terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Concurso nacional de leitura - 3.º Ciclo (7.º, 8.º e 9.ºs anos)

 Prova do 3.º ciclo (7.º, 8.º e 9.ºs anos) - A Pérola

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Concurso nacional de leitura - 2.º Ciclo (5.º e 6.º anos)



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Concurso nacional de leitura - 1.º Ciclo (4.º ano)

 



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Rodriguinho

 


Jornal - Rodriguinho: Janeiro de 2023
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Um mês com... Miguel Torga


De seu nome Adolfo Correia da Rocha, com a profissão de médico, é um dos mais importantes escritores do século XX. Escreveu sob o pseudónimo de Miguel Torga. Miguel, em homenagem a duas figuras da cultura universal, Cervantes e Unamuno. Torga, em homenagem à sua natureza transmontana. Natural de Sabrosa, distrito de Vila Real, construiu uma obra vasta, variada que abarcou, a poesia, o romance, o conto e as memórias. 

Fundou várias revistas literárias e publicou, desde 1928, uma extensa obra, podendo–se destacar: Os Bichos, Novos Contos da Montanha, A Criação do Mundo, A Poesia e Os Diários. Recebeu diferentes prémios entre 1969 e 1981 (Diário de Notícias, Poesia de Bruxelas, Prémio Montaigne). A sua escrita apresenta o encanto silvestre e a originalidade humana desse reino único, muito especial, a que ele deu o nome de maravilhoso.

 A sua obra e a sua figura são a morada desse tempo quase eterno onde a montanha faz nascer a liberdade e a beleza. É um autor que nos recorda o valor da paisagem e de como ela é uma construção humana. Torga é um exemplo da importância de um território e de uma memória como suportes de uma cidadania formalizada nos valores culturais de uma comunidade. As palavras de Torga são um combate pela liberdade, naquilo que ela tem de valor moral, de consistência civilizacional.

Lutou pela liberdade, pela possibilidade de construir uma sociedade mais livre e tolerante. Sentiu essa prisão num País que não evoluiu, que não se permite a si mesmo ser livre e autêntico. Torga foi o recriador literário desses espaços de liberdade e beleza perenes que são os montes ouvidos pelo vento, ou os rios onde correm as transparências telúricas dos seixos e de uma vida selvagem quase pura. Chamou-lhe o reino do maravilhoso.

Nesse reino, o silêncio criado nas fragas, onde o som mais encantado das cotovias chega dos castanheiros milenares, onde tudo se apresenta frontal e belo encanou-o e encanta quem o conhece. O reino encantado das flores silvestres, onde torgas luxuriantes lutam entre as pedras nessa resistência de sonho, por onde corre o vento e o silêncio. A biografia de Torga é construída das muitas escolhas que fez na vida, perante esse testemunho vivo da terra e do maravilhoso que ele descobriu nela. Os seus poemas são o grito dessa liberdade e a angústia de uma vida que se queria livre, grande e incomensurável como o tempo. 

A sua passagem pelo Brasil deu–lhe a conhecer essa extensão informal de Portugal e permitiu–lhe realizar os seus estudos. Chega a Coimbra, em 1928, para estudar Medicina, iniciando nesse ano a publicação dos primeiros poemas. Em 1929, encontramo–lo a trabalhar na Revista Presença, onde fica pouco tempo, pois a sua voz era uma voz de liberdade, de compromisso com a dureza da vida e com a beleza que encontrava nos testemunhos da memória. 

Em 1933, escolhe exercer Medicina em Trás–os–Montes. Passou a dedicar –se à dupla missão de ser médico e de ser escritor. Foi preso, durante o regime político do Estado Novo. Nunca optou pelo caminho do exílio, ficando porque se considerava a voz de uma identidade, da Terra, de uma identidade cultural, de um património de pertença. Escreveu sobre o seu País esquecido, Portugal, sobre a suas tradições e particularidades. Imaginou a criação de um mundo telúrico e foi um poeta de grande alcance humanista. 

