segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Um Natal diferente

   
Chegou o Natal! Depois de imensos dias de azáfama e de espera chegou, finalmente, uma das épocas mais apreciadas e esperadas do ano. Luzes iluminavam as ruas, as lojas ficavam repletas de magia, as crianças ficavam de pausa letiva para ajudarem seus pais, nesta época tão bonita, preparando as suas casas com efeitos natalícios para receber, com amor, amigos e família.
Aurora vivia em Cascais, com a mãe Luciana e as suas duas irmãs, a Anabela, de dezasseis anos e a Amanda, de quinze anos. Tinha catorze anos e era uma adolescente reservada, intimista, voltada para o seu interior, pois o destino assim o quisera. Dentro daquilo que a vida lhe tinha reservado, tentava sorrir, mesmo que fosse um sorriso disfarçado. Porém, algo faltava naquela casa. A ausência do pai não passava despercebida nas faces de todos.
A época de Natal trazia memórias de criança a Aurora, memórias felizes que ninguém podia esquecer.
Para Aurora, tudo foi diferente naquele Natal. Algo muito especial faltou naquela casa. O pai, o seu querido pai, já não estava ali. Isso não era uma ilusão, isso era mesmo real!
Tudo aconteceu há poucos meses. Seu pai trabalhava para uma empresa, se assim a podia chamar. Um dia, quando ia para o trabalho, despistou-se e bateu com o carro num muro. Cansaço, talvez! Quis o destino que fosse assim. Não resistiu aos ferimentos e, naquele momento, já não estava ali! Dia fatídico aquele que lhe roubou o seu amado pai! Por isso, amigos, valorizem aqueles que vos são próximos. Não adiem os vossos gestos - pensava Aurora, muitas vezes, nos seus momentos de solidão e tristeza, relembrando o texto que estudara em Português.
Este ano, o seu Natal foi reduzido a seis pessoas: mãe, irmãs, avó e prima Catarina. Foi diferente, de facto, para Aurora, mas a diferença deixava muitas marcas. Não é verdade?!
Agora, as prendas eram, para ela, um pouco indiferentes. Se valiam muito dinheiro, ou não, a ela pouco lhe interessava, a ela interessava-lhe, sim, quem estava presente neste dia tão importante. Claro que queria receber prendas como todas as adolescentes, mas preferia receber gestos de amor, de amizade. A isso Aurora chamava Natal: a família, a felicidade, verem filmes todos juntos à lareira.
O Natal, na casa de Aurora, passou a ser diferente, não só porque cresceu e as prendas materiais deixaram de fazer sentido, quando alguém que amamos parte, mas também porque aprendeu a olhar para a vida de outra maneira.
Tudo foi diferente neste Natal!

Escrito por Lara Parente, 9º FB,
 Escola António Rodrigues Sampaio, Marinhas
Imagem: Copyright - Ikebana (Do calendário da Embaixada do Japão, 2015)

Sem comentários:

Enviar um comentário