quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Mahatma Gandhi


Gerações futuras mal poderão acreditar que um homem assim, em carne e osso, tenha alguma vez andado por este Planeta.» (1)

A trinta de Janeiro de 1948, despedia-se deste mundo físico um homem de uma imensa grandeza, que com simplicidade, determinação e beleza soube congregar em si a dimensão única da consciência da Humanidade. Fez da verdade e da justiça a sua causa de vida, enfrentou o Império britânico com a força do espírito, com a sua Satyagraha, onde juntou a sua preocupação com os outros à ideia de não-violência.

Mostrou-nos como as causas são um património de todos, maiorias e minorias e que a injustiça, mesmo de um só homem, é ainda uma injustiça. Com a sua vida exemplificou a procura da identidade que há em cada ser humano e como a paz e a harmonia têm de ser uma ação não só de pessoas, mas também de nações.

Criou um pensamento que assentava em dois princípios: a Satyagraha (a força da verdade e do amor) e o Ahimsa (a não-violência). Todos os movimentos que no século XX lutaram contra a opressão dos impérios coloniais, ou contra a violência ou o racismo inspiraram-se nele. Todos os homens que aspiraram no século XX a um mundo melhor, livre da injustiça social, da guerra e da ditadura individual foram procurar motivação nas suas palavras.

De Martin Luther King a Nelson Mandela muitos compreenderam que a força do seu exemplo e a nobreza da sua causa permitiram fazer evoluir o Homem. Da guerra do Vietname à praça de Tianamen, o seu exemplo deu força à coragem de alguns para se construir uma Humanidade mais fraterna. Este homem, vítima da intolerância, no seu próprio tempo, com as questões relacionadas com a separação da Índia e do Paquistão, após a saída dos Ingleses, guardou para nós o melhor de uma consciência mundial, disponível a todos.

É um privilégio e um reconforto encontrar pessoas que na sua passagem por este planeta procuraram fundar a liberdade contra a opressão, em caminhadas de lucidez, tranquilidade e luta abnegada por um ideal. Raramente encontramos o Homem, a Humanidade nessa individualidade capaz de enfrentar impérios estabelecidos derrotando-os pela demonstração da injustiça.
          
 (1) Albert Einstein, citado de Ghandi, Richard Attenborough
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