Torga é um exemplo de uma figura de grande valor cultural e humanista, e o facto de ter sido obliterado à vida de uma comunidade evidencia um País afastado de si próprio. Torga sentiu tudo isto. Torga criou na Literatura um reino maravilhoso, porque o descobriu, porque o soube ver nas fragas de xisto que se debruçam das arribas do Douro, nas plantas rasteiras que no cimo das serras resistem a todas as intempéries. Estas paisagens inspiraram–no na sua escrita. 

Torga foi essa montanha que não se move, que não cede às pequenas intrigas e vaidades, e que se afirma na beleza da palavra sempre pronta para fazer da liberdade a maior bravura. Torga morreu há um pouco mais de vinte anos, despedindo–se de um País que reconheceu o valor da sua literatura, mas não lhe deu uma oportunidade de participar na sua construção. Torga sentiu esse desprezo de um País político pela mais elementar verdade, pela beleza das coisas simples, por esse território de gente sofrida, pobre e sem oportunidades, que lutava no cimo das encostas por uma vida mínima de possibilidades. 

A solidão deste escritor foi também uma forma de encontrar a revelação desse real tão belo, dessa força natural imensa. Torga era uma forma de consciência, um património humano, que assume atualmente um maior significado do que quando se despediu de nós. Torga sentiria, hoje, uma imensa tristeza pelas “praias tristes”, abandonadas da vontade, em que se tornou parte deste país.

Um mês com ... Eugénio de Andrade

Aqui estão as mãos.
São os mais belos sinais da terra.
Os anjos nascem aqui:
frescos, matinais, quase de orvalho,
de coração alegre e povoado.

Ponho nelas a minha boca,
respiro o sangue, o seu rumor branco,
aqueço-as por dentro, abandonadas
nas minhas, as pequenas mãos do mundo.

Alguns pensam que são as mãos de deus
— eu sei que são as mãos de um homem,
trémulas barcaças onde a água,
a tristeza e as quatro estações
penetram, indiferentemente.

Não lhes toquem: são amor e bondade.
Mais ainda: cheiram a madressilva.
São o primeiro homem, a primeira mulher.
E amanhece.


Eugénio de AndradeCoração Habitado; Imagem - Talebayat.com

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Filosofia para crianças - As mais belas coisas do mundo (III)

  

Na primeira sessão escrevemos uma palavra mágica, falámos sobre um livro que tenhamos gostado de ler e pensámos sobre o que nos faz pensar. Apresentámos as ideias e discutimos o que surgiu.
  Na segunda sessão ouvimos uma história, As mais belas coisas do mundo, em que cada um leu um pedaço. Depois pensámos em perguntas sobre o texto lido e votámos nas três perguntas que mais gostámos
   Na terceira sessão discutimos essas três questões e falámos sobre elas com o professor e com os colegas da turma. No fim avaliámos o que fizemos e descrevemos as sessões. 
    Eu gostei destas sessões porque aprendemos que acreditar, pensar, ouvir e comentar faz parte da vida.Aprendemos que as perguntas e as palavras que utilizamos podem mudar muito a nossa vida e que as emoções fazem a vida ser mais colorida e ajudam os nossos pensamentos. Eu gostava de repetir estas sessões.

As perguntas que pensámos foram:
1.Por que é que as pessoas não dão abraços acolhedores às pessoas que mais precisam?
2. O que é acreditar?
3. Quais são as mais belas coisas do mundo?

(excerto de um dos registos feitos pelas crianças).
A sessão de filosofia para crianças feita a partir deste estímulo literário será concluída com a realização de uma atividade de expressão plástica sobre as mais belas coisas do mundo, de que se dará conta mais tarde...

Escrita de palavras


 Uma aula de odontologia

 No dia 17 de janeiro, no tempo letivo de "Oficina do Mundo", a enfermeira Leonor esteve na nossa sala de aula para nos falar sobre higiene dentária.

