quinta-feira, 23 de março de 2023

Filosofia para crianças - Os tesouros do Leopoldo (III)

As atividades de filosofia para crianças procuram a partir de um estímulo (uma história, uma imagem) despertar para pensar um pouco sobre algo. Os tesouros do Leopoldo permitiu pensar sobre o que pode ser um tesouro? E sendo algo importante, onde cada um o pode encontrar? As crianças desta sala conseguiram apresentar a ideia de que os melhores tesouros estão na família. Mas também se podem encontrar na sala do jardim, onde todos estão, onde são a amigos uns dos outros e no jardim de cima, porque tem árvores pequeninas, espaço para brincar, tem árvores, flores e onde existe a estufa. E com a educadora lembraram-se dessas plantas que cheiram bem e a que se deu o nome "jardim para o futuro". Os brinquedos como tesouros foi outra ideia que as crianças indicaram e lembraram-se que na história, o Leopoldo tinha tesouros que colhia da natureza, nas diferentes estações do ano. Há tesouros que não são difíceis de encontrar...

Em baixo mais alguns tesouros e os seus pensamentos...

 
 
 
Benedita - Um tesouro para mim é o arco-íris
Clara - Um tesouro para mim é a Leonor. Gosto dela.
Leonor - Um tesouro para mim é um coração (para a professora).
Inês - Um tesouro para mim é uma flor.

Filosofia para crianças - Os tesouros do Leopoldo (II)

 No diálogo com a História Os Tesouros de Leopoldo fomos pensando e conversando sobre o que pode ser um tesouro e tal como o Leopoldo o que podemos pensar para colocar e juntar num frasco. Que coisas poderíamos juntar? Com algumas ideias as crianças ilustraram um frasco e pensaram em alguém a quem o oferecer, ou que sentimento estava associado. Em baixo estão algumas dessas ideias e pensamentos em forma de desenho. As palavras foram ditas por eles e como são muito pequenos foi com a educadora que as frases foram escritas no verso do desenho.

  

Mimi - Um tesouro para mim é uma flor e um coração para a professora
Pedro - Um tesouro para mim é um abraço grande à professora, porque gosto muito dela

 
Mário - Um tesouro para mim são moedas para juntar
Sara - Um tesouro para mim é o arco-íris

terça-feira, 21 de março de 2023

Dia mundial da poesia

 


"Era preciso agradecer às flores
Terem guardado em si,
Límpida e pura,
Aquela promessa antiga
Duma manhã futura."

"Depois do Inverno, morte figurada,
A primavera, uma assunção de flores.
A vida
Renascida
E celebrada
Num festival de pétalas e cores."

"Olhos postos na terra, tu virás
no ritmo da própria primavera,
e como as flores e os animais
abrirás as mãos de quem te espera."


"Flores", "Primavera", "Glória" de Sophia; Miguel Torga e Eugénio de Andrade

Filosofia para crianças - Os tesouros do Leopoldo

 

 
Pontos de partida 
O Leopoldo coleciona coisas. Em casa, guarda cuidadosamente coisas de que não se quer esquecer. Coleciona assim pequenos tesouros. Um dia, o Leopoldo faz uma amiga e com ela começa uma nova coleção onde guarda as memórias de coisas que os dois viram e fizeram juntos. Um dia ela vai viver para uma outra cidade que é distante da que Leopoldo vive e assim vão se separa. O que acontecerá aos tesouros de cada um? O que acontecerá à sua amizade?

A partir desta história, com uma sala do Pré-Escolar da EBF pensámos um pouco sobre o que pode ser  um tesouro? Que tamanho pode ter? O tesouro terá de ser uma coisa, ou poderá ser  algo como uma pessoa? E assim que coisas se podem colecionar ou juntar? 

segunda-feira, 20 de março de 2023

Livro -Um poema para o meu pai

 



 



 (clicar nas imagens para aceder ao conteúdo)

Trabalhos realizados com os nonos anos no âmbito de uma DAC - Professora Paula Sobral

quarta-feira, 8 de março de 2023

Concurso Nacional de Leitura | Fase Municipal

   Decorreu, ontem, 7 de março, no Fórum Municipal Rodrigues Sampaio, a Fase Intermunicipal de Esposende do Concurso Nacional de Leitura 2023, no qual foram apurados os 12 alunos que vão participar na Fase Intermunicipal, que decorrerá no dia 20 de abril, em Amares.

