terça-feira, 27 de julho de 2021

Sugestões de leituras II

 Na conclusão de um ano letivo, algumas sugestões de leitura para os dias de férias, agora pensando num público mais adulto.

 

Sugestões de leituras I

   Na conclusão de um ano letivo, algumas sugestões de leitura para os dias de férias.


sexta-feira, 9 de julho de 2021

Visita de estudo

Os alunos do 5.º ano de escolaridade do Agrupamento realizaram uma visita de estudo ao roteiro megalítico do concelho de Forjães. Foi possível visitar dois importantes monumentos do concelho datados entre o  quinto e o terceiro milénio antes de Cristo. Monumentos ligados à adoração da Natureza e ao culto dos mortos, as antas ou dólmens e os menires foram grandes manifestações de uma cultura megalítica na Europa.

 
Os alunos visitaram o menir de S. Paio de Antas e nele puderam compreender o seu grande objetivo de adoração à Natureza, da sua ligação com a vida e de como as grandes pedras eram levadas e depositadas nos espaços naturais. Foi possível compreender a sua posição geográfica e como eles referenciam estrategicamente locais de fixação num território. 

 
Foi ainda visitada a Mamoa do Rapido I, que alberga num ponto cimeiro do território uma construção de anta. Os alunos puderam verificar a sua localização e compreender os elementos da sua composição, justamente, uma câmara funerária, com um corredor. A referida câmara é coberta por uma ou várias lajes - conhecidas como tampa ou mesa - tal como o corredor, sendo este conjunto coberto por uma mamoa de terra.
 
Aos alunos foi explicado a função da anta nas culturas daquele tempo, a sua importância para as suas crenças na vida após a morte e a posição fetal em que eram colocadas as pessoas, assim como a descrição dos objetos que os acompanhariam nessa viagem. Existem motivados pintados e gravados na anta visitada, cujo significado ainda não foi compreendido na sua função. Detetam-se nesses motivos as cores do vermelho, ocre e o branco.


Exposição final de História e Geografia - a construção do mundo


A disciplina de História  e Geografia organizou com os alunos do 5º ano uma exposição final de trabalhos sobre as viagens marítimas dos séculos XV e XVI. Ao longo do terceiro período as temáticas estudadas permitiram construir as dimensões sociais e culturais de uma viagem que viria a dar outra dimensão ao mundo. 
 
Os alunos realizaram em História várias biografias sobre figuras muito importantes que estiveram ligadas a essa construção do mundo. As biografias foram sendo aqui publicadas e esses materiais foram reunidos nesta exposição que juntou figuras de diferente origem. Do infante D. Henrique, a D. João II, de Cristóvão Colombo a Fernão de Magalhães, de Garcia da Orta a Pedro Nunes foram construídas pelos alunos sínteses a parir da consulta de diferentes fontes de informação.

A exposição agregou também amostras de diferentes plantas, como a pimenta, o gengibre, a canela, a cana-de-açúcar, o chá, o cravinho, a noz-moscada, a banana, entre outras, onde os alunos realizaram apresentações descritivas da sua origem e migração entre continentes no século XVI.

A exposição juntou ainda um conjunto de caravelas construídas pelos alunos na disciplina de Educação Tecnológica, com recurso a materiais recicláveis. A exposição procurou materializar aquilo que foi o processo de estudo deste tema, destacando os aspetos sociais, culturais e civilizacionais de uma grande aventura humana.

quinta-feira, 8 de julho de 2021

Livro de poemas e desenhos - Animais Marinhos

 

Nascente Escolar - junho

 junho 2021 by BibliotecasAears on Scribd

Biografia (VIII)

O Infante D. Henrique foi o responsável pelos descobrimentos portugueses durante os reinados de D. João I, D Duarte e parte do reinado de D. Afonso V. Ficou conhecido por o Navegador, mas foi-o de terra firme. O seu epíteto advém da forma como protegeu e instigou as primeiras viagens expansionistas, ficando para sempre ligado a este glorioso período da História de Portugal, sendo decisiva a sua ação no Norte de África e no Atlântico.

        A D. Henrique devem-se feitos como a tomada de Ceuta em parceria com seu pai e irmãos, embora também tenha participado no desastre de Tânger, a armada das Canárias, a guerra que os seus navios faziam aos infiéis, principalmente aos piratas; o povoamento das "descobertas" ilhas Atlânticas, particularmente notável na Madeira.

        Foi ele quem mandou vir da Sicília a cana-de-açúcar e os "técnicos" para supervisionarem o seu cultivo e a sua transformação, fazendo da Madeira uma importante região produtora de açúcar.

