Não sei
porque floriram no meu rosto
os olhos e os versos que há em ti.
Floriram por acaso, ao sol de agosto,
sem mesmo haver agosto ou sol em mim.
Não sei porque floriram: se o orvalho as queima...
(Ponho as mãos nos olhos para os proteger!)
Tão estranho! florirem no meu rosto
olhos e versos que não posso ver.
os olhos e os versos que há em ti.
Floriram por acaso, ao sol de agosto,
sem mesmo haver agosto ou sol em mim.
Não sei porque floriram: se o orvalho as queima...
(Ponho as mãos nos olhos para os proteger!)
Tão estranho! florirem no meu rosto
olhos e versos que não posso ver.
Eugénio de
Andrade
Fevereiro.1946
Fonte: Fundo documental digital da Biblioteca Nacional.
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