Nela o pensamento se desligou da mão
Ulisses rei de Ítaca carpeinteirou seu barco
E gabava-se também de saber conduzir
Num campo a direito o sulco do arado." (1)
O homem possuidor de um enorme bom senso e de uma inteligência cósmica
aglutina-se na cidade pelo seu conforto secular, pela alegria de em comunhão
com os seus vizinhos formular caminhos de civilização onde o natural e a
memória são elementos de uma espiritualidade reconfortante. Este sonho capaz de
redimir o Homem e dar significado à sua existência foi abandonado pelo superior
valor de adormecer na luz das cidades perdidas com as moedas que guardam o
futuro de todos os possíveis.
No dia vinte e dois de Abril celebra-se o Dia da Terra. A ação
destruidora do homem sobre os habitats naturais é demasiado evidente. E até os
santuários naturais, locais de reserva da vida natural estão ameaçados.
Costumamos por postura de consciência adquirida expor neste dia todas as
consequências da acção do homem e o conjunto de intenções, sempre grandiosas
que os estados nacionais e os governos irão a partir de cada momento
concretizar. Os governos e os homens prestam mais cuidado às moedas com
que adormecem.
É pois um dia para despertar os que ainda não compreenderam a
sacralidade da natureza, a nossa dependência dos seus fluxos vitais, o seu
arquivo das nossas memórias para uma organização social com sentido. Na medida
em que ao Homem ainda não parece suficiente toda a destruição causada, com
consequências sobre a qualidade de vida de milhões da espécie humana, olhemos
para a Terra, a sua beleza indescritível e aquilo que futuras gerações poderão
perder, um Planeta grandioso e fascinante. E o convite a que saibamos
estabelecer novos padrões para a manutenção da qualidade da água e do ar e para
a sobrevivência de muitos milhões de pessoas que vivem as dificuldades de
uma utilização desajustada e irracional do Planeta.
Sophia, "O
rei de Ítaca", in O nome das coisas, página 42.
Imagens, in http://www.earthday.org/2015
Sem comentários:
Enviar um comentário