terça-feira, 8 de março de 2022

Leituras partilhadas...

   

 

   No primeiro dia da Semana Nacional da Leitura, na segunda-feira, 21 de fevereiro, pelas 13h, recebemos a visita da Sr.ª Carla Silva, mãe da nossa colega Maria Leonor Pereira.

   Ouvimos atentamente a declamação de um poema intitulado: “Cântico Negro”, do escritor José Régio. De seguida, exploramos o poema e refletimos sobre as mensagens que o mesmo transmite, pois é um poema que nos faz pensar sobre a falta de liberdade das nossas ações. Também, o podem ouvir na última sessão da nossa rádio escola, a propósito da Semana Nacional da Leitura

   Foi um momento muito bonito e muito interessante e agradecemos à Sr.ª. Carla pela simpatia e disponibilidade demonstrada para connosco.

   Na  quinta-feira, 24 de fevereiro, pelas 11h45, as alunas: Luna e Bruna, do 5MC leram-nos o livro: “O elefante branco”, do escritor José Torres Gomes, que nós ainda não conhecíamos. Gostamos muito desta história e queremos lê-la em breve. 

   Este momento foi muito especial e estivemos todos muito atentos. 

    Queremos agradecer às nossas colegas do 5MC pela dedicação e amabilidade em partilhar connosco esta história tão especial!

                                                                                                                                                       Os alunos do 5.º MA 

sexta-feira, 4 de março de 2022

Um poema - Vozes de crianças


"O
 amanhã nos meus olhos é de um cinzento triste,
é uma teia de luz cansada
onde recordo quando iam dormir.
Ainda lhes leio naquele quarto,
debaixo da lâmpada ao lado da cama,
os contos com capas duras de cores brilhantes.
De súbito, em alguma madrugada,
ouço uma criança que me chama e incorporo-me,
mas não há ninguém, só um velho
que ouviu o rumor da memória,
um leve fragor de ar na escuridão
como se uma bala atravessasse a casa.
Ao apagar a luz guardava um tesouro."
“Vozes de crianças”, in Casa da Misericórdia / Joan Margarit. Ovni, 2009.

A pintura gótica (III)

 


A pintura gótica tem em Giotto um marco essencial. Na verdade, existe neste artista o reconhecimento de que a pintura no ocidente tem em Giotto um marco fundador e transformador do que se seguiria. Em Giotto a influência da arte bizantina já não se constitui como uma influência, mas apenas como um elemento do passado que foi amplamente transformado. 

Giotto, de nome Giotto di Bondone foi contemporâneo de Ducio, tendo assim vivido entre os séculos XIII e XIV.  Com o Giotto o espaço de representação muda e as figuras apresentam-se a uma escala maior, a que se ajusta aos espaços dos edifícios e é um marco na pintura. A arte gótica atinge na pintura uma expressão máxima com Giotto. Verificamos a existência de "uma personalidade criadora" (Michael Levey), embora só no renascimento essa abordagem se torne mais difundida. Giotto não vivei no renascimento, mas ele é a porta de entrada na pintura para esse período. Giotto vive ainda na arte gótica, mas prepara já outra época. 

Em Giotto e nesse período mais alto da pintura gótica verificamos uma graciosidade dos valores espirituais representados e uma atmosfera de jovialidade e de beleza que impressionam. O mundo linear dos seus antecessores é substituído por uma representação com mais volume e de maior substância, de maior vivacidade nos elementos. O mundo real assume uma importância muito significativa e as formas naturais são vistas como uma das linhas mais importantes da pintura. 

Giotto foi muito influenciado pelo naturalismo romano de Pietro Cavallini e sobretudo por Nicola e Giovanni Pisano, pintores naturais da Toscânia, a província onde Giotto nasceu. Com Pisano Giotto aprendeu o valor das formas representadas de um modo mais substantivo, mais afirmativo e o individualismo nas próprias formas. Claridade e luz ficaram como ideias de Pisano para Giotto. A rigidez da arte bizantina desaparece. Giotto pintou painéis e frescos.

Os painéis embora de tamanho mais reduzido que os frescos, há neles como que uma vontade de transcendência expressa nas formas e nas cores. O painel Nossa Senhora e o Menino, pintado entre 1320 2e 1330 dá-nos uma representação com um significado de humanidade que nos convoca para a sua real dimensão. Ela é representada, como se fosse maior, nos seus aspetos humanos e fá-lo com uma evidente ternura e uma dignidade assombrosas.  O Menino, ele próprio transmite uma áurea de realeza, pois o braço da mãe funciona quase como um trono. Todo o conjunto nos interpela, não nos afasta, aproxima-nos dessa humanidade das figuras representadas.

