Prova do 3.º ciclo (7.º, 8.º e 9.ºs anos) - A Pérola
Espaço institucional de partilha e divulgação das atividades das Bibliotecas Escolares do Agrupamento de Escolas António Rodrigues Sampaio
terça-feira, 31 de janeiro de 2023
Um mês com... Miguel Torga
Fundou várias revistas literárias e publicou, desde 1928, uma extensa obra, podendo–se destacar: Os Bichos, Novos Contos da Montanha, A Criação do Mundo, A Poesia e Os Diários. Recebeu diferentes prémios entre 1969 e 1981 (Diário de Notícias, Poesia de Bruxelas, Prémio Montaigne). A sua escrita apresenta o encanto silvestre e a originalidade humana desse reino único, muito especial, a que ele deu o nome de maravilhoso.
A sua obra e a sua figura são a morada desse tempo quase eterno onde a montanha faz nascer a liberdade e a beleza. É um autor que nos recorda o valor da paisagem e de como ela é uma construção humana. Torga é um exemplo da importância de um território e de uma memória como suportes de uma cidadania formalizada nos valores culturais de uma comunidade. As palavras de Torga são um combate pela liberdade, naquilo que ela tem de valor moral, de consistência civilizacional.
Lutou pela liberdade, pela possibilidade de construir uma sociedade mais livre e tolerante. Sentiu essa prisão num País que não evoluiu, que não se permite a si mesmo ser livre e autêntico. Torga foi o recriador literário desses espaços de liberdade e beleza perenes que são os montes ouvidos pelo vento, ou os rios onde correm as transparências telúricas dos seixos e de uma vida selvagem quase pura. Chamou-lhe o reino do maravilhoso.
Nesse reino, o silêncio criado nas fragas, onde o som mais encantado das cotovias chega dos castanheiros milenares, onde tudo se apresenta frontal e belo encanou-o e encanta quem o conhece. O reino encantado das flores silvestres, onde torgas luxuriantes lutam entre as pedras nessa resistência de sonho, por onde corre o vento e o silêncio. A biografia de Torga é construída das muitas escolhas que fez na vida, perante esse testemunho vivo da terra e do maravilhoso que ele descobriu nela. Os seus poemas são o grito dessa liberdade e a angústia de uma vida que se queria livre, grande e incomensurável como o tempo.
A sua passagem pelo Brasil deu–lhe a conhecer essa extensão informal de Portugal e permitiu–lhe realizar os seus estudos. Chega a Coimbra, em 1928, para estudar Medicina, iniciando nesse ano a publicação dos primeiros poemas. Em 1929, encontramo–lo a trabalhar na Revista Presença, onde fica pouco tempo, pois a sua voz era uma voz de liberdade, de compromisso com a dureza da vida e com a beleza que encontrava nos testemunhos da memória.
Em 1933, escolhe exercer Medicina em Trás–os–Montes. Passou a dedicar –se à dupla missão de ser médico e de ser escritor. Foi preso, durante o regime político do Estado Novo. Nunca optou pelo caminho do exílio, ficando porque se considerava a voz de uma identidade, da Terra, de uma identidade cultural, de um património de pertença. Escreveu sobre o seu País esquecido, Portugal, sobre a suas tradições e particularidades. Imaginou a criação de um mundo telúrico e foi um poeta de grande alcance humanista.
Torga é um exemplo de uma figura de grande valor cultural e humanista, e o facto de ter sido obliterado à vida de uma comunidade evidencia um País afastado de si próprio. Torga sentiu tudo isto. Torga criou na Literatura um reino maravilhoso, porque o descobriu, porque o soube ver nas fragas de xisto que se debruçam das arribas do Douro, nas plantas rasteiras que no cimo das serras resistem a todas as intempéries. Estas paisagens inspiraram–no na sua escrita.
Torga foi essa montanha que não se move, que não cede às pequenas intrigas e vaidades, e que se afirma na beleza da palavra sempre pronta para fazer da liberdade a maior bravura. Torga morreu há um pouco mais de vinte anos, despedindo–se de um País que reconheceu o valor da sua literatura, mas não lhe deu uma oportunidade de participar na sua construção. Torga sentiu esse desprezo de um País político pela mais elementar verdade, pela beleza das coisas simples, por esse território de gente sofrida, pobre e sem oportunidades, que lutava no cimo das encostas por uma vida mínima de possibilidades.
