"Quando lemos uma história, nós a
habitamos. Ela, mais do que qualquer coisa no mundo, amava o momento em que o
livro acabava e a história continuava acontecendo como o sonho mais vívido em
sua mente." (A livraria, Penelope Fitzgerald).
Hoje
deixamos uma breve texto sobre um livro fascinante sobre as livrarias e esse
imaginário, onde a leitura se pode igualmente fazer. Abaixo dele algumas
páginas de livrarias que por agora podem ser visitadas online, mas que
se recomenda a sua visita quando tal for possível.
As
livrarias são espaços de encontro com os livros, com as suas palavras,
organizam um depósito de possibilidades e permitem a descoberta de publicações
recentes ou mais antigas. São espaços de encontro, de convívio. Algumas são
santuários para sentir, espaços por aqueles momentos que soubermos construir, nos
momentos de evasão em sedimentos de sonhos. Existem livros memoráveis sobre
livrarias. Destaquemos, um, Firmim de Sam Savage.
Firmin
é uma comovente alegoria sobre o que significa nascer, crescer e entrar num
mundo connosco, com os sonhos para olhar a realidade, vivê-la e se possível
transformá-la. Firmin é a alegoria dos sonhadores, dos que acreditam no
milagre, em que cada instante novas possibilidades sonham o real, dão-lhe
poesia e consistência. Firmin é uma personagem presa num corpo, mas livre no
real e no sonho que constrói em cada momento, em cada gesto de sobrevivência,
em cada encontro que pela cidade tenta descobrir as cores e os cheiros que o
fazem vivo.
Fimim é uma alegoria
sobre como a imaginação, a aventura, o livro pode romper as mais fechadas
fronteiras. Processo construído com a participação de cada um numa alegria
interior que é também um grande desalento - a natureza humana nos seus
conflitos mais difíceis. Escrito por quem conhece a vida pelo lado de fora, dos
desenquadrados, dos que renascem em geografias descobertas pela ousadia, pela
carência e que fazem dos possíveis encontros, a respiração dos objetos
partilhados, do sonho de amar o essencial.
Palavras sobre
nós próprios, sobre essa revelação do rosto, do perfume no cabelo, do encontro
nas mãos, desse encontro sublime pela beleza, mas também a solidão pelas
memórias de crepúsculo, sempre com a energia e o contentamento que a eternidade
se faz em cada momento. Sam Savage também é um dos grandes. Aqui em Firmin,
um rato nasce numa livraria e com ela se cultiva, sonha e supera os seus
momentos de solidão, os seus momentos para se integrar num mundo que seja
dele.
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