Espaço institucional de partilha e divulgação das atividades das Bibliotecas Escolares do Agrupamento de Escolas António Rodrigues Sampaio
Os alunos do 5.º ano de escolaridade do Agrupamento realizaram uma visita de estudo ao roteiro megalítico do concelho de Forjães. Foi possível visitar dois importantes monumentos do concelho datados entre o quinto e o terceiro milénio antes de Cristo. Monumentos ligados à adoração da Natureza e ao culto dos mortos, as antas ou dólmens e os menires foram grandes manifestações de uma cultura megalítica na Europa.
O Infante D. Henrique foi o responsável pelos descobrimentos portugueses durante os reinados de D. João I, D Duarte e parte do reinado de D. Afonso V. Ficou conhecido por o Navegador, mas foi-o de terra firme. O seu epíteto advém da forma como protegeu e instigou as primeiras viagens expansionistas, ficando para sempre ligado a este glorioso período da História de Portugal, sendo decisiva a sua ação no Norte de África e no Atlântico.
A
D. Henrique devem-se feitos como a tomada de Ceuta em
parceria com seu pai e irmãos, embora também tenha participado no desastre
de Tânger, a armada das Canárias, a guerra que os seus navios faziam aos infiéis,
principalmente aos piratas; o povoamento das "descobertas" ilhas
Atlânticas, particularmente notável na Madeira.
Foi
ele quem mandou vir da Sicília a cana-de-açúcar e os "técnicos" para
supervisionarem o seu cultivo e a sua transformação, fazendo da Madeira uma
importante região produtora de açúcar.
D.
Henrique era um homem muito poderoso, como o atesta o título de Infante.
Seguindo a tradição da época, recebeu uma educação exemplar, mas profundamente
religiosa. A sua moral enquadra-se dentro do moralismo puritano inglês, que se
revela também nos escritos de seu pai e de seus irmãos, preocupados em emitir
juízos morais e em dar conselhos. Também ele deixou conselhos escritos e um
breve tratado de teologia.
sua obra já era desde então conhecida na Europa, como atesta uma carta escrita pelo sábio italiano ao Infante, em 1448-1449. O letrado italiano compara os seus feitos aos de Alexandre, o Grande, ou aos de Júlio César, enaltecendo-os ainda mais por serem conquistas de locais desconhecidos de toda a Humanidade.
Carolina Oliveira, 5.º FA
Ele frequentou as universidades de
Salamanca e Alcalá, onde estudou gramática, artes e filosofia natural,
provavelmente a partir de 1515, tendo-se licenciado em medicina em 1523. Foi
também botânico, farmacologista e antropólogo.
Em 1526 obteve licença para praticar
medicina e no mesmo ano mudou-se para Lisboa onde se tornou médico de D. João
III. Embarcou para a Índia a 12 de março de 1534 como médico pessoal de Martim
Afonso de Sousa. Em 1541 casou com uma rica herdeira, Brianda de Solis, com
quem teve duas filhas. Foi um médico conceituado em Goa, praticando a medicina
no hospital e na prisão de Goa. Em 1563 lançou uma obra que perpetuou o seu
nome, que foi o livro “Colóquio dos simples e drogas e
Cousas medicinais da Índia”. Está escrito em português na forma de
diálogo entre ele e um colega recém-chegado a Goa de seu nome Ruano.
1. Duarte Pacheco Pereira (1460-1533)
Duarte
Pacheco Pereira nasceu em Lisboa, em 1460, e era filho de João Fernandes
Pacheco e de Isabel Pereira. Curiosamente, nasceu no ano em que faleceu o
infante D. Henrique.
O seu pai, João
Pacheco, fez parte de uma expedição contra os turcos no Mediterrâneo Oriental,
vindo a morrer em combate na praça de Tânger. Por seu turno, o seu avô, Gonçalo
Pacheco, foi tesoureiro da Casa de Ceuta. Duarte Pacheco Pereira era ainda
descendente de Diogo Lopes Pacheco, um dos homens que participou na execução de
D. Inês de Castro.
1. Adolescência e juventude
Filho de um
hábil navegador e neto de um armador, cresceu sempre em contacto próximo com o
mar e com histórias das destemidas viagens dos portugueses e das novas terras
que iam descobrindo ao desbravar sem medo o oceano.
Essas histórias fizeram com que começasse, desde cedo, a demonstrar um espírito irreverente, com desejo pela aventura e pela conquista de grandes feitos. Ao serviço da pátria desde a sua juventude, com os mais diversos feitos, tornou -se, aos poucos, um dos portugueses mais notáveis naquela época.
3. Principais feitos
Entre 1480 e 1490, participou em viagens de exploração e reconhecimento do litoral ocidental africano. Em 1488, encontrando-se doente na ilha de São Tomé, foi trazido de volta para o reino por Bartolomeu Dias.
De Janeiro a
Outubro de 1490, integrou a guarda pessoal d’el-Rei
D. João II.
Mais tarde, em
1494, fez parte da delegação portuguesa que negociou e assinou o Tratado de
Tordesilhas em 7 de Junho desse ano, sendo escolhido por D. João II para esta
delegação na qualidade de cosmógrafo de excelência. Estudos mais recentes
demonstram que, dispondo de meios limitados nessa época, terá conseguido
calcular o valor do grau de meridiano com uma margem de erro de apenas 4%.
Entre 1495 e
1499, integrou a missão no Castelo de São Jorge da Mina.