Nossa Senhora e o Menino / Giotto, 1320/1330. Galeria Nacional de Arte, Washington.

quinta-feira, 3 de março de 2022

Leituras partilhadas

 A leitura conduz-nos no conhecimento do mundo e realizá-la é incentivar uma viagem com o outro, um reconhecimento da sua diferença e um questionamento sobre o que somos, o que pensamos. Na verdade ler é um grande privilégio, pois significa que quem o pode fazer tem à sua disposição algum tempo, silêncio e possibilidades de estabelecer um diálogo. Na semana da leitura realizaram-se leituras partilhadas entre diferentes elementos do espaço educativo do Agrupamento. Alguns exemplos sobre leituras e partilha de poemas. 

 

O livro do mês

 "Toda a água me passa entre as palmas abertas, e de 
              repente não sei se as águas nascem de mim, ou para mim fluem.
Continuo a puxar, não já memória apenas, mas o 
              próprio corpo do rio." (José Saramago)

Inês Fonseca Santos escreveu um livro sobre o autor de Memorial de Convento, especialmente pensado para os mais novos. "Homem-Rio" é assim uma biografia sobre José Saramago que pretende dar a conhecer a geografia do autor, naquilo que foram os fundamentos da sua vida em criança / adolescente e de como essa memória forjou os sinais da escrita que anos mais tarde haveriam de nascer.

Pegando nos significados associados a um rio, como nascente, margens, fluir, a autora fez uma associação com a escrita e sobretudo com a vida de José Saramago. O rio com os seus abraços sobre as margens inspirou a autora a desenhar esses diversos lados que foi a escrita de José Saramago e o contexto da sua própria vida. Se um rio pode ter muitos afluentes, um escritor pode ter muitas margens, todas aquelas que ele inventa e vive.

Assim, dos muitos Saramagos que existiram no corpo de escritor, a autora foi buscar o mais pequeno, "o miúdo Zé", o seu lugar e as suas características humanas e sociais. Assim, entre o vivido e o imaginado foi acrescentada a memória, como forma de recuperar uma experiência e um tempo. Habitando a cidade, essa memória foi a substância que formou em casa dos avós, nas planas águas do Ribatejo. 

"Homem-rio" apresenta-se como uma bonita ilustração a lembrar-nos uma novela gráfica e os seus desenhos juntam a memória de uma experiência com o futurismo das descobertas, com a distância a que muitas vezes deixamos os outros. As palavras em vez de naves espaciais, a linguagem em vez das coisas vistas e não compreendidas, não observadas. A palavra, como forma de exprimir uma ideia, uma vontade, um desenho, uma aspiração a lago mais sublime. 

Dessa palavra estão registadas formas de olhar as coisas, como uma casa onde se habita. A casa que como o rio corre livre e pode ser o lugar onde nos identificamos e que nos acolhe. A casa como expressão da liberdade, essa onde nasceram muitos outros escritores e que aguardam pela nossa voz, no  interior das suas palavras. Existem sonhos que apenas esperam tempo para nascerem, esses que juntam o real, o imaginado e a memória sempre à disposição do que formos capazes de criar.

Leituras partilhadas

 Na semana da leitura foram feitas muitas leituras em diversos contextos educativos e escolares. Um dos mais interessantes foi a presença de alguns encarregados de educação que deixaram o seu testemunho como leitores e deram a alunos de diferentes turmas a possibilidade de ouvirem a leitura de um texto em voz alta. Ouvir ler para nós é um privilégio e sem dúvida estes testemunhos de leitura de pais para alunos foi uma atividade muito significativa na promoção da leitura.

 
 
 EBF e EBARS

quarta-feira, 2 de março de 2022

Desmond Thomas Doss

Desmond Thomas Doss foi um ex-soldado do exército dos Estados Unidos. The preacher ou Soldado Doss era como ele era conhecido na guerra.

Doss nasceu a sete de fevereiro de de 1919, em Lynchburg, na Virgínia nos Estados Unidos da América. Serviu no exército americano durante nove anos e participou na Guerra do Pacífico, na batalha de Guam, Leyte e Okinawa. 

Doss era católico e por isso serviu no exército como médico ( a sua patente era a de cabo).
No fim dos seus anos de serviço casou-se com Dorothy Pauline Doss. O seu casamento durou 49 anos, desde 1942 a 1991. Doss também se casou com Frances Mary Doss, tendo este durado treze anos, desde 1993 a 2006.

Doss teve um filho, Desmond "Tammy" Doss Jr. e morreu a 23 de março de 2006, em Piedmont, no Alabama, nos Estados Unidos da América, com a idade de 87 anos.

Desmond Thomas Doss foi eternamente honrado com o filme, "Até ao último homem" e com  o livro "Soldado Desarmado". Doss salvou cerca de setenta e cinco soldados numa única batalha, estando completamente desarmado e recebeu várias medalhas de honra pela sua ação de heroísmo em defesa da vida humana. 

Marcos, 6º FB