        D. Henrique era um homem muito poderoso, como o atesta o título de Infante. Seguindo a tradição da época, recebeu uma educação exemplar, mas profundamente religiosa. A sua moral enquadra-se dentro do moralismo puritano inglês, que se revela também nos escritos de seu pai e de seus irmãos, preocupados em emitir juízos morais e em dar conselhos. Também ele deixou conselhos escritos e um breve tratado de teologia.

        sua obra já era desde então conhecida na Europa, como atesta uma carta escrita pelo sábio italiano ao Infante, em 1448-1449. O letrado italiano compara os seus feitos aos de Alexandre, o Grande, ou aos de Júlio César, enaltecendo-os ainda mais por serem conquistas de locais desconhecidos de toda a Humanidade. 

Carolina Oliveira, 5.º FA

Biografia (VII) - Garcia da Orta


Garcia de Orta nasceu em 1501 no Castelo de Vide, era filho do mercador Fernando de Orta, originário de Valência de Alcântara, e de Leonor Gomes, originária de Albuquerque.

Ele frequentou as universidades de Salamanca e Alcalá, onde estudou gramática, artes e filosofia natural, provavelmente a partir de 1515, tendo-se licenciado em medicina em 1523. Foi também botânico, farmacologista e antropólogo.

Em 1526 obteve licença para praticar medicina e no mesmo ano mudou-se para Lisboa onde se tornou médico de D. João III. Embarcou para a Índia a 12 de março de 1534 como médico pessoal de Martim Afonso de Sousa. Em 1541 casou com uma rica herdeira, Brianda de Solis, com quem teve duas filhas. Foi um médico conceituado em Goa, praticando a medicina no hospital e na prisão de Goa. Em 1563 lançou uma obra que perpetuou o seu nome, que foi o livro “Colóquio dos simples e drogas e Cousas medicinais da Índia”. Está escrito em português na forma de diálogo entre ele e um colega recém-chegado a Goa de seu nome Ruano. 

Núria César, 5.º FA

Biografia (VI) - Duarte Pacheco Pereira

 1. Duarte Pacheco Pereira (1460-1533)

           Com um perfil multifacetado, Duarte Pacheco Pereira destacou-se como cosmógrafo, navegador e heroico guerreiro, durante os reinados de D. João II, D. Manuel I e D. João III. Foi cognominado pelos clássicos como o “Aquiles Lusitano”.

     Duarte Pacheco Pereira nasceu em Lisboa, em 1460, e era filho de João Fernandes Pacheco e de Isabel Pereira. Curiosamente, nasceu no ano em que faleceu o infante D. Henrique. 

    O seu pai, João Pacheco, fez parte de uma expedição contra os turcos no Mediterrâneo Oriental, vindo a morrer em combate na praça de Tânger. Por seu turno, o seu avô, Gonçalo Pacheco, foi tesoureiro da Casa de Ceuta. Duarte Pacheco Pereira era ainda descendente de Diogo Lopes Pacheco, um dos homens que participou na execução de D. Inês de Castro.

1. Adolescência e juventude

Filho de um hábil navegador e neto de um armador, cresceu sempre em contacto próximo com o mar e com histórias das destemidas viagens dos portugueses e das novas terras que iam descobrindo ao desbravar sem medo o oceano.

Essas histórias fizeram com que começasse, desde cedo, a demonstrar um espírito irreverente, com desejo pela aventura e pela conquista de grandes feitos. Ao serviço da pátria desde a sua juventude, com os mais diversos feitos, tornou -se, aos poucos, um dos portugueses mais notáveis naquela época.

3. Principais feitos

  Entre 1480 e 1490, participou em viagens de exploração e reconhecimento do litoral ocidental africano. Em 1488, encontrando-se doente na ilha de São Tomé, foi trazido de volta para o reino por Bartolomeu Dias.

De Janeiro a Outubro de 1490, integrou a guarda pessoal d’el-Rei D. João II.

Mais tarde, em 1494, fez parte da delegação portuguesa que negociou e assinou o Tratado de Tordesilhas em 7 de Junho desse ano, sendo escolhido por D. João II para esta delegação na qualidade de cosmógrafo de excelência. Estudos mais recentes demonstram que, dispondo de meios limitados nessa época, terá conseguido calcular o valor do grau de meridiano com uma margem de erro de apenas 4%.

Entre 1495 e 1499, integrou a missão no Castelo de São Jorge da Mina.