Esta atividade realizou-se no âmbito do Programa de Educação para a Saúde (PES) e ficamos a saber que existem três tipos de dentes: caninos, molares e incisivos. Depois disso, vimos como nossos dentes mudam ao longo da vida e são influenciados pelos alimentos e bebidas que consumimos. No final a enfermeira Leonor mostrou-nos como cuidar bem da higiene da nossa boca. Isso incluía como limpar os dentes e a língua corretamente e quantas vezes por dia. Também podemos usar fio dental para remover o escudo de bactérias.

Foi uma experiência muito interessante e qualificada conhecer a enfermeira Leonor.

E espero que todos tenham gostado da reunião.

Imagem: Copyright—Sorrisologia

                                               Eva Magalhães - 5.º FA

Escrita de palavras

  

   No passado dia 17 de janeiro, no tempo de “Oficina do Mundo”, a enfermeira Leonor esteve na nossa sala de aula para nos falar sobre higiene dentária. 

   Esta atividade realizou-se no âmbito do Programa de Educação para a Saúde (PES) e ficamos a saber o quanto é importante cuidarmos bem dos nossos dentes e da nossa boca.

   A enfermeira Leonor falou de como lavar os dentes, da quantidade de paste que devemos colocar na escova para não haver desperdício e algumas técnicas de como escovar os dentes. Falou também dos dentes de “leite” que são os que caem e os dentes “definitivos”, estes últimos uma vez caindo não voltam a nascer. Falou também de doenças que podemos apanhar devido à má higiene oral e que podem ser graves, para que isso não aconteça temos que lavar os dentes no mínimo duas vezes por dia.

    Vamos todos cuidar da nossa higiene oral para termos uns dentes bonitos e uma boca saudável… 

     Imagem: Copyright—Visão

Ricardo Azevedo - 5.º FA

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Um mês com ... Eugénio de Andrade


Num distante janeiro, do ano de 1923 nasceu um dos grandes poetas da cultura portuguesa e que se comemora este ano o centenário do seu nascimento. A sua dimensão carece que dele falemos sempre um pouco mais, ele que nos guarda as palavras, as simples palavras. Um dos seus poemas, nessa procura da simplicidade maior, da luz solar, da água, da beleza dos gestos essenciais da vida.

Estive sempre sendo nesta pedra
escutando, por assim dizer, o silêncio.
Ou no lago cair um fiozinho de água.
O lago é o tanque daquela idade
em que não tinha coração
magoado (porque o0 amor, perdoa dizê-lo, 
dói tanto! Todo o amor. Até o nosso,
tão feito de privação). Estou onde
sempre estive: à beira de ser água.
Envelhecendo no rumor da bica
por onde corre apenas o silêncio.

Eugénio de Andrade, Poesia, Modo de Ler.

Cadernos literários

   

 

A atividade “Cadernos Literários/ Diários de Escrita” surgiu, em articulação com a Biblioteca do Agrupamento. Pretende-se com esta atividade promover a leitura e a escrita de forma lúdica e pedagógica, permitindo aos alunos demonstrar a sua criatividade e a sua sensibilidade. É um desafio que envolve a leitura, a escrita, a arte e o digital.

     Eis algumas fotos ilustrativas destes momentos tão divertidos em sala de aula. (9.º ano)


Professora Paula Sobral

Filosofia para crianças - As perguntas

 

As perguntas que valor têm? Saber fazer perguntas é uma forma de compreende de modo diverso?
Ao fazer uma pergunta porquê, quais são as razões que te levam a afirmar / perguntar isso, o que compreende, cada um e todos os que ouvem?
As palavras são importantes, umas mais que outras? A ponto de elegermos uma palavra mágica que seja importante para cada um? 
Um livro. Que livro nos fica dos que já lemos e porquê? Porque o lembramos?

