terça-feira, 31 de março de 2020

Dias de quarentena - o poder da literatura


A literatura é uma das áreas que melhor se relaciona com aquilo que somos como pessoas. Os livros relatam histórias, formulam possibilidades, imaginam atmosferas, conduzem-nos a tempos e espaços desconhecidos. Neles vemos arquivadas as nobres ideias do passado para que todos as vejamos e as pensemos no nosso quotidiano. Na verdade aquilo que nós somos são histórias, lidas às vezes, esquecidas tantas outras na construção de um “eu”, numa viagem entre escritor e leitor, ficando só nós no fim. 

Podemos conhecer o mundo pelas palavras, antes de o certificarmos em nós, ou não. Podemos pensar que na literatura figuram palavras imaginadas, irreais e que esse é o mundo à parte do nosso. Não é verdade. Elas através da literatura são também uma vida, uma outra forma de vida que também se liga ao real, nos pontos e imagens que nós podemos encontrar.

A Literatura oferece-nos uma aprendizagem, um contexto, uma familiaridade, pontes para nos redimirmos sobre o que não conseguimos ser, ou laços para o que desejamos, sempre num sentido livre das coisas. Ler é pois usufruir de uma viagem que se integra num espaço e num tempo, onde nos construímos para uma relação com os outros e com o mundo. Hoje deixamos alguns recursos para todos podermos comprovar o grande valor da Literatura.

(depois do desaparecimento de George Steiner e apesar da generalização, ele é o maior bibliófolo vivo, um homem que transporta continentes de histórias e que aqui nos fala sobre o poder da Literatura. Dois recursos que vale muito a pena serem vistos e refletidos.)


(uma entrevista de um cientista brilhante que nos recorda do valor da arte e de com ela a literatura nos concede a nossa vulnerabilidade, as emoções com que tentamos construir o nosso próprio mundo.)

 (espaço digital da Fundação José Saramago  e que disponibiliza os números das suas revistas Blimunda, de grandor valor cultural e educativo).

segunda-feira, 30 de março de 2020

Dias de quarentena - um filme


"Na medida em que a hipótese central do totalitarismo repousa sobre o"tudo é possível", uma cidadania sensata e uma acção racional devem repousar sobre a hipótese inversa de uma constituição da natureza humana, ela própria justificada pela sua capacidade de abrir, de preservar ou reconstruir um espaço político". (1)

Hannah Arendt é um dos mais importantes nomes do pensamento filosófico do século XX. Devemos-lhe uma lucidez capaz de compreender os mecanismos que suportam a maldade como forma de organização de um qualquer poder político. O seu estudo assenta sobre esse acontecimento inexplicável nos fundamentos racionais da humanidade, essa doença do espírito que foi o nazismo.

Hannah Arendt num filme de Margarethe Von Trotta que é um exercício de cidadania e de afirmação democrática pelo que faz discutir os elementos simbólicos da organização das sociedades, revelou uma dimensão que urge salientar pela sua importância sociológica. O filme retrata a julgamento de Eichmann e a sua iniciativa de tentar compreender como se suportava no pensamento, na explicitação o "mal absoluto", num indivíduo responsável pela eliminaçãode tantos milhões de judeus. E o que Hannah Arendt compreendeu é que aquele homem não conseguia estar à altura da terrível condição que foi o nazismo. Não existe afirmação ideológica, nem arrependimento.

O que Hannah Arendt ouve é a voz de um burocrata, um homem que cumpre tarefas, ordens, que não está envolvido nas suas ações na engrenagem sequencial do nazismo. Hannah Arendt compreende que existe nestes funcionários a execução do mal, a banalidade extrema desse mal. Os funcionários de Hitler não corporizam uma ideia de mal. Nessa banalidade do mal, houve uma Alemanha instruída, culta que fechou os olhos a este drama humano. A antiga aluna de Heidegger insiste que não se pode desligar o pensamento da quotidiano.

