sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Semana da Cultura Científica (VI)

Vídeo que pretende apresentar uma das atividades realizada na Escola Básica António Rodrigues Sampaio, na semana da cultura científica, justamente sobre Rómulo de Carvalho e a celebração do dia nacional da cultura científica. A atividade procurou congregar as disciplinas de Português e Físico-Química e teve igualmente a participação da Biblioteca Escolar e integrou-se no Projeto Escola Azul. A atividade procurou dar a conhecer aos alunos a poesia e o papel de divulgador da ciência desempenhado por Rómulo de Carvalho e pelo seu amigo António Gedeão.
 

As Bibliotecas

     


     A biblioteca é um dos sítios mais importantes da nossa escola. Lá podemos encontrar livros de todas as disciplinas e de todos os anos, enciclopédias, jornais, revistas e muitos computadores.
     É um sítio culto e que dá respostas às questões, é um sítio de lazer e de estudo.
Ler um livro na biblioteca faz-nos viajar com uma das personagens da história, faz-nos querer voltar.
     Há vários tipos de histórias, por exemplo: contos de fadas, contos de príncipes e de princesas, contos de terror, contos de dragões, etc.
     A biblioteca, com todos os seus livros, permite-nos sonhar, crescer, aprender e saber ser.

        
 As bibliotecas são muito importantes na vida de todos nós. Nas bibliotecas podemos consultar e ler livros, jornais, revistas, enciclopédias, entre outros, e podemos aprender, conhecer, estudar…  É através dos livros que temos conhecimentos sobre vários temas, como, por exemplo, plantas, animais…
 As bibliotecas são lugares silenciosos e tranquilos onde podemos ler e reflectir sobre o que lemos. Nas bibliotecas podem-se requisitar livros ou lê-los lá.
 Muitas vezes, quando queremos fazer algum trabalho da escola, podemos ir à biblioteca para pesquisar nos livros, entre muitas outras coisas.
 As bibliotecas não podem acabar, porque é nos livros que nós podemos ler informação e confiar naquilo que lemos, ao contrário do que acontece com a informação que lemos na internet.
 Nalgumas bibliotecas ainda existem cartas antigas da História de Portugal e é preciso preservá-las, porque para nós isso é uma relíquia.

  A biblioteca é para mim uma sala mágica onde se pode aprender, estudar e muitas outras coisas. Uma biblioteca é sobretudo um sítio onde há livros, frases, palavras, letras…
  A biblioteca é uma fonte de imaginação. Eu gosto de ir lá porque pode-se imaginar muitas coisas e melhorar a nossa leitura. E é também um sítio de pesquisa e de tranquilidade. Numa biblioteca ler é muito engraçado.

Textos de Beatriz Vale, Dina Capitão e Élio. Ilustração de Dina Capitão.

Minutos de leitura


Numa noite em que o céu tinha um brilho mais forte

E em que o sono parecia disposto a não vir
Fui estender-me na praia sozinho ao relento
E ali longe do tempo acabei por dormir

Acordei com o toque suave de um beijo
E uma cara sardenta encheu-me o olhar
Ainda meio a sonhar perguntei-lhe quem era
Ela riu-se e disse baixinho, estrela do mar

Sou a estrela do mar
Só ele obedeço, só ele me conhece
Só ele sabe quem sou no principio e no fim
Só a ele sou fiel e é ele quem me protege
Quando alguém quer à força
Ser dono de mim

Não se era maior o desejo ou o espanto
Só sei que por instantes deixei de pensar
Uma chama invisível, incendiou-me o peito
Qualquer coisa impossível, fez-me acreditar

Em silêncio trocámos segredos e abraços
Inscrevemos no espaço um novo alfabeto
Já passaram mil anos sobre o nosso encontro
Mas mil anos são poucos ou nada para a estrela do mar

Estrela do mar
Só ele obedeço, só ele me conhece
Só ele sabe quem sou no principio e no fim
Só a ele sou fiel e é ele quem me protege
Quando alguém quer à força
Ser dono de mim

Jorge Palma , "Estrela do mar"

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

As Bibliotecas

A biblioteca é um local muito interessante, porque é lá que podemos melhorar a nossa leitura, estudar para a escola e também ganhar mais conhecimentos sobre o mundo inteiro.No mundo, toda a gente devia ler um livro por dia, no mínimo, para manter a mente ativa. Na biblioteca há todo o tipo de leitura, desde a escrita até à virtual (tecnologia).Por isso, devemos frequentar a biblioteca.  
David da Costa Gomes, 5º C

