A festa das Colheitas para quem, como eu, a observou pela primeira vez fez-lhe recordar as palavras de Pedro Homem de Mello no seu conhecido poema, com os versos "água pura, fruto agreste". A atmosfera de festa dada por esses sinais e, o do convívio e da alegria relembra-nos uma forma de vida que persiste e embeleza o que foi a ruralidade, em geografias interiores do País. Vê-la numa escola é hoje um ato raro, um sinal do valor da memória e do património no seu sentido mais global.
Foi possível ver nesta comemoração da natureza e dos homens, mulheres e crianças ainda, como um encontro de pessoas e do seu património. Um valor que persiste em ser continuado com outras gerações, e isso é um sinal de vida e de sabedoria. Valores para
a manutenção da memória, no interior de onde nascem os desejos de cada um no seu novo tempo. O corpo e o afeto, como um rio límpido no encontro com a
mitologia mais antiga, o natural que devolve ao homem a sua forma.
A festa das colheitas constrói uma identidade e um território, ainda com um desejo da alegria, capaz de algo ainda próximo de uma certa inocência, que as grandes
cidades já desconhecem. A musicalidade dos mais novos, o ritmo dos passos
confirma essa identidade de um verde Minho. Abaixo, alguns registos fotográficos
da Festa das Colheitas, na Escola Básica de Forjães, na passada sexta-feira.
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