quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

As fitas do mês

 As fitas do mês é uma nova publicação mensal para divulgar o cinema que vai estando em exibição, ou iniciativas / acontecimentos no domínio da sétima arte que mensalmente vale a pena destacar. Em relação ao primeiro tópico, na media em que em alguns meses existem muitas estreias, será feita uma seleção. A publicação será mensal e feita no fim de cada mês.

Novembro trouxe um conjunto de filmes interessantes às salas de cinema. Eis alguns dos destaques.

King Richard: para além do jogo é um filme realizado por Reinaldo Marcus Green e com guião de Zach Bavli e que nos conta uma história biográfica de Richard Williams. Trata-se da história verídica de um homem que tendo sofrido dificuldades de integração, pela sua origem afro-americana pretende que as suas filhas tenham as oportunidades no desporto. 
Revelando capacidades no 'court' de ténis desde jovens, o filme é o relato do esforço para ter uma carreira reconhecida na sociedade. 
King Richard: para além do jogo é a história de Vénus e Serena Williams e do esforço do pai para que tivessem pelos valores do trabalho e do esforço o sucesso que as sua capacidades revelavam.
Filme de aprendizagem de uma experiência e do valor do trabalho e da dedicação como elemento de sucesso para a vida.
 
 De Gaulle é uma leitura de uma das figuras mais importantes do período que envolve a segunda
guerra mundial, a Resistência francesa e a reconstrução da Europa depois de 1945. O filme centra-se em 1940, nas vésperas da ocupação da França pela Alemanha nazi não tendo capacidade de resistir ao avanço de Hitler. De Gaulle recusa-se a negociar, assim como a desistir por uma resistência. Assim, parte para Londres e tentará com Churchill criar a resistência possível na França ocupada. De Gaulle é um filme que se enquadra no tipo drama com um contexto histórico. O filme foi realizado por e escrito por Gabriel Le Bomin.
 
 
 A Metamorfose dos Pássaros é um filme  de Catarina Vasconcelos e ofi estreado no Festival de Berlim, onde obteve o Prémio da Crítica Internacional e recebeu igualmente diferentes distinções em diferentes festivais, como seja em Taiwan, na Lituânia, no Brasil ou em Espanha. 
O filme foca-se na avó paterna da realizadora e na sua mãe. a realizadora apresenta-o como um filme "sobre a mãe do meu pai".  
A Metamorfose dos Pássaros procura fazer a reconstrução de uma memória sobre as mulheres, as mães de um tempo, em que o País não sabia o que era liberdade de expressão, ou as possibilidades de escolha não estavam garantidos a cada pessoa.
O filme traça uma narrativa local de uma história, mas ela permite resgatar um tempo de vida e ajuda-nos a compreender a sociedade de décadas anteriores a esta.
 
A história da princesa de Gales é uma dos temas que com alguma regularidade motivará

a realização de uma biografia, ou de representação do que foi a sua vida. Spencer é um filme realizado por Pablo Larraín que há alguns anos já tinha tentado retratar a vida de uma outra figura do século XX, Jackie Kennedy.  O filme centra-se no Natal de 1991, e do encontro da família real em
Sandringham House e revela-nos as dificuldades de integração de Diana e apresenta os pormenores do que iria ser o divórcio real mais conhecido dos últimos tempos. O filme constrói uma ficção baseado em documentos e escolheu como título Spencer, justamente o nome da sua família de origem. O filme é interessante, no sentido de nos fazer perceber a dimensão simbólica dos gestos da monarquia e a sua incapacidade para lidar com uma abordagem mais próxima da vida comum. Um filme para conhecer melhor as contradições que Diana tentou superar e que como sabemos, terminou mal. 
 
Mães paralelas é um filme de Pedro Almodóvar que junta duas histórias de maternidade, Janis, uma mãe de idade mais avançada, com 40 anos que planeou a gravidez  e uma jovem, Ana que vive com muita apreensão a mesma situação. 
Em Mães paralelas é colocada a questão, de  como uma realidade semelhante se diferencia pelas pessoas, as suas histórias, as suas possibilidades de vida. As histórias individuais como forma de ler a sociedade são um dos recursos mais interessantes para a compreensão do mundo e para ajudar a intervir nele. Aquele encontro na maternidade criará laços entre as duas mulheres que se prolongarão pelo tempo. Um filme que assume o tipo de drama e que reflecte sobre os diferentes lados da maternidade.

