O
Prémio Nobel da Física de 2019 foi atribuído a três investigadores, justamente,
Michel Mayor, Didier Queloz e James Peebles. Os dois primeiros foram
responsáveis pela descoberta dos primeiros
planetas fora do sistema solar. O terceiro é um dos autores das teorias
cosmológicas que explicam o modo como o universo surgiu e qual tem sido sua
evolução.
O
Prémio Nobel da Física de 2019 concedido a estes três investigadores foi
justificado pela academia sueca pelas contribuições dos vencedores ao
conhecimento humano sobre a evolução do cosmos e o lugar que a Terra ocupa
nele.
Há
três décadas que se abordava esta questão, da existência de planetas fora do
sistema solar. Nesse tempo era apenas uma questão teórica, algo que podia ser
real ou provável, mas não existia forma de provar essa ideia com observações
diretas. Foi em 1992 que Aleksander Wolszczan e Dale Frail anunciaram a
descoberta dos primeiros planetas extra-solares.
Em
1995 Michel Mayor e Didier Queloz descobriram o primeiro planeta extra-solar em
torno de uma estrela "normal" e foram eles que receberam o
reconhecimento da academia sueca. Hoje, mais de 4.000 planetas foram
descobertos fora do sistema solar. Os seus trabalhos basearam-se no estudo das
suas atmosferas e na procura de sinais de atividade biológica.
As
descobertas de planetas fora do sistema solar é muito importante, pois na História
da Humanidade esta foi uma questão essencial. Bastaria recordar Giordano Bruno
que foi vítima de uma ideia cultural e religiosa que não aceitava o sol era
mais uma estrela. Sabemos hoje que existem inúmeros
planetas e que não é exagero pensar que alguém acolhe seres que pensam, algo
que Giordano Bruno já defendia no século XVI.
Fonte: Daniel Mediavilla, Nobel da Física para os descobridores dos primeiros planetas extra-solares, in El País, 09.10.2019
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