(Alguns registos a partir de duas sessões) - (5.º FA / 6.º FC)

O que me faz pensar é - Uma palavra mágica 

1 - O que me faz pensar é como ser criativo com a imaginação! - Por favor!
2 - O que me faz pensar é o que vou fazer? - Ajudar os outros!
3 - O que me faz pensar é ser gentil! - Diferença!
4 -  O que faz pensar é saber como nascem as girafas? - Obrigada!
5 - O que me faz pensar é o meu futuro e olhar para o que eu gosto de estudar! - Magia!

Livros

1. Assim vais longe, Disney.
2. Diário de um Totó.
3. Uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma.
4. O Diário de um Banana.
5. Harry Potter e a Câmara dos Segredos.

Os livros são sempre memórias de uma aventura, de uma alegria, de algo que ficou marcado nos dias como algo especial, que inspirou momentos. São essas as ideias que por aqui também foram pensadas com as perguntas.

 



terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Um mês com... Miguel Torga


«Liberdade. Passei a vida a cantá-la, mas sempre com a identidade no pensamento, ciente de que é ela o supremo bem do homem. Nunca podemos ser plenamente livres, mas podemos em todas as circunstâncias ser inteiramente idênticos. Só que, se o preço da liberdade é pesado, o da identidade dobra. A primeira, pode nos ser outorgada até por decreto; a outra, é sempre da nossa inteira responsabilidade.» 

O autor do mês de Janeiro na Biblioteca é Miguel Torga. Na verdade é mais do que um autor, é uma geografia e uma paisagem humana únicas. Na primeira entrada para a sua apresentação importa salientar que Torga foi um ser de grande valor humano feito de uma raridade e de uma frontalidade só quase vivida pela geografia mais sublime. Mais que um homem, foi uma criação de um património, a respiração do vento mais puro, agreste, difícil, verdadeiro e frontal como as quedas de água no alto das fragas.

Miguel Torga, pseudónimo do médico Adolfo Coelho da Rocha que mistura a reverência por Unamuno e Cervantes na escolha de Miguel e de celebração do mais agreste, as pequenas flores silvestres no cimo dos montes. Torga representa na dimensão humana o carácter duro, mas solidário, frontal, mas apaixonado por uma consciência de valores imutáveis.

A sua escrita apresenta o encanto silvestre e a originalidade humana desse reino único, muito especial, aquele deu o nome de maravilhoso.

A sua obra literária e a sua figura humana são a morada desse tempo quase eterno onde a montanha faz nascer a liberdade e a beleza. Torga confunde-se com esse reino. Há nele essa dimensão de natureza frontal, em estado maciço que se apresenta como um universo a descobrir, uma fonte de vida e valores universais. Um universo de pura pedra inconformável com a injustiça, incapaz de metamorfoses sob o peso dos outros, ou do mundo.

Miguel Torga é na verdade uma atmosfera de resistência e de revelação. O seu desencanto nos últimos anos de vida revelou uma vez mais que ele era de um outro tempo. Durante o mês, a ele voltaremos para divulgarmos uma obra única que nos faz compreender como somos herdeiros de um território e de uma identidade. A sua atualidade é por demais evidente, num tempo a esquecer-se do essencial em relação ao património, como identidade de pessoas e de um território.

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Concurso Nacional de Leitura 2023 (I)

 

A edição de 2022/2023 do Concurso nacional de leitura já se iniciou. Na 1ª fase (realizada na escola) irão existir três provas, para o ensino básico (4.º ano, 2.º e 3.º Ciclos). As provas serão realizadas no dia 25 de janeiro. As obras em análise são as seguintes:
4.º ano: O senhor do seu nariz de Álvaro Magalhães;
2.º Ciclo: Volta ao mundo na mota do meu pai de Raquel Ramos
3.º Ciclo: A Pérola de John Steinbeck.


 

Boas leituras! E um bom desempenho!

Recomeçar...

 


"Recomeça…
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,

Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar
E vendo
Acordado,
O logro da aventura.

És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças."

 "Diário XIII",  in Antologia Poética / Miguel Torga. Lisboa: D. Quixote.

(pensando nos recomeços e no autor do mês de janeiro, Miguel Torga)