terça-feira, 12 de novembro de 2019

Artes visuais, pictóricas e fílmicas

"Os ciprestes nas proporções são tão bonitos como um obelisco egípcio." (Vincent Van Gogh, Carta a Theo, 1891).

A arte procura compor os materiais capazes de formar uma ideia daquilo que o homem, como ser é em cada tempo; procura representar por diferentes modos a esperança e um sonho altruísta. Sonho por estes passos dados, incertos à procura de uma identidade, de um compromisso com um espaço e com um tempo. A arte é no fundo o melhor que o homem cria, pois representa o seu sonho mais íntimo por algo que deseja, que ama, que procura edificar, como um deus de instantes.

A arte no seu sentido geral pode ser dividida em diferentes categorias. Importa-nos aqui sobretudo as visuais e as pictóricas. Isto é, a pintura, a escultura, a fotografia e o cinema. Elas têm si os elementos que permitem estudar qualquer tempo. E é como forma de expressão que nos interessa o seu aprofundamento, que nos importa vê-las co mo um recurso educativo.

A pintura e a escultura marcaram todo o quadro mental que são as nossas representações culturais. A definição do belo, a sua relação com o que é bom, com o desejo de um ideal é ainda uma forma de pensar os valores e os modos de viver em sociedade. Ler a arte é ter conhecimento da evolução da história humana e dos seus valores culturais.

O cinema é um das ferramentas mais interessantes para conhecer a memória, ou os fragmentos dela. Ao convocar imagem, literatura, música no sentido de apresentar uma narrativa que persegue diferentes objetivos, o cinema auxilia-nos a conhecer universos que não foram vividos por nós. O cinema dá-nos fontes de entretenimento, apresenta-nos contextos históricos, recria universos fantásticos e procura discutir princípios e formas de olhar o Mundo. O cinema dá-nos de um modo exuberante todas as possíveis formas de construir um real.

O cinema possui uma linguagem diferente de outras linguagens narrativas, pois dá através da imagem bidimensional uma leitura que procura aproximar-se das dimensões do espaço físico, onde habitamos. Na verdade o cinema sugere-nos pela sua capacidade de reproduzir som e movimento uma quase identificação com uma realidade, ainda que seja uma leitura ou uma impressão daquela. 

A fotografia é outra arte visual que regista instantes. Vivemos numa sociedade que olha para as imagens e considera que elas são a realidade. As imagens que inundam o real e as pessoas parecem querer dizer que todos participam desse movimento, embora tal seja uma ilusão. A fotografia é sem dúvida um recurso para reconstruir a memória. "Ao Norte" chama-lhe um lugar do real, o que nos faz vê-la como são instantes de um possível. 

É neste contexto que a Biblioteca irá destacar em alguns textos / imagens formas destas artes, pois elas são testemunhas de um tempo e de um espaço que em muitos sentidos ainda nos marcam como civilização. No Facebook ficará o registo de um Álbum que procura alcançar vários objetivos. A saber, dar a conhecer algumas das formas artísticas que fazem parte de um património coletivo; promover a participação de quem se sentir interessado e sugerir instantes de emoção. 

A arte e as suas formas são um recurso para se falar desses instantes do real, do belo e da sua representação, em diferentes sociedades. No blogue, a partir de janeiro daremos destaque mensalmente a um filme, pois estas formas de expressão permitem de uma forma diversa incentivar a curiosidade e levar a compreender processos e geografias culturais, formas impressivas de olhar o mundo.

Imagem: Vincent Van Gogh, Amendoeiras em flor, 1890, Museu Van Gogh, Amesterdão (alinhamento e recorte)

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