 Em 1500 acompanhou Pedro Álvares Cabral na sua viagem pelo Oceano Atlântico, que culminou com a descoberta oficial do Brasil.

Participou em várias outras viagens, nomeadamente, à Índia, para onde partiu no dia 6 de Abril de 1503, na armada de Afonso de Albuquerque, ao comando da nau Espírito Santo, e teve um papel de destaque na defesa da cidade de Cochim perante a investida da cidade vizinha de Calecute. Regressou a Lisboa em 1505, sendo recebido por todos com grande entusiasmo e aclamado como uma espécie de herói internacional. Nesse ano iniciou a redação da sua obra literária e roteiro náutico “Esmeraldo de Situ Orbis”.

Mais tarde, voltou a S. Jorge da Mina, cidade da qual foi governador e capitão entre 1519 e 1522. No final desse período retornou a Lisboa.

4. Velhice 

Apesar de todos os seus grandes feitos e do papel de destaque que sempre ocupou junto das Cortes de D. João II, D. Manuel I e D. João III, Duarte Pacheco Pereira acabou os seus dias na miséria e assolado por vários desgostos, como a maioria dos grandes homens portugueses

5. Morte e legado

Duarte Pacheco Pereira faleceu no início do ano de 1533 e o seu legado é bastante diversificado.

Doc. 1 * A experiência, mãe de todas as coisas

                “Nunca os nossos antepassados […] imaginaram que viria o tempo em que o Ocidente conheceria o Oriente como agora conhece. Os escritores antigos escreveram sobre isso tantas fábulas que se pensava ser impossível navegar até ao Oriente. Ptolomeu escreveu sobre o Índico como sendo uma lagoa fechada, sendo impossível lá chegar por mar.

                Outros disseram […] que nele havia muitas sereias e animais nocivos, pelo que esta navegação se não podia fazer […].

Como a experiência é a mãe de todas as coisas, por ela soubemos radicalmente a verdade.”

Duarte Pacheco Pereira, Esmeraldo de Situ Orbis 


A sua obra “Esmeraldo de Situ Orbis” - iniciada em 1505 após o seu regresso a Lisboa e que foi interrompida no ano de 1508, ficando assim incompleta, e que apenas foi descoberta a partir do séc. XIX - apresenta-se como uma das mais importantes obras literárias representativas da escola náutica portuguesa. Esta obra, conhecida na época como um regimento náutico, ao mesmo tempo que contesta o saber livresco tradicionalmente aceite, destaca o papel da experiência como fonte do conhecimento (doc. 1) e veio revelar uma outra faceta de Duarte Pacheco Pereira, constituindo um autêntico roteiro pela costa ocidental e oriental de África. Nela, o autor apresenta constantes comentários e dá várias indicações de que durante uma das suas viagens, em 1498, teria sido incumbido de descobrir “uma tão grande terra firme” a ocidente do Oceano Atlântico, partindo do arquipélago de Cabo Verde. Nesta obra incompleta destaca-se então o papel ativo de Duarte Pacheco Pereira como roteirista.

Surgem neste contexto várias especulações de que poderia efetivamente ter alcançado a costa brasileira durante essa expedição, partindo propositadamente e de forma secreta em direção a Oeste desde o arquipélago de Cabo Verde. A ser verdade e porque a zona onde chegou, estaria localizada no domínio de influência de Castela, o feito não foi divulgado publicamente, evitando assim confrontos com a coroa castelhana.

O tratado de Tordesilhas foi considerado o tratado mais importante do séc. XV e todo o saber científico de Duarte Pacheco Pereira revelou-se um elemento fundamental na defesa dos interesses dos portugueses.

Doc. 2 *

                “ […] e por não alargar mais a matéria, leixo de dizer as particularidades de muitas cousas que este glorioso Príncipe mandou descobrir por mim e por outros seus capitães em muitos lugares e rios da costa da Guiné, dos quais, em tempo do Infante Dom Anrique e del-Rei Dom Afonso, a costa do mar somente era sabida sem saber o que dentro nelas era; […]”

Duarte Pacheco Pereira, in Prólogo de Esmeraldo de Situ Orbis


Esta informação do prólogo (doc. 2) confirma o seu envolvimento nas explorações africanas, durante o reinado de D. João II, e os passos decisivos para um conhecimento mais profundo da África Ocidental e dos seus povos, uma etapa fundamental para alcançar, mais tarde, o tão desejado mercado de especiarias no continente asiático. De realçar que, com a descoberta oficial do Brasil, efetuada pela armada de Pedro Álvares Cabral, em 1500, não foram valorizadas publicamente as navegações realizadas anteriormente por este hábil e destemido navegador.

