quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Em final de ano ...

 

O Natal presta-se a muitas evocações por ser um momento especial, porque faz sentir em cada um algo bonito, dedicado, sensível. Um encontro com os outros, com a ideia de solidariedade para dar aquilo que faz falta, aquilo que faz bem ao coração. É um tempo em que a respiração dos outros parece o mais importante, como se fosse necessário esse reconhecimento de cada um em nós. É um tempo com uma iconografia de simplicidade, de cor, de alegria. Na verdade, apenas as crianças o parecem viver de um modo mágico, pois elas são dadas a viver o que acontece sem preocupações com o que o dia seguinte trará. E talvez fosse de perguntar porque sendo uma data fundadora de uma ideia de civilização, por que não pode durar todo o ano? Seria possível? Um poema de David Mourão Ferreira sobre essa possibilidade que parece talvez dependente de uma ideia cultural construída nas emoções e no cuidado. Talvez fosse de pensar nisso mais do que dois ou três dias.

"Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio,
no prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos, e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.

Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
Das mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada."

"Natal e não Dezembro, in Cancioneiro de Natal / David - Mourão Ferreira, Lx: Rolim, 1986.


terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Exposição do Projeto - Rotas do Oceano


Entre os próximos dias 8 a 11 de dezembro, terá lugar, no Forte de S. João Batista de Esposende e nas Piscinas Municipais Foz do Cávado, a exposição do Projeto “Rotas do Oceano – explorar, evidenciar e relacionar as diferentes dimensões da cultura marítima de Esposende”, aberta ao público, entre as 10h00 e as 17h00.

O projeto ‘Rotas do Oceano’, uma parceria entre a Rio Neiva – Associação de Defesa de Ambiente e o Agrupamento de Escolas António Rodrigues Sampaio (Escola Azul), tem como objetivo promover uma visão global e interdisciplinar sobre a cultura marítima de Esposende junto da comunidade escolar, do 1.º ao 3.º ciclos de ensino, capacitando as novas gerações como agentes de mudança para um futuro mais sustentável. 
Esta aspiração e missão surge do reconhecimento de Esposende, enquanto contexto único pelo seu vasto património material e imaterial marítimo. Surge, também, da necessidade de fomentar uma maior proximidade entre a comunidade escolar e o território onde se insere, através de novos métodos pedagógicos.

A exposição Rotas do Oceano pretende retratar a diversidade de atividades e trabalhos realizados por todos os estudantes e professores deste Agrupamento, dentro e fora da sala de aula, envolvendo as suas famílias e vários agentes locais, contribuindo efetivamente para uma maior compreensão e valorização da cultura marítima existente.

O projeto Rotas do Oceanos é um projeto financiado através do Programa Crescimento Azul dos EEA GRANTS.

Filosofia para crianças - As mais belas coisas do mundo (II)

 "O meu avô sempre dizia que o melhor da vida haveria de ser ainda um mistério e que o importante era seguir procurando. estar vivo é procurar, explicava."

A Filosofia para crianças não procura respostas, mas sim a possibilidade de realizar perguntas, pensar para compreender de um outro modo. A partir da leitura de alguns excertos do livro de Valter Hugo Mãe, um grupo de crianças do 3.ºa no - 3.º FI pensou em grupo no que poderiam ser essas mais belas coisas do mundo.

Surgiram várias perguntas:

1. O que é um detetive de interiores? O que faz?
2. O dinheiro pode comprar tudo?
3. De que cor po0dem ser as mais belas coisas do mundo? E o que podem ser?
4. Como poderá alguém sonhar acordado?
5. O que é a honestidade e a generosidade? ....

Das diversas questões colocadas as crianças escolheram três e com essas foram colocadas mais dúvidas e questões para se encontrar alguns pontos de concordância sobre o valor das mais belas coisas do mundo.

A palavra não é a única linguagem possível de utilizar. Podem as ideias ser desenhadas? Foi essa conclusão da atividade da segunda sessão. Desenhar os elementos da história lida e discutida e as que poderiam ser para cada um as mais belas coisas do mundo. Três exemplos:


Júnior Fábio - A paz poderá ser uma das mais belas coisas do mundo?


Maria - O abraço do avô é como um lar?

Antónia - Sonhar acordado é imaginar o quê?