 

   Integrado no Plano Nacional de Leitura 2027, o Concurso Nacional de Leitura visa estimular hábitos de leitura e pôr à prova competências de expressão escrita e oral junto da população escolar, numa vertente lúdica da leitura. A iniciativa conta com a colaboração da Rede das Bibliotecas Escolares, da Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), do Camões IP, da Direção de Serviços de Ensino e Escolas Portuguesas no Estrangeiro (DSEEPE) e da RTP.

 

  O concurso nacional de leitura procura conciliar numa atividade promotora da leitura, a possibilidade de partilhar experiências sobre o ler, num ambiente de convívio entre jovens e de incentivo a essa prática que pode modificar as experiências de cada um, o hábito de ler. Todos os alunos tiveram uma excelente participação por aquilo que partilharam e pelas ideias que permitiram que os presentes pudessem ouvir e pensar. 


Foram apurados para  a fase intermunicipal a decorrer em Amares, no dia 20 de abril, os seguintes alunos do Agrupamento:
1.º Ciclo: Luís Filipe Fernandes e Maya Santos;
2. º Ciclo: Inês Magalhães e Vasco Nogueira;
3.º Ciclo: Eduarda Marinho.
Parabéns a todos e desejos de uma boa participação na próxima fase do CNL!
Fotos em atualização

"Leituras Gamificadas com Jogos de Fuga Educativos” | Ação de Curta Duração

 


Integrada na Semana da Leitura,  no próximo dia 11 de março, entre as 10:00h e as 13:00h, será realizada a Ação de Curta Duração “Leituras Gamificadas com Jogos de Fuga Educativos”, a ter lugar na Biblioteca Municipal Manuel de Boaventura, e a qual será dinamizada pelo professor da Escola Secundária Henrique Medina, Ulisses Mota.

Os interessados devem inscrever-se, até ao dia 9 de março, aqui.

Dia internacional da mulher



O dia nasceu no movimento de procura de igualdade no acesso ao voto e na procura de melhores condições de vida e de trabalho. Depois, a partir de 1975, as Nações Unidas criaram a data para a celebração do feminino e do seu modo de ver o mundo, diverso e merecedor de iguais oportunidades. Celebrar um dia, como o dia internacional da mulher é algo anacrónico, pois não é possível reduzir essa dimensão a um dia. 

Talvez, como pensava Victor Hugo, a mulher seja sobretudo um ideal, ou talvez um coração a cantar de um outro modo a vida. A mulher é muito mais leve do que o homem, afirma uma graça que dança caminhos como uma ave rente à água. A mulher constrói em gestos muito mais formosura, um corpo a sorrir, como frestas do vento em tardes luminosas. Há nelas, uma construção iluminada nos instantes, como uma mão, moldando costas de mármore, reconstruindo sombras. Natália pensava que a missão, (palavra difícil) da mulher era encantar, era ser um acontecimento, o que é algo igualmente necessário para os homens, para qualquer criatura humana. 


E, talvez seja isso o necessário, cada um tentar ser um acontecimento num outro. E isso é uma forma de amor, talvez uma das expressões do “Caring Thinking”. O qual faz o encantamento pelas coisas, dando na expressão de Sophia, "aos dias tecidos um ar de fantasia" e [fazer-nos] pensar que cada um talvez possa ser uma ave a desenhar as perguntas nos nomes das coisas.