 O filme sobre Hannah Arendt não nos ilustra um período histórico. Ele é uma peça essencial para pensar as sociedades contemporâneas, o modo como as formas de poder biopolítico se organizam. Nele podemos pensar que sociedade pretendemos construir, num mundo demasiado formulado a práticas burocráticas com falhas claras nos de valores de cidadania.
O You Tube disponibliliza o fiilme legendado. Aqui o deixamos.

(1) - Hannah Arendt, Between Past and Future: Eight Exercises in Political Thought.

Dias de quarentena - pensarmo-nos

Hoje deixamos alguns recursos que podem servir aos alunos que estão a concluir o 3.º ciclo, mas também aos pais, aos adultos num sentido geral. Esses conteúdos relacionam-se com a disciplina que recebeu um nome antigo e muito necessário reavivar, a Filosofia. Esta palavra é de origem grega e é composta por duas partes. Philos que é uma derivação de philia e que designa amor fraterno e sophia que designa sabedoria. A Filosofia será assim um amor sincero à sabedoria, ou se quisermos ao saber, ao conhecimento de um modo genérico.
Ela devolve-nos questões para refletirmos sobre o homem, a vida, o mundo,  o nosso lugar nele, a felicidade. Ela coloca-nos perante questões a que devemos estar atentos; o que posso saber e talvez mais o que posso fazer, o que podemos fazer nessa abordagem à felicidade em nós e nos outros? Alguns recursos para pensarmos...


Como obter a felicidade é uma pergunta eterna. Será o conforto material a chave para essa conquista, ou poderíamos lá chegar na antiga expressão "menos é mais". Que papel para os amigos, para uma vida auto-sustentada, para a reflexão de como vivemos. Alain de Botton explica a mensagem de Epicuro e faz-nos pensar nas nossas próprias escolhas.


George Steiner dispensa apresentações. Ele foi um continente de recordações, de uma herança cultural vasta e falou-nos do livro, da leitura, da linguagem como forma de construir significados. Conhecedor e utilizador de várias línguas, cultivava essa ideia de saber como uma expressão do coração, como um património interior. Professor em diversos sítios do mundo falou-nos do valor a perder-se do silêncio, do pensamento como forma de construir o real e de como a cultura se não souber ser assumidamente uma voz de coragem de nada serve. Aqui num vídeo sobre o valor e o papel de usarmos o livro e a arte para nos pensarmos individualmente e na relação com os outros.

A beleza transfigurada numa obra de arte, proposta como um ideal a ser tocada, ouvida ou lida é ainda uma ideia importante para redefirmos os valores e as opções de vivermos em sociedade? Roger Scruton num vídeo explica-nos porque a beleza ainda é algo importante, algo para pensarmos nas nossas próprias vidas, uma forma de educação para o gosto, para a criatividade.

Imagem: Nike, Séc. I, Itália

Audiolivros

Disponibiliza-se o acesso ao arquivo de conteúdos da RTP, na adaptação áudio de uma das obras de leitura e estudo para o sétimo ano de escolaridade, o Cavaleiro da Dinamarca de Sophia de Mello Breyner Andresen.





sexta-feira, 27 de março de 2020

dias dequarentena - vídeocontos




Publicam-se os primeiros contos e ou histórias em formato vídeo que se destina a apoiar o projeto leitura em família e ainda como suporte neste tempo de isolamento. Mais tarde será agrupado com outros contos e histórias no site da Biblioteca que ainda está a ser organizado.




quinta-feira, 26 de março de 2020

dias de quarentena

Fazer uma sopa pode ser um momento de encontro de todos em cada família e um bom modo de cuidar da saúde! Algumas ideias!

Sopas by BibliotecasAears on Scribd



quarta-feira, 25 de março de 2020

dias de quarentena

Ainda na área das Ciência um plataforma digital muito interessante e que permite realizar experiências seguindo um conjunto de tutoriais e explicações em suporte vídeo. A plataforma renova as experiências ao longo da semana e é possível realizá-las em casa. Para dúvidas mais persistentes existe uma linha do Whats App para ajudar. Boas experiências! Seria um gosto que pudessem partilhar algumas das vossas experiências enviando-nos (mail da biblioteca) algumas imagens das vossas experiências. Obrigado! Não deixem de experimentar!