algumas das pensadas foram:

1. Por que existia uma fada boa?
2. Por que deixou a fada de ser boa?
3. As fadas (o que quer dizer as pessoas) boas só fazem coisas bonitas / boas?

 
 

quinta-feira, 4 de maio de 2023

"Auto da Barca do inferno" - representação teatral

 

Comentários dos alunos


O dia 27 de abril ficou gravado na minha memória. Foi o dia em que eu, os meus colegas e os meus professores levamos a boca de cena a peça de teatro “Auto da Barca do Inferno “no auditório da Biblioteca Municipal. Foi, com certeza, uma vivência única, pois levamos a nossa peça para o exterior, o que foi muito gratificante. Fez-nos crescer a nível da responsabilidade,  autonomia e maturidade. Penso que cada um de nós vai ficar com as recordações deste teatro na memória, porque realmente foi uma experiência inesquecível.

Joana Peixoto, 9MB - Diabo
No teatro, senti que criei memórias inesquecíveis que irei recordar mais para a frente com os meus amigos e colegas.


Mariana Magalhães, 9MD - Judeu
Para mim, participar, neste teatro, foi e será sempre uma experiência inesquecível e única. A sensação de ver que o nosso trabalho teve um fim e que o nosso esforço valeu a pena foi muito gratificante. Representar para colegas de outras escola tornou a experiência ainda mais incrível.

Maria Silva, 9MD - Sapateiro 
A experiência de representar voltou a superar as minhas perspetivas Hoje, levamos a nossa peça para o exterior, o que foi gratificante. Esta experiência fez crescer a minha -me responsabilidade e amadurecer mais um pouco.

Antónia Torres, 9MB- Alcoviteira
 Ao fazer este momento, senti responsabilidade, nervosismo e, acima de tudo, superação.

Lara Gomes, 9MD -Cavaleiro
Senti-me uma atriz profissional.

Mariana Silva 9MD – Anjo
O teatro foi uma experiência nova que me proporcionou novas aprendizagens.

Helena Loureiro, 9MD – Cavaleiro
Foi uma experiência com muita emoção! Senti-me feliz.

Ana Cristina Silva 
Senti-me nervosa e pensei que não ia conseguir, que ia esquecer as falas do meu personagem, mas, no final, tudo correu bem. Agora, quero ser atriz.

Maria das Graças Silva, 9MD – Onzeneiro