A solidão deste escritor foi também uma forma de encontrar a revelação desse real tão belo, dessa força natural imensa. Torga era uma forma de consciência, um património humano, que assume atualmente um maior significado do que quando se despediu de nós. Torga sentiria, hoje, uma imensa tristeza pelas “praias tristes”, abandonadas da vontade, em que se tornou parte deste país.
Um mês com ... Eugénio de Andrade
terça-feira, 24 de janeiro de 2023
Filosofia para crianças - As mais belas coisas do mundo (III)
Na primeira sessão escrevemos uma palavra mágica, falámos sobre um livro que tenhamos gostado de ler e pensámos sobre o que nos faz pensar. Apresentámos as ideias e discutimos o que surgiu.
Escrita de palavras
Uma aula de odontologia
No dia 17 de janeiro, no tempo letivo de "Oficina do Mundo", a enfermeira Leonor esteve na nossa sala de aula para nos falar sobre higiene dentária.
Esta atividade realizou-se no âmbito do Programa de Educação para a Saúde (PES) e ficamos a saber que existem três tipos de dentes: caninos, molares e incisivos. Depois disso, vimos como nossos dentes mudam ao longo da vida e são influenciados pelos alimentos e bebidas que consumimos. No final a enfermeira Leonor mostrou-nos como cuidar bem da higiene da nossa boca. Isso incluía como limpar os dentes e a língua corretamente e quantas vezes por dia. Também podemos usar fio dental para remover o escudo de bactérias.
Foi uma experiência muito interessante e qualificada conhecer a enfermeira Leonor.
E espero que todos tenham gostado da reunião.
Imagem: Copyright—Sorrisologia
Eva Magalhães - 5.º FA
Escrita de palavras
Esta atividade
realizou-se no âmbito do Programa de Educação para a Saúde (PES) e ficamos a
saber o quanto é importante cuidarmos bem dos nossos dentes e da nossa boca.
A enfermeira Leonor
falou de como lavar os dentes, da quantidade de paste que devemos colocar na
escova para não haver desperdício e algumas técnicas de como escovar os dentes.
Falou também dos dentes de “leite” que são os que caem e os dentes
“definitivos”, estes últimos uma vez caindo não voltam a nascer. Falou também
de doenças que podemos apanhar devido à má higiene oral e que podem ser graves,
para que isso não aconteça temos que lavar os dentes no mínimo duas vezes por
dia.
Vamos todos cuidar da
nossa higiene oral para termos uns dentes bonitos e uma boca saudável…
Ricardo Azevedo - 5.º FA
quinta-feira, 12 de janeiro de 2023
Um mês com ... Eugénio de Andrade
Cadernos literários
A atividade “Cadernos Literários/ Diários de Escrita” surgiu, em
articulação com a Biblioteca do Agrupamento. Pretende-se com esta atividade
promover a leitura e a escrita de forma lúdica e pedagógica, permitindo aos
alunos demonstrar a sua criatividade e a sua sensibilidade. É um desafio que
envolve a leitura, a escrita, a arte e o digital.
Eis algumas fotos ilustrativas destes momentos tão divertidos em sala de aula. (9.º ano)
Filosofia para crianças - As perguntas
terça-feira, 10 de janeiro de 2023
Um mês com... Miguel Torga
O autor do mês de Janeiro na Biblioteca é Miguel Torga. Na verdade é mais do que um autor, é uma geografia e uma paisagem humana únicas. Na primeira entrada para a sua apresentação importa salientar que Torga foi um ser de grande valor humano feito de uma raridade e de uma frontalidade só quase vivida pela geografia mais sublime. Mais que um homem, foi uma criação de um património, a respiração do vento mais puro, agreste, difícil, verdadeiro e frontal como as quedas de água no alto das fragas.
terça-feira, 3 de janeiro de 2023
Concurso Nacional de Leitura 2023 (I)
Recomeçar...
E, nunca saciado,
"Diário XIII",
in Antologia Poética / Miguel Torga. Lisboa: D. Quixote.