E do encantamento, ou dessa outra maneira de o expressar "stay hungry stay foolish", Eugénio de Andrade deixou poemas sobre essa importância da descoberta e da capacidade do sonho, no belo, na vida e na mulher:

 

“Faz uma chave, mesmo pequena,

entra na casa.

Consente na doçura, tem dó

da matéria dos sonhos e das aves.

 

Invoca o fogo, a claridade, a música

dos flancos.

Não digas pedra, diz janela.

Não sejas como a sombra.

 

Diz homem, diz criança, diz estrela,

Repete as sílabas

onde a luz é feliz e se demora.

 

Volta a dizer: homem, mulher, criança.

Onde a beleza é mais nova.” (1)

 (1) Eugénio de Andrade, “Faz uma chave”, Poesia. Porto: Assírio & Alvim, 2017.


Um feliz dia da Mulher!

Imagem: Mulheres. Clare Mallison

Esposende - Agustina e Eugénio (II)

Agustina Bessa-Luís e Eugénio de Andrade celebram este ano o centenário do seu nascimento. A semana da leitura organiza um conjunto de atividades à volta da sua obra e via literárias. Esposende foi um local geográfico e humano onde os dois escritores passaram momentos da sua vida. Agustina viveu nos anos sessenta quatro em Esposende e Eugénio frequentou diversas vezes os espaços da costa, entre Esposende, Apúlia e Fão.

Eugénio


«Troco este céu impassível pelas dunas de Fão, agora só na memória.

Também aí as gaivotas anunciavam que a luz mudara de direcção, e algumas aproximavam-se tanto do meu rosto que eu chegava a recear que me bicassem os olhos. Elas vêm e vão, o céu está agora mais claro, já não as vejo. Talvez não caia mais que um dedinho de água, ou nem isso sequer.”

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Quando, há muitos anos, o Eduardo, o Ernesto e eu deixámos as bicicletas no posto da Guarda-Fiscal e, passadas duas ou três barracas onde os lavradores da Fonte Boa arrecadavam o sargaço, entrámos, ainda manhã cedo, pelas dunas desertas, e os pés já sem sandálias corriam na alegria da brisa ligeira, senti que pisava pela primeira vez a terra prometida. Durante alguns anos,  a minha pátria foram estas dunas, o mar dos meus primeiros poemas foi este mar, e a eternidade, que Shakespeare diz ter morada nos lábios de António e Cleópatra,

 Brincava comigo naquelas areias, corria à solta naquelas vagas (…)

Nenhum Tamariz, nenhuma Granja levava ao deserto, e era exactamente ao deserto que levavam as dunas de Fão. Ali o espaço não fora ainda ferido; era por assim dizer um espaço sagrado, como todo o lugar onde nos sentimos inteiros.”

Eugénio de Andrade

 Fonte: Esposende : lugares de tempo e memória = places of time and memory / coord. Maria Luísa Leite ; colab. Fátima Sá, Ivone Magalhães, Rui Cavalheiro ; fot. Armando Jorge Pereira Reis.. - 2ª ed. - Esposende : Município de Esposende, 2022.
Imagem: Copyright - Biblioteca Municipal de Esposende

Esposende - Agustina e Eugénio

 Agustina Bessa-Luís e Eugénio de Andrade celebram este ano o centenário do seu nascimento. A semana da leitura organiza um conjunto de atividades à volta da sua obra e via literárias. Esposende foi um local geográfico e humano onde os dois escritores passaram momentos da sua vida. Agustina viveu nos anos sessenta quatro em Esposende e Eugénio frequentou diversas vezes os espaços da costa, entre Esposende, Apúlia e Fão.

Agustina


«Vivíamos então em Esposende, numa pequena casa de praia que comprámos à senhoria, uma senhora não sei se dinamarquesa. Foram quatro anos em que escrevi muito e conheci dias bons com o mundo e comigo mesma. Minha filha estava no colégio interna, meu marido advogava no Porto e saía de tarde, voltando à noite, ficando eu e os gatos numa espécie de encantamento, a ouvir o suspiro do mar. Vinha à porta o carrinho da fruta, e a mulher que vendia dizia: «não sei como se dá nesta pasmaceira». Para ela toda a boa fruta era do Douro, inclusive as bananas. Não passava ninguém na rua, os tamarindos vergavam com o vento. A peixeira Cravelha ensinou-me a tirar a pele às azevias.»

