terça-feira, 10 de dezembro de 2019

A vida humana


Dos Direitos Humanos poderíamos falar por muito tempo. Talvez nem o nosso próprio tempo de vida chegasse. Pela multiplicidade daquilo que nos compõe, pelo nosso tempo dividido em tarefas e por um mundo estranho e construído tantas vezes à margem de um rosto, de uma respiração. E, talvez nem aja outro tema tão essencial para falar com os alunos, para compreendermos com eles essa aventura larga, vibrante e difícil que é a vida. Essa tarefa de encontrarmo-nos numa festa, onde tantas vezes as margens do rio se alargam e nós à deriva por respostas, para sermos herdeiros de um convite que nos foi feito.

Dos Direitos Humanos vistos como um grupo de valores essenciais a todas as pessoas, a todas as sociedades. Dos Direitos Humanos capazes de nos definir, de nos dar uma identidade, de nos absorver por um sonho comum de paz e liberdade. Dos Direitos Humanos capazes de dotar todos de uma educação que permita alargar o ler, o ver e o ouvir. Sim, a da leitura, a das literacias capazes de nos fazer compreender o que nos envolve e como podemos deixar uma palavra, um verso nesta grande viagem.

Dos Direitos Humanos poderíamos falar e refletir por muito tempo e talvez o devessemos fazer até para nos descobrirmos. Passaremos algumas vezes por esta temática que é no fundo nós próprios. Temática que nos conduz à imaginação, e a um modo de pensar os outros, de estabelecer essa relação com o outro, a fonte da cidadania, o que Hannah Arendt sublinhou como a ponte para a existência humana, o pensamento.  

O que pensamos e o que sentimos sobre o que somos, a Humanidade que nos compõe e os outros, o que sentimos com eles numa viagem feita num espaço único, o universo que nos foi oferecido? É também um convite à colaboração de todos, pois o pensamento é se quiserem o rosto visível da beleza. Por agora o excerto de um Projeto que nos mostrou de modo substantivo a nossa diversidade e se quiserem essas palavras de Sophia, a de que "somos herdeiros do mistério do ser."
Humans, em português, "Humanos" é um grande projeto sobre a própria Humanidade, a sua diversidade, o seu mosaico de pessoas e emoções para a amostragem do que significa em tantos planos o que nos define, o amor, a morte, a amizade, a alegria ou a tristeza.  Deixa-se apenas um pequeno testemunho, o de Pepe Mijuca, que vale muito a pena ouvir. 

O filme na sua íntegra é muito extenso, mas vale muito vê-lo no todo ou em parte. O filme (o link para o filme completo) foi realizado por Yann ArRthus-Bertrand, apresentado em 2015 e tem horas de material sobre nós próprios, a Humanidade. E, talvez seja por isso que os Direitos Humanos são tão difíceis de respeitar, ainda não nos encontramos, ainda não entendemos o que somos nos outros.

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