Em 1500 acompanhou Pedro Álvares Cabral na sua
viagem pelo Oceano Atlântico, que culminou com a descoberta oficial do Brasil.
Participou em
várias outras viagens, nomeadamente, à Índia, para onde partiu no dia 6 de
Abril de 1503, na armada de Afonso de Albuquerque, ao comando da nau Espírito
Santo, e teve um papel de destaque na defesa da cidade de Cochim perante a
investida da cidade vizinha de Calecute. Regressou a Lisboa em 1505, sendo
recebido por todos com grande entusiasmo e aclamado como uma espécie de herói
internacional. Nesse ano iniciou a redação da sua obra literária e roteiro
náutico “Esmeraldo de Situ Orbis”.
Mais tarde,
voltou a S. Jorge da Mina, cidade da qual foi governador e capitão entre 1519 e
1522. No final desse período retornou a Lisboa.
4. Velhice
Apesar de todos os seus grandes feitos e do papel de destaque que
sempre ocupou junto das Cortes de D. João II, D. Manuel I e D. João III, Duarte
Pacheco Pereira acabou os seus dias na miséria e assolado por vários desgostos,
como a maioria dos grandes homens portugueses
5. Morte e legado
Duarte Pacheco Pereira faleceu no início do ano de 1533 e o seu legado é bastante diversificado.
Doc. 1 *
A experiência, mãe de todas as coisas
“Nunca os nossos
antepassados […] imaginaram que viria o tempo em que o Ocidente conheceria o
Oriente como agora conhece. Os escritores antigos escreveram sobre isso tantas
fábulas que se pensava ser impossível navegar até ao Oriente. Ptolomeu escreveu
sobre o Índico como sendo uma lagoa fechada, sendo impossível lá chegar por
mar.
Outros
disseram […] que nele havia muitas sereias e animais nocivos, pelo que esta
navegação se não podia fazer […].
Como a experiência é a mãe de
todas as coisas, por ela soubemos radicalmente a verdade.”
Duarte Pacheco Pereira, Esmeraldo de Situ Orbis
Surgem neste
contexto várias especulações de que poderia efetivamente ter alcançado a costa
brasileira durante essa expedição, partindo propositadamente e de forma secreta
em direção a Oeste desde o arquipélago de Cabo Verde. A ser verdade e porque a
zona onde chegou, estaria localizada no domínio de influência
de Castela, o feito não foi divulgado publicamente, evitando assim confrontos
com a coroa castelhana.
O tratado de
Tordesilhas foi considerado o tratado mais importante do séc. XV e todo o saber
científico de Duarte Pacheco Pereira revelou-se um elemento fundamental na
defesa dos interesses dos portugueses.
Doc. 2 *
“ […] e por não alargar mais
a matéria, leixo de dizer as particularidades de muitas cousas que este
glorioso Príncipe mandou descobrir por mim e por outros seus capitães em muitos
lugares e rios da costa da Guiné, dos quais, em tempo do Infante Dom Anrique e del-Rei Dom Afonso, a costa do mar
somente era sabida sem saber o que dentro nelas era; […]”
Duarte Pacheco Pereira, in Prólogo de Esmeraldo de Situ Orbis
Miguel Gonçalves - 5..º FA
João Gonçalves Zarco nasceu em 1390 em Portugal Continental e faleceu no dia 21 de novembro de 1471 com 81 anos no Funchal foi casado com Constança Rodrigues com quem teve um filho chamado Rui Gonçalves da Câmara. Teve dois netos, o João Rodrigues da Câmara e o Antão Rodrigues da Câmara e dois bisnetos, Mécia Pereira e Rui Gonçalves Pereira.
Descobriu a Madeira com Tristão Vaz
Teixeira. Estes navegadores terão descoberto primeiro Porto Santo e, só depois,
a ilha da Madeira. João Gonçalves Zarco queria construir uma escola e acabou
por conseguir. A escola tem o seu nome “Escola Secundária João Gonçalves Zarco”
que fica na avenida Villagareia de Arosa. Era um fidalgo da casa do Infante D.
Henrique. Combateu na tomada de Ceuta e foi comandante de várias expedições
marítimas.
Esta é uma história de pessoas reais, com nome próprio e
iguais a nós.
É a história da Diana, do José, da Mariana, do Francisco, do Davi, do
Rodrigo Costa, do Paulo, do Luís e do Rodrigo Fernandes, meninas e
meninos a quem a vida não assistiu da forma como nós entendemos ser a vida
plena, mas a quem assistiu com outros atributos, como o de nos levar a ver o
outro com os olhos do coração.
É a história da Celina, da Saúde, da
Ana, da Alice, da Virgínia, da Natália, da Isabel e da Madalena, professoras e
assistentes operacionais que diariamente dão o melhor de si para que nada falte
a quem, recebendo, tanto dá sem disso se aperceber.
Esta é a história das Salas de
Multideficiência e do Espectro do Autismo de um Agrupamento de Escolas que, nas
Marinhas e em Forjães, faz da palavra “inclusão” uma busca permanente.
Mas esta é, também, a história de muitos
e de muito mais.
Obrigado aos professores, aos assistentes operacionais e a todos os que fazem da sua vida uma dádiva permanente e nos levam a acreditar no ser humano e no seu lado mais fraterno e altruísta.
Obrigado a todos pela oportunidade de nos fazerem pensar.
Obrigado, muito simplesmente, por nos recordarem que estamos vivos.
Para visualizar, aceder aqui.
(Texto e Guião do Professor Carlos Gouveia da Silva)