 A biblioteca é um sítio onde há livros. O que encontramos na biblioteca são sofás para nos sentarmos a ler, computadores para pesquisarmos e fazermos trabalhos e livros para aprendermos. Eu gosto muito de bibliotecas porque podemos dar asas à nossa imaginação. Acho que a biblioteca é importante porque podemos aprender muito mais.Como agora há as novas tecnologias, nós não temos muita vontade de ler. Enquanto houver bibliotecas, vai haver um sítio para consultarmos um livro, para ler e para não perdermos o hábito. 
Rodrigo Sousa, 5.º C


 As bibliotecas são importantes porque ajudam-nos a estudar e a ficarmos inteligentes. Nas bibliotecas não se pode fazer barulho para conseguirmos estudar. Nós podemos requisitar livros e ler em casa. É muito agradável, porque lemos histórias novas e ficamos a conhecer palavras novas; é por isso que as bibliotecas são importantes para o nosso percurso escolar.  
Rodrigo Salgueiro, 5º C
Imagem: Íris Cepa, 5.ºD

Biblio@rs - a civilização romana (VII)

     A Civilização Romana - A construção do Império (III)


                     A organização política (I)

 O Império Romano construiu-se num longo período de tempo e foi possível devido a um conjunto de circunstâncias que permitiram dar resposta às ideias que estão na sua edificação.

O exército romano foi uma das chaves para a construção deste império.  Com ele foi possível fazer um conjunto de conquistas, permitiu garantir as instituições criadas e manter a soberania romana em todo o império, nessa expressão de primeira globalização, a Pax Romana. 

 O exército romano estava dividido em unidades que se chamavam legiões. A capacidade do exército romano foi sendo aperfeiçoada com o tempo. O exército romano era uma instituição permanente. Todo o cidadão estava sujeito a integrar as suas fileiras e o recrutamento era voluntário, desde que o candidato respeitasse as condições de robustez física. Os elementos que integravam o exército romano recebiam um pagamento, o soldo.

O exército romano tinha uma hierarquia muito definida. Nas legiões existiam elementos que combatiam e outros que se encarregavam dos serviços de administração, ou do fabrico das armas que eram usadas em combate. Cada legião acampava de acordo com as decisões do general da legião ou dos tribunos ou centuriões que podiam desempenhar essa função. 

 Em tempos de paz os exército ocupava-se de tarefas de rotina ou de cultivo dos campos agrícolas. Quando em paz os elementos exército aprendiam a desempenhar outras funções, como a de pedreiros, lenhadores, ou outras tarefas ligadas aos artesãos. Era ainda o exército que era responsável pela construção de estradas, aquedutos, teatros e outras construções.

Os elementos que pertenciam ao exército permaneciam em tempo de paz em espaços chamados quartéis. Esses espaços tinham geralmente a dimensão de 20 hectares e eram de forma rectangular, com cantos arredondados e ficavam no meio do espaço, em frente ao portão principal.

 Após servirem mais de quinze anos os elementos do exército eram recompensados pelo imperador que lhes atribuía uma reforma e um pedaço de terra para poderem cultivar.

 Imagem: Caio Júlio César Octaviano Augusto, primeiro imperador de Roma

Minutos de leitura

 

"Ah, se eu fosse a menina do mar,
A menina que a Sophia
Pôs-se um dia a imaginar!...

Viver numa poça de água,
Fazer dela o meu abrigo
- Cabeça tonta, esse mar,
Que se esquece de levar
As poças de água consigo!

Pediria às algas verdes
Que fizessem de alface
E à estrela.do-ar, com os seus braços,
Que me desse mil abraços
Sempre que eu precisasse.

Como cabide da roupa
Usaria o camarão
E pediria à anémona
Que me enfeitasse a lapela
Ou fizesse de botão.

Ondeava o meu cabelo
De manhã, ao levantar;
Fazia do mexilhão a sacola
E iria para a escola
Montada na pulga-do-mar.

Amdava de carrossel
Nos braços de um polvo amigo
E o búzio faria o favor
De servir de intercomunicador
Para eu falar contigo.