 Fonte:

O livro de Agustina : uma autobiografia / Agustina Bessa-Luís . - 2ª ed. - Lisboa : Guerra e Paz.

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«Esposende tinha duas almas: a do sul, que era piscatória, e a do norte, que era banhista. Uma era feita de gente natural e misteriosa, com dramas e alegrias rápidas, como se um vento cínico e audaz, vindo de muito longe, talhasse a sua história. A alma do sul já existia quando o reizinho D. Sebastião jogava às laranjas com os seus cortesãos – e as comia. Porque o príncipe era guloso; em apetites de mesa e arrancadas de estribo perdeu a vida, e nós a independência e a lei dela. O que lá vai lá vai!

Quando eu fui pela primeira vez a Esposende, achei que sucedia alguma coisa de solene; como um rito. Era em Julho. Nas noites em que o calor abrasava, vinha do rio um hálito de vasa. Como se o princípio do mundo rompesse o cristal das areias e borbulhasse uma vida espessa e cega, no lodo.»

 Memória de Esposende. In Vila e concelho de Esposende no IV centenário 1572-1972 / Agustina Bessa-Luís.
Imagem: Copyright - Biblioteca Municipal de Esposende

segunda-feira, 6 de março de 2023

Concurso nacional de leitura - fase municipal

 


Os alunos do Agrupamento António Rodrigues Sampaio abaixo indicados participam amanhã, na fase municipal, do Concurso nacional de leitura. 

1º ciclo: 
Leonor Abreu Gramoso; Margarida Faria Ferreira; Luís Filipe Fernandes e Maya Santos.

2º ciclo:
Sofia Bernardino Nunes; Maria João Serra; Inês Faria R. Magalhães e Vasco Silva Nogueira. 

3º ciclo
Mia Santos; Lara Neiva; Maria Eduarda Marinho e  Ana Rita Amorim.

A todos desejamos que apreciem o dia com as atividades à volta da leitura e que possam ter um bom resultado.

Semana da Leitura

 


A rede de bibliotecas do concelho de Esposende organiza um conjunto de atividades na semana da leitura que procuram incentivar o valor do livro e da leitura, ao mesmo tempo que procura celebrar os centenários de dois importantes escritores portugueses, justamente, Agustina Bessa-Luís e Eugénio de Andrade. O programa pode ser consultado no link ao lado, Catraia de Livros.

quarta-feira, 1 de março de 2023

Filosofia para crianças - Onde moram os monstros


Onde Vivem os monstros
, de Maurice Sendak é um livro marcante da literatura infantil e marcou algo de novo na mesma quando editado nos Estados Unido há já várias décadas. O livro propõe-nos uma leitura sobre esse lugar onde possam existir os monstros. Max, depois de fazer algumas travessuras é mandado dormir sem jantar, pela mãe. Desse episódio nascem muitas possibilidades, uma viagem ao interior dos monstros de cada um, do imaginário, da afetividade e do deslumbramento que a própria imaginação pode conceder.

Da leitura e observação das imagens, os alunos foram convidados a pensar numa palavra e numa pergunta sobre esse lugar, onde possam existir os monstros e como cada um se relaciona com essa possibilidade imaginária?

As perguntas:

1. O que são valores humanos? 
2. Onde existem os monstros?
3. Existem mesmo monstros? Estarão nas florestas?
4. Na tua imaginação existem monstros?
5. Onde poderão viver os monstros?
6. Os monstros também gostam de fazer festas, de se divertir?
7. Os monstros gostariam de ser outra coisa?

A seu tempo veremos como evoluíram as perguntas.

Um mês com Agustina e Eugénio...