Miguel Gonçalves - 5..º FA

Poesia visual - As naus de verde pinho

Biografia (V) - João Gonçalves Zarco

        

João Gonçalves Zarco nasceu em 1390 em Portugal Continental e faleceu no dia 21 de novembro de 1471 com 81 anos no Funchal foi casado com Constança Rodrigues com quem teve um filho chamado Rui Gonçalves da Câmara. Teve dois netos, o João Rodrigues da Câmara e o Antão Rodrigues da Câmara e dois bisnetos, Mécia Pereira e Rui Gonçalves Pereira.

       Descobriu a Madeira com Tristão Vaz Teixeira. Estes navegadores terão descoberto primeiro Porto Santo e, só depois, a ilha da Madeira. João Gonçalves Zarco queria construir uma escola e acabou por conseguir. A escola tem o seu nome “Escola Secundária João Gonçalves Zarco” que fica na avenida Villagareia de Arosa. Era um fidalgo da casa do Infante D. Henrique. Combateu na tomada de Ceuta e foi comandante de várias expedições marítimas.

        Quando Gonçalves Zarco faleceu, a população portuguesa fez-lhe uma homenagem, construindo uma estátua na praça Gonçalves Zarco.

6.º FA

quinta-feira, 1 de julho de 2021

Leitura em família

 



EB de Bellinho - 3.º ano

Uma escola para todos

    


Esta não é uma obra de ficção e qualquer semelhança com pessoas, nomes ou acontecimentos não será mera coincidência.

   Esta é uma história de pessoas reais, com nome próprio e iguais a nós. 

   É a história da Diana, do José, da Mariana, do Francisco, do Davi, do Rodrigo Costa, do Paulo, do Luís e do Rodrigo Fernandes, meninas e meninos a quem a vida não assistiu da forma como nós entendemos ser a vida plena, mas a quem assistiu com outros atributos, como o de nos levar a ver o outro com os olhos do coração.

É a história da Celina, da Saúde, da Ana, da Alice, da Virgínia, da Natália, da Isabel e da Madalena, professoras e assistentes operacionais que diariamente dão o melhor de si para que nada falte a quem, recebendo, tanto dá sem disso se aperceber.

Esta é a história das Salas de Multideficiência e do Espectro do Autismo de um Agrupamento de Escolas que, nas Marinhas e em Forjães, faz da palavra “inclusão” uma busca permanente.

Mas esta é, também, a história de muitos e de muito mais.

É a história do sorriso terno e grato da avó que fala do gosto do neto pela escola e das mudanças que nele vai observando dia após dia. A história do pai que viu a esposa partir para sempre dois dias depois de a filha nascer com múltiplos condicionalismos. A história dos alunos que, nos tempos livres, acompanham, voluntariamente, os colegas com mais dificuldades. A história de quem reconhece que, apesar de os tempos serem hoje diferentes, continua a ser necessário mais apoio e mais informação para encarar a diferença e o preconceito. A história de inúmeros professores e técnicos que procuram enriquecer física e mentalmente as crianças num exercício constante de dedicação e paciência. A história de profissionais de diferentes instituições que recolhem os nossos alunos, de manhã, com uma saudação e os deixam em casa, ao final do dia, com a sensação do dever cumprido. 
Esta é, no fundo, uma história com várias histórias dentro - as histórias que nos vão moldando, pedaço a pedaço, enquanto seres humanos. 
Esta é a história que o talento da Inês, do Luís e do Simão nos fazem chegar com mestria, para nos recordar que a vida deve ser vivida com todos os sentidos e em toda a sua plenitude. 
Passar ao lado destas imagens é recusar encarar a existência pelo seu lado mais humano, mais genuíno, mais autêntico. É recusar ver o mundo tal como ele é. 
Obrigado aos alunos por nos fazerem ver a vida pelos olhos da sensibilidade e por nos lembrarem o ridículo dos nossos lamentos quando o universo, tão-somente, não satisfaz os nossos caprichos.

Obrigado aos professores, aos assistentes operacionais e a todos os que fazem da sua vida uma dádiva permanente e nos levam a acreditar no ser humano e no seu lado mais fraterno e altruísta.

Obrigado a todos pela oportunidade de nos fazerem pensar.

Obrigado, muito simplesmente, por nos recordarem que estamos vivos.


Para visualizar, aceder aqui.


(Texto e Guião do Professor Carlos Gouveia da Silva)