Quando a noite enfim trouxesse
A lua, para me dar um beijo,
Deitava-me numa conchinha
E ouvia uma historinha
Contada por um caranguejo." 

"A menina de sphia", in Poemas para as quatro Estações / Manuela Leitão. Lisboa: Máquina de voar. 
Imagem: Copyright - Cristina Falcão

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Semana da Cultura Científica (V) - Webinar


Olá, sou o Guilherme, embaixador da Escola Azul, e venho falar-vos de uma videoconferência sobre Florestas Autóctones e Floresta Marinhas. Esta atividade teve a participação das turmas do Agrupamento António Rodrigues Sampaio e da bibliotecária da Escola Básica António Rodrigues Sampaio, prof. Augusta, e dois técnicos especializados, Carlos do Carmo, do Gabinete Florestal da Câmara Municipal, e Vasco Ferreira, responsável pelo projeto Observatório Marinho de Esposende (OMARE). A videoconferência, difundida em direto para todas as turmas do Agrupamento, foi iniciada pela bibliotecária, que começou por falar sobre o que era o projeto 
Escola Azul e indicou os assuntos que iríamos abordar na sessão. Depois da sua intervenção, o Eng.º Carlos do Carmo apresentou informação sobre as florestas autóctones, um tema muito importante para todos nós, que chamou muito a atenção dos alunos e dos professores. Depois, o biólogo Vasco Ferreira iniciou o tema das florestas marinhas, de que gostei particularmente. Ouvimos informações sobre o mar, que me pareceram muito interessantes, e ficámos a conhecer melhor o mar de Esposende. No final, o professor falou sobre os temas abordados nesta sessão.

 Guilherme Araújo - 8.ºMA

Semana da Cultura Científica (IV)

O Agrupamento António Rodrigues Sampaio comemorou hoje o dia nacional da cultura científica com um conjunto de atividades de celebração do conhecimento científico.
A turma do 9.º FB acompanhada das professoras Diana Costa, de Ciências Naturais, Rosa Felgueiras, de Físico-Química e Sofia Marinho, de Matemática realizaram na Biblioteca uma sessão experimental que procurou destacar diferentes áreas do conhecimento científico.
A sessão iniciou-se com uma apresentação sumária sobre o dia em questão, o dia nacional da cultura científica e a figura de Rómulo de Carvalho. Foram dadas algumas ideias simples sobre o papel desempenhado por Rómulo de Carvalho como divulgador de Ciência, como professor, como cientista, como autor de livros de divulgação científica e como poeta. Foram destacados os aspetos da sua personalidade marcados por uma grande curiosidade natural e uma humildade e sentido de humor fascinantes. Foram ainda destacados alguns excertos do seu livro de Memórias. Foi estabelecida uma ligação na divulgação da Ciência entre Rómulo e alguns dos cientistas que ele destacou nas suas obras, Galileo e Newton.

Na área da Físico-Química foram realizadas diversas experiências que procuraram comprovar as três leis do movimento dos corpos estáticos e dinâmicos estabelecidos por Newton. As ideias de Newton forma muito importantes para a compreensão das órbitas curvas dos planetas e para a compreensão da força da gravidade, como papel determinante por exemplo nas marés, ou na manutenção da Lua e do seu trajeto em redor da Terra.

Na área das Ciências Naturais foi lido um pequeno texto de Matilde Campilho sobre a descoberta do DNA, da sua estrutura molecular e do como ela foi feita em íntima relação com a vida e o quotidiano, nessa ideia essencial e partilhada igualmente por Rómulo de Carvalho em muitos dos poemas de António Gedeão, "toda a raça humana é brilho." Foram realizadas um conjunto de experiências para obter a cadeia molecular de um fruto, o Kiwi, a partir de um conjunto de reagentes e soluções que permitiram o seu isolamento.

Na área da Matemática, os alunos preparam um poema que foi lido em grupo sobre termos e conceitos matemáticos. Nesta sessão uma aluna cantou o poema de António Gedeão, A pedra Filosofal. 

A sessão foi muito interessante e a participação dos alunos foi muito boa. Foi um momento de comunhão de ideias e abordagens de experimentação nessa ideia de Rómulo de Carvalho, conhecer "a inteligência das coisas".