Uma obra de arte grega - Palas Atena (ânfora)

 


A Grécia foi um dos expoentes culturais e civilizacionais do mundo antigo. A pintura grega perdeu-se na sua grande maioria, pois eram pintadas sobretudo peças em madeira. Plínio confirmou o valor artístico e cultural dessas pinturas, mas elas não chegaram até nós. O que sobreviveu na pintura grega fixou-se numa arte mais utilitária, a cerâmica. No entanto, a ideia grega não era criar vasos decorativos, com o hoje observamos. Tudo na arte grega tinha uma finalidade. Estes produtos destinavam-se a servir em cerimónias, contendo perfumes, ou outras substâncias.

Como a sua escultura revelará no período helenístico, os vasos da Grécia antiga tinham uma especial preocupação para com a figura humana, com a sua anatomia. Ao contrário de uma noção idealizada do mundo que se pode verificar na civilização egípcia, na cultura grega o olhar parece ser o condutor do que se descreve ou constrói. A civilização grega olhava o universo e a vida como espaço onde a vida decorria, sem a ideia finita que alimentou a arte da imortalidade egípcia. 

Os vasos e a cerâmica gregas formam um conjunto, como uma escultura de um tempo, expressão de uma cultura. Palas Atenas era uma divindade muito importante que protegia a cidade de Atenas e que já se encontra referida na Odisseia de Homero. A sua representação numa ânfora com duas asas é de um autor esconhecido. Quando descoberta, os arqueólogos deram-lhe o nome de pintor de Berlim que existiu na Grécia no século IV a.C. 

A representação não permite vislumbrar a expressão da divindade. Ela conduz um recipiente com vinho que será levado a uma divindade muito relevante do imaginário grego, Hércules. Essa imagem está representado no verso da ânfora. A divindade representada, Palas Atena sugere uma expressão calma e de diálogo silencioso com Hércules nesta representação diferenciada da ânfora. 

Esta ânfora e a sua técnica de construção (a figura vermelha) iniciou-se no século VI a.C. e é já uma evolução da fase anterior em que o fundo negro era pintado, rodeando a anatomia das formas. A utilização, a partir do século VI a.C. deste técnica tornou a cerâmica grega com mais detalhes nas informações representadas. As representações anatómicas permitiam criar imagens visuais com informações importantes, ao nível das expressões e emoções reveladas. As figuras ganham uma construção naturalista e de grande valor plástico, sendo a cerâmica assinada pelos seus criadores, o que revela a importância do período clássico na cerâmica grega.

Imagem: Copyright - Palas Atena / Pintor de Berlim (ânfora), século V a.C. (c. 480)

Poesia - do mar (VII)

 
Amar o mar não é 
só gostar de nadar 
É saber sentir 
O mar a fluir 
É saber apreciar 
A água a salpicar 
É saber perceber 
o que os peixes estão a dizer 
É saber nele brincar 
mas não o magoar 
É saber viver 
do que o mar tem para oferecer 


Afonso Castiço, 4.º FK

Imagem: Joaquín Sorolla, Meninas no Mar.

Poesia - do mar (VI)


Eu gosto muito do mar 
Das ondas na areia a bater
Dos búzios presos às rochas 
Prontos para eu os comer.

Os peixes do mar nadam
Na água azul e salgada 
Os barcos navegam nas ondas 
Mais seguros que uma jangada.

O mar desliza na areia 
Para os mexilhões embalarem 
E em noite de Lua cheia 
Os peixes felizes saltarem.

Afonso Cruz, 4.º FK
Imagem, búzio de nácar (da exposição)

Poesia - do mar (V)

O mar é o nosso coração
 Mas não pode ter poluição
O mar é para amar 
Mas também para cuidar.

O mar ajuda a brincar 
E também a sonhar 
O mar tem um marinheiro 
À beira dele ficava o dia inteiro. 

O mar ajuda a aprender 
E a ler...
Os búzios cantam para o mar 
E o mar dá-lhes ar...

O planeta vai acabar 
Mas nós não vamos deixar 
Vamos salvar os oceanos 
Para vivermos muitos anos.

Daniela Fernandes, 4.º FK
Imagem: Copyright - Olhares.pt

terça-feira, 30 de novembro de 2021

Leituras...

  De um significado de um texto que elementos se podem escolher? De toda a narrativa o que fica mais visível? O que escolher de modo a ilustrar algo essencial, de um menino, da floresta a percorrer e de uma flor? O que será essa flor? E o menino o que sentirá por essa flor salva? Algumas ideias visuais...

 

 

                        (Ilustrações de Margarida, Letícia, Maria Luísa, Filipa e Clara) – 3.º / 4.º FJ


 

Podcast - O dia da sereia

 

Mariana Meireis (5.º FC) - Leitura do conto, "O dia da sereia", de José Jorge Letria, In Histórias do Mar