No centenário de Agustina e de Eugénio de Andrade as suas palavras e a sua celebração são também o que elas deixaram nos seus leitores e nos que os conheceram. O Porto não tendo sido o seu lugar de nascimento físico, foi para Eugénio de Andrade uma influência marcante na sua poesia. A sua figura era um vulto existencial da cidade das camélias e muitos o ouviram e dele aprenderam palavras no rumor das coisas.

"Trouxe-te um ramo de frésias
(não eram essas as flores dos jardins de 
                                            Castelo Branco?)
embrulhadas em celefone
por causa do frio
Trouxe-te um ramo de frésias
já que não te podia trazer um rio."

"Aniversário" / Jorge Sousa Braga, in Aproximações a Eugénio de Andrade. Porto: Edições Asa, 2002

Filosofia para crianças - As mais belas coisas do mundo (III)

 As perguntas são uma forma de convite à humildade das coisas, para as tentar pensar, `s vezes encontrar respostas, mas sobretudo desenvolver o pensar, a capacidade de interrogar aquilo que surge, a partir de um livro, de uma leitura, de uma pergunta. Representar visualmente essas perguntas é também uma forma de pensar, de exprimir uma ideia alicerçada na própria pergunta que conduz o desenho e de onde podem surgir outras formas de ver algo. Das sessões com 0 5.º FB surgiram algumas ideias visuais sobre o que podem ser algumas das mais belas coisas do mundo. Procurar é também uma forma de encontrar...



Inês
 Será que as emoções / sentimentos são importantes no dia a dia e na vida das pessoas?



Duarte - O que é a família?              /                Luana - O que é o amor?


Tomás - O que é escapar de um sonho?



Sofia - O que é para mim a melhor coisa do mundo?
Daniela - O amor é importante!

Duarte - O que é para ti o amor?

Um mês com... Agustina e Eugénio

   


No centenário de Agustina e de Eugénio de Andrade as suas palavras e a sua celebração são também o que elas deixaram nos seus leitores e nos que os conheceram. Mónica Baldaque, filha de Agustina Bessa-Luís foi naturalmente marcada pelo espírito de sua mãe desse espaço do imaginário do Douro, ela própria influenciada por ele e dele escreveu em diferentes momentos memórias que são também a entrada nesse imaginário da autora de Sibila.

   "Vivemos rodeados de vozes. E não são apenas vozes de pessoas, Tudo tem voz. O vento, a chuva, as folhas das árvores; uma cidade, uma rua, uma casa. As próprias recordações têm uma voz. são companhias, são laços fortes com os encontros que constroem os cenários da nossa vida. se nos dedicarmos a ouvir as vozes que nos acompanham, sentimos necessidade de as fixar, e de partilhar com elas a nossa própria voz. Ou assim, em tom de memórias escritas ou pintadas. Ou de tantas outras maneiras...

   Laura, sou eu, e percorro aqui o tempo de um ano de infância, passado entre o Porto e o Douro. e anoto atmosferas, sentimentos, toda uma forma de ver rolar os dias, como se os espreitasse sempre por detrás de um cortinado...
   Acompanha-me ao longo do texto a folha do limoeiro, pela qual eu bebia a +agua gelada da mina, que corria brilhante e rápida, sobre o musgo e uma terra macia e dourada como um pó de arroz. Simbolizando a água da vida, a fonte da juventude eterna. 

   Três vozes se encontram aqui.
   A primeira voz é a de minha avó Laura. Uma voz do não-dito, que esteve presente até aos 97 anos, às vezes já refugiada no esquecimento, outras vezes na memória.
  A segunda voz é a de minha mãe, Agustina. Uma voz que é um dom, de um tempo que é propriedade sua. Uma vida de belas palavras, entre nuvens, brumas e ventos, num percurso circular, sem fim.
   A terceira voz é a minha: Laura, que murmura encontros e memórias de três gerações."

A folha de Limoeiro / Mónica Baldaque. Porto: Edições Asa, 2005