Semana da Cultura Científica (III)


[Este modesto texto é para si, meu amigo]”, poderia ser uma forma de começar esta biografia, no modo como Rómulo de Carvalho / António Gedeão tantas vezes fizeram nas suas obras. Rómulo de Carvalho foi professor, pedagogo, cientista, poeta, divulgador de ciência, investigador, historiador, um homem de grande valor cívico.

Rómulo de Carvalho nasceu em Lisboa, a 24 de novembro de 1906 e desde cedo revelou-se uma criança precoce. Cultivou as Letras e as Ciências e nos dois domínios deu-nos grandes contributos para melhor conhecermos o Universo, a sua composição e também, o Homem. A sua obra divide-se entre a divulgação científica onde publicou inúmeros títulos como A História dos Balões, História do Átomo, História da Fotografia, A Ciência Experimental em Portugal no século XVIII, ou ainda no domínio da História, Relações entre Portugal e a Rússia no século XVIII ou As origens de Portugal. Rómulo de Carvalho possuía uma curiosidade natural por conhecer, por estudar, por divulgar o que aprendia. 

Em 1956 fez nascer o poeta que em si vivia, com o olhar que via o mundo e os outros, sempre com a preocupação de nos dar uma linguagem simples e envolvente. António Gedeão foi o pseudónimo que faria nascer obras como Movimento Perpétuo, Teatro do Mundo, Máquina de Fogo ou Poemas Póstumos. Rómulo de Carvalho tinha a humildade dos mestres, dos que nos conduzem para que também nós realizemos uma viagem muito importante. A do contínuo questionamento sobre as coisas, o seu funcionamento, o enigma do que os nossos olhos contemplam.

Minutos de leitura

 

Dezassete vezes tentou Ditosa levantar voo, e dezassete vezes acabou no chão depois de ter conseguido elevar-se uns poucos centímetros.
Sabetudo, mais magro que de costume, arrancara os pelos do bigode depois dos doze primeiros fracassos, e com miados tremendos tentava desculpar-se:
- Não entendo. Revi conscienciosamente a teoria do voo, comparei as instruções de Leonardo com tudo o que se diz na parte delicada à aerodinâmica, volume primeiro, Letra “A” da enciclopédia, e no entanto não conseguimos. É terrível! Terrível!
Os gatos aceitavam as suas explicações, e toda a sua atenção se centrava em Ditosa, que depois de cada tentativa falhada ia ficando mais triste e melancólica.
Depois do último fracasso, Colonello decidiu suspender as tentativas, pois a sua experiência dizia-lhe que a gaivota começava a perder confiança em si mesma, e isso era muito perigoso se de verdade queria voar.
- Talvez não o possa fazer – opinou Secretário. – Se calhar viveu tempo de mais connosco e perdeu a capacidade de voar.
- Seguindo as instruções técnicas e respeitando as leis da aerodinâmica, é possível voar. Não se esqueçam de que está tudo na enciclopédia – apontou Sabetudo.
- Pelo rabo da raia! – exclamou Barlavento. – Ela é uma gaivota e as gaivotas voam!
- Tem de voar. Prometi-o à mãe e a ela. Tem de voar – repetiu Zorbas,
- E o cumprimento dessa promessa obriga-nos a nós todos – recordou Colonello.
- Reconheçamos que somos incapazes de a ensinar a voar e que temos de procurar auxílio para além do mundo dos gatos – sugeriu Zorbas.
- Mia claramente, caro amico. Aonde é que queres chegar? – perguntou Colonello, sério.
- Peço autorização para quebrar o tabu pela primeira e última vez na minha vida – solicitou Zorbas fitando os seus companheiros nos olhos.
- Quebrar o tabu! – miaram os gatos pondo as garras de fora e eriçando os lombos.
Miar a língua dos humanos é tabu. Assim rezava a lei dos gatos, e não porque eles não tivessem interesse em comunicar com os humanos. O grande risco estava na resposta que os humanos dariam. Que fariam com um gato falante? Com toda a certeza iriam encerrá-lo numa jaula para o submeterem a toda a espécie de provas estúpidas, porque os humanos são geralmente incapazes de aceitar que um ser diferente deles os entenda e trate de se dar a entender. Os gatos conheciam, por exemplo, a triste sorte dos golfinhos, que se tinham comportado de uma maneira inteligente com os humanos e estes tinham-nos condenado a fazer de palhaços em espetáculos aquáticos. E sabiam também das humilhações a que os humanos sujeitam qualquer animal que se mostre inteligente e recetivo com eles. Por exemplo, os leões, os grandes felinos obrigados a viver entre grades á espera de que um cretino lhes meta a cabeça entre as mandíbulas; ou os papagaios, encerrados em gaiolas a repetir parvoíces. De tal modo que miar na linguagem dos humanos era um risco muito grande para os gatos.
- Fica aqui junto da Ditosa. Nós retiramo-nos para debater a tua petição – ordenou Colonello.
Longas horas durou a reunião dos gatos à porta fechada. Longas horas durante as quais Zorbas se deixou ficar deitado junto da gaivota, que não escondia a tristeza por não saber voar.
Era já noite quando terminaram. Zorbas aproximou-se deles para conhecer a decisão.
- Nós, gatos do porto autorizamos-te a quebrar o tabu só desta vez. Miarás apenas com um humano, mas antes decidiremos entre todos com qual deles – declarou Colonello solenemente.

História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar  / Luís Sepúlveda   
Imagem: Copyright  - Jim Braswell


sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Semana da Cultura Científica (II)

 Cartaz de divulgação da figura e obra de Rómulo de Carvalho (dia nacional da cultura científica).
 

Rómulo de Carvalho by BibliotecasAears on Scribd

Microplásticos

 


Integrada na semana da cultura científica e de acordo com o planeamento do projeto Escola Azul tem decorrido algumas sessões de Educação Ambiental, onde têm sido explorada a temática dos microplásticos. A poluição dos oceanos e a ameça da sustentabilidade dos grandes espaços marinhos e da vida do planeta foram algumas das abordagens realizadas. Os microplásticos são uma graves problemas à vida marinha e foram assim destacadas as ações que todos podemos tentar realizar para diminuir este tipo de poluição que afeta o planeta e os mares em particular.

O mar - um continente de azul (II)

 “Azul? Essa cor toda enorme…”



Gabriela Sinaré, Matilde Marques e Nuno silva - 6.º FA

Minutos de leitura

 ""Então isto é o céu", 
pensou, e teve de sorrir de si próprio. Não era nada respeitoso analisar o céu no
preciso momento em que lá chegava a voar.
   Conforme se afastava da Terra, acima das nuvens e numa formação apertada com as duas gaivotas brilhantes, verificou que o seu próprio corpo estava a tornar-se tão brilhante como o delas.
     É verdade que estava ali o jovem Fernão Capelo Gaivota, que sempre tinha vivido atrás dos seus olhos dourados, mas a forma exterior tinha mudado.
     Sentia que tinha um corpo de gaivota, só que voava muito melhor do que o seu velho corpo alguma vez tinha voado. "Incrível como, com metade do esforço", pensou, "consigo obter o dobro da velocidade e o dobro da eficiência dos meus melhores dias na Terra!"
     As suas penas reluziam, brancas como neve, e  as asas estavam macias e perfeitas, como folhas de prata polida. Encantado, começou a aprender mais sobre elas, a imprimir poder àquelas novas asas.
     A quatrocentos quilómetros por hora sentiu que estava quase a atingir a sua máxima velocidade de voo. Aos quatrocentos e quarenta achou que estava a voar tão depressa quanto seria possível e isso deixou-o ligeiramente desapontado. Havia um limite para o que este novo corpo conseguia fazer e embora fosse muito mais rápido do que o seu velho recorde de voo, continuava a ser um limite que exigiria um enorme esforço para ultrapassar. "No céu", pensou, "não deveria haver limites."
     As nuvens dissiparam-sem os seus acompanhantes gritaram "felizes aterragens, Fernão!" e desapareceram.
     Voava sobre um mar, em direção a uma acidentada linha costeira. Algumas gaivotas estavam a aproveitar as correntes de vento nas falésias. Ao longe, para norte, mesmo na linha do horizonte, voavam mais umas quantas. Novas paragens, novos pensamentos, novas questões. "Porque é que há tão poucas gaivotas? O paraíso deveria ter bandos de gaivotas! E porque é que estou tão cansado de repente? Não é suposto as gaivotas ficarem cansadas, nem dormirem, no paraíso.
     Onde é que ele teria ouvido aquilo?"

Fernão Capelo Gaivota / Richard Bach. Alfragide: Lua de Papel, 2018
Imagem: